dezembro 01, 2001

A impaciência da vez
Depois de um dia cheíssimo, responsável pelo bagaço que me tornei à noite, e que se constituiu de cumprir compromissos em Vila Isabel, Tijuca, São Cristóvão e Botafogo, dignos de uma excursão-relâmpago tabajara, concluo que é uma chatice encher o tempo com coisas que atropelam e jogam para escanteio o tempo bom, o das escolhas pessoais.

A irritação cresce quando você quer sair do enquadro da relação madura e quer mais são todos os arroubos da juventude:

da ligação no meio do dia que diz assim: Vamos agora? E, sem tempo prá passar baton, você larga tudo e vai nessa.

daquela voz no celular, que no meio daquele rame-rame rotineiro, diz: Nossa, acabei de pensar em como adoro você.

ou do celular desligado, por conta daquela reunião comunzinha, que ao ser ligado, mostra o recado sonhado: Sabe que amo você?

Agora, presta atenção, precisa ser jovem para fazer isso? Não. Precisa é amar e não sucumbir às malditas circunstâncias que querem aprisionar o que não tem prisão que dê jeito.