janeiro 03, 2002

É tempo de gerenciar o tempo.
E sempre que estou mais folgada, começo mexendo nas minhas coisas, nos meus papéis, roupas, uma vistoria nos sapatos, tomando pé no território abandonado.

Revendo nossas coisas lembramos de passagens esquecidas.

De quando comprei aquela blusa; do porquê de ter comprado aquele papel de carta hiper brega, se nem mando carta para ninguém; daquele perfume que usei uma vez; de como ele se ligou a uma lembrança e, como a lembrança foi esquecida, o perfume foi na roda. Daquele cd, que traz os embalos de sábado à noite de volta; do outro que, extremamente deprê, fica guardado embaixo de todos, que ouvi uma vez, mas não dou para ninguém, pois não se dá presente deprê, nem para os pouco-amigos.

Uma vez, fui para a Argentina, sem ter vontade. O que eu queria estava aqui, mas fui. Como não me reconhecia naquela pessoa que estava naquela terra do tango, querendo estar em outro lugar, volta e meia pegava a minha carteira de identidade e olhava para ela, como para me certificar de que eu era eu mesma. Divisão do caramba essa; uma droga. Passou há muito tempo, mas volta e meia não custa uma conferida tipo, qual é afinal a sua? São muitas, hoje eu sei. E oba!!