agosto 15, 2001

Como? Não se perder? Depois a gente se acha.

Uma amiga me disse que ninguém pode se perder quando se apaixona -- me perdi sempre, porque também se não for assim, onde está a graça?

A graça está em você ficar lembrando das bobagens, nada bobas, que são ditas; do meio-dito por conta de se manter e de se zoar com as aparências; de sonhar com ele bem perto de você, justo no momento em que está fazendo aquele maldito relatório que não relata nada do que se passa no seu coração; em rolar na cama, enroscar-se, sentindo aquele corpo pertinho, respirando você, como se quisesse guardar você em essência para sempre; pensar na carinha desamparada dele, e o melhor, nessa hora é não pensar no tempo que ele vai levar afastado, na falsa tentativa de voltar a ser como era antes de você invadir a sua vida. Nessa hora, vale a máxima da Scarlett O Hara: amanhá penso nisso.
Tive um depoimento de um motorista de táxi que disse, não sei a que altura da conversa: que não sei o que, era tipo paixão -- daquelas bem doídas! Dei uma super gorjeta para um homem com tal sensibilidade. Você não daria?
A grande diferença é que nós mulheres sempre achamos que o nosso homem é diferente. Eu acredito muito nisso -- até que ele me prove em contrário.... e eu não iria achar nenhuma graça se ele fosse diferente.
Essa história de amar; essa história daquele outro que lhe dá notícias suas -- vale para o homem, como vale para a mulher? Será que eles se pegam pensando na gente do mesmo jeito? Será que algum leitor caridoso, não quer responder a essa pergunta que não quer calar?