Sabe, nunca fui de muitos beijinhos e abraços com os filhos. Creio que sempre souberam do meu amor, mas os aconchegos sempre foram de outras formas. Um monte de regras ridículas sobre como educar, cuidar, cumprir papel de mãe me ocuparam mais do que os carinhos espontâneos. Não que eu fosse uma rígida governanta -- não, mas não soube ouvir o que o meu pai sempre me falou: Joyce, aproveita e põe seu filho no colo; quando ele tiver 18 anos, você não vai conseguir. Descobri, por outro lado, que há várias formas de você dar colo -- mas podia ter aproveitado mais segurar meus filhos junto ao corpo. Com LF, o neto, não mudei muito. Quem mudou tudo foi ele. Ele vem devagarinho, puxa uma conversa e me diz assim, já me abraçando forte -- quero ficar assim muito! Ou então me chama: Joyce, vem aqui correndo! Chego lá e é para dar beijo, beijo, beijo, antes dele dormir. Não tem a menor importância, se estou no meio de um projeto, de um texto ou do que for -- ele, antes de mim, já descobriu qual é a coisa mais importante nesse mundo de Deus.
agosto 29, 2001
Como LF, o neto me ensina...
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