agosto 26, 2005

Pelo jeito, minha produção mensal está cada vez mais furada. Do último post até hoje, com todo o respeito, as avós de Tucson, estão próximas a tornarem-se bisavós. Mas sou meio lerda mesmo.
Enfim, na minha produção mensal, quero falar daquela pessoa que você inclui no seu futuro, ainda que, por enquanto, seja só desjo.

Aquela que se encaixa no cenário da casa fora do Rio, da casinha em Itaipava, do sítio no interior de São Paulo e com quem você quer viver as coisas simples da vida. Acordar, tomar café da manhã juntos, sair para caminhar. Ele vai sozinho, pois é mais disciplinado e se auto-programa. Ela, uma preguiçosa nata, acompanha, meio forçada o seu personal. A seguir, ela vai cuidar das plantas, enquanto ele faz ou providencia os pequenos conseros e acertos domésticos.

O almoço de comidinha fresca e caseira; aquele almoço esticado, sem pressa, com muita conversa fiada e muitos risos e olhares cúmplices da felicidade.

Depois do almoço, nas cadeiras da varanda, uma orgulhosa contemplação do pequeno reino, em que o olho crítico planeja novos investimentos e mudanças necessárias no ambiente; será que uma jaboticabeira daria certo nesse clima? Tenho que encontrar recitas novas para fazer geléia com essas amoras que espalham por toda a parte. Uma sensação de descanso, leva a um soninho sentado mesmo.

À tarde é hora de trabalho: fechar o novo projeto com a ajuda dele é claro, pois nunca soube fazer preço. A tarde é longa e permite que a gente dê uma escapada e vá até aquela loja de pisos novos, que não escorregam, pois os netos merecem toda a segurança.

A caída da tarde começa a provocar os preparativos para enfrentar o frio. Colher gravetos, acender a lareira, organizar a mesa, esfriar o vinho nas águas da piscina, cortar os queijos ou o fondue, depende da vontade.

O noticiário conta para a gente o que aconteceu além das nossas vidas; entre uma taça e outra de vinho ou de água mesmo; o que importa?

A vontade bate ou seria o vinho ou a água ou o desejo e vamos para a cama ou ficamos por ali mesmo, onde quisermos; o que importa? O que importa já acontece em nós, em qualquer lugar que estejamos. Será que estou mais tonta do que sou normalmente?