junho 01, 2005

O convívio com o blog é o mesmo que com os amigos: sem cobranças, sem interrupções, mesmo que se passe meses e até anos sem encontros. Houve uma época que esse blog mandava em mim. Agora, ninguém manda mais em ninguém. Se o encontro, nos falamos como se tivéssemos parado pouco tempo atrás.
Mas mudando completamente de assunto, quero falar de uma cena que vi (e vivi) hoje. Um aparte: nem tudo que se vê, se vive, não é mesmo? Mas , voltando à cena. Estou fazendo massagem e drenagem linfática, num dos meus atuais processos de cuidar de mim. E faço no Instituto Benjamim Constant, que é uma instituição para deficientes visuais. Então, hoje, corria (menos) eu em direção à sala, quando vejo um menino cego, que não tinha mais do que cinco anos, andando com seu pai à frente. Ele passava pela roleta da portaria, orientado pelo pai. Passou sozinho e continuou andando e o pai avisou-lhe: há um degrau na sua frente. Ele continuou, agora pisando com maior cuidado e aí eu olhei para os olhos do pai. E vi e vivi a apreensão de uma possível queda, a esperança de que seu filho iria conseguir, enfim, tudo aquilo que se sente sempre em relação aos filhos, enxerguem eles ou não. Afinal, a apreensão venceu a esperança e ele perguntou à criança -- não quer mesmo me dar a mão? E o garotinho disse -- Não. Eu vou sozinho. E eu pensei na importância de você sentir que é livre e lutar para manter a sua independência. Agora, me fala se não é uma aprendizagem, viver isso.