setembro 10, 2001

Apresento-lhe uma lembrança muito querida

Coisas de arrumações... Pois então, dando conta daquela bagunça anunciada, encontrei o que sabia que tinha, mas não sabia onde estava -- alguns poemas de um grande amigo, com que trabalhei e vivi a amizade mais profunda que tive nessa vida. Foram inicialmente seis anos diários e depois, todos os anos seguintes até a sua morte. George Miguel Pereira era o seu nome e o poema abaixo, parte do que ele escreveu e só me mostrou muita confiança depois.


Meus nervos não falam,
O torpor me invade;
Eu me embriago
Eu me esvazio
E eu quero deixar a marca deste vazio
como um cão raivoso
quase sedento;
Sedento de amor de nós,
de ti,
de mim.
Amor - amor
Patético, sublime,
Imenso.
Amor que deprime
que se vinga,
que chora,
que canta,
mas sobretudo um amor que ama.