novembro 16, 2001

Robocop mais para robobão
Sabe todas aquelas coisa que você faz, para fingir que está tudo bem, sob controle, sem faltas ou saudade? Aquelas receitas que não sei se estão escritas, mas que todos nós conhecemos? As do tipo: encha-se de coisas tolas para fazer; faça-as maquinalmente várias vezes e de várias formas; costure, cozinhe, tente ler, borde (??), faça tricô ou crochê, conserte o secador de roupa, se não tem secadora, limpe a casa, faça faxina; fique pouco tempo sozinha; ocupe-se, ocupe-se, ocupe-se.

Pronto, seguindo essas sugestões você não vai dar conta da imensa falta do caramba que você está sentindo. Essa versão moderna de robocop utilitário está sempre por aí, fingindo que engana a gente.

Engana a quem? Acho isso tudo uma versão de robobão; nem um robo exterminador isso é, pois não acaba com coisa alguma. A falta permanece lá, absoluta pela sua grandeza e extensão.
É tudo fingimento, enquanto a vida passa, sem que a gente se dê conta que de repente a sua vida fica sendo essa de "é tarde! é tarde! é tarde", na versão moderna do Seu Coelho da Alice, para rolar pelas superfícies e nunca chegar ao fundo bom, ao que tem chão.
Essa brincadeira é muito da chata. Não quero mais brincar!