maio 03, 2002

Represada na tabela das 24 horas














Uma homenagem ao meu dia.
De onde esperava apoio, um oi, um alô, não soou nada; o oi se calou. Agora vê, eu que já sou ruim de pedir ajuda, quando peço, nada. Onde está a brecha para emprestar a mão? Para fechar-me no abraço e dizer --estou aqui. Esta outrora rapadura está mais para rachadura?

Onde decidi sobre situações absolutamente inesperadas de forma mais inesperada ainda, surpreendendo a mim mesma.

Onde o abraço que esperava de um, veio de outro, do qual já pouco esperava.

Onde senti uma raiva que não sabia que tinha e um certo desencanto pintou.

Onde uma grande alegria aconteceu.

Em que dei uma aula com um ânimo que pensara acabado.

Que fortaleci idéias sobre o caráter forte de uns e sobre a tremenda fraqueza, cuidadosamente camuflada de outros. Um dia como os outros. Cheio de impressões tornadas falsas e de impressões que se fizeram verdadeiras. Mas nada disso é para sempre. Foi só hoje. Amanhã, quem sabe quem estará de um lado ou do outro?

E, finalmente foi o dia em que descobri que fazer tabela dá um trabalho danado e não compensa tanto esforço para represar umas poucas horinhas que daqui a 10 anos não terão a menor importância.