outubro 04, 2003

Hoje, sábado, fazendo uma palestra em São Paulo caiu a ficha! As informações absolutamente inúteis que a escola nos fazia decorar: os rios da margem esquerda e direita do Rio Amazonas, os ossos do corpo humano (os quais muitos hoje ganharam outros nomes), países e capitais (muitos hoje desdobrados em outros, tornados independentes) na verdade, eram um ensaio dos bancos de dados atuais; só que humanos.

Era a valorização do armazenamento e não da utilidade que a informação poderia trazer ao seu proprietário.

O que vemos hoje é a ênfase da informação direcionada a um produto ou a uma ação produtiva. A dificuldade está em encontrarmos o ideal do meio termo para a memorização.

Tabuada? Ainda é mais rápida do que a calculadora, nem sempre a mão.

Número de telefone? Estão aí os próprios aparelhos que os registram. É claro que se você perder o celular, não será capaz de falar com ninguém por um tempo.

E aí entendi o processo de exclusão que atingiu tantas pessoas que não deram o salto e permaneceram valorizando a informação pela informação e passaram a ser consultadas como banco de dados, respondendo, quando acessadas.

Chega a ser perverso esse processo que passa como um raio trator e que atende pelo nome de transformação, progresso, evolução.

Mas, não me leve a sério; pois isso é consequência de trabalhar no sábado!