janeiro 16, 2005

Estou decepcionada comigo mesma de não ir para o Congresso Nacional, de faixa na mão e declarar meu inconformismo com o projeto de aumento dos tributos sobre as empresas prestadoras de serviços. Sair num protesto solitário, pelas ruas do Rio, portando a mesma faixa, correndo o risco de ser presa ou internada como maluca. Eu nunca quis ser na minha vida uma dona de empresa prestadora de serviços. Fui por imposição do empregadores que, para fugir dos encargos trabalhistas, só contrata empresas que arcam com os custos tributários. Foram-se os benefícios; sobraram encargos. Sonho com os bons tempos da carteira assinada, das férias remuneradas, do Fundo de Garantia. A idéia que tenho é que pescaram eu e tantas outras sardinhas, que vão pagar o "pato". Peixe grande que é bom, não sei se vai cair na rede. Só sei de mim. Pobre empresária, quase ex-classe média, que paga as contas. Porque PF hoje somos nós. PF=Prato Feito! Já se foi o tempo em que pessoa jurídica para mim era uma entidade não corpórea, cheia de empregados e de lucros. Hoje, dura realidade, pessoa jurídica é também uma pessoa que abriu uma empresa para continuar trabalhando, sem empregados e lucro ou será que remuneração agora é lucro? É perverso! Devo mesmo estar no meu dia de inferno astral.