julho 28, 2002

Inspiração dominical

Você está cansado de saber como eu gosto daqui onde moro, a Urca. Pois então, apesar de eu já saber onde tem o melhor pão, de conhecer quase todos os lugares bonitos, consigo ainda me surpreender com coisas simples, que provavelmente existem por aí, aonde você mora.

LF, o neto, e eu saímos hoje cedinho para andar e comprar pão. Sabe aqueles dias em que os passos fluem leves, sem amarração ou peso? Em que você se sente leve, livre e solta? Então, foi assim. Passamos na feira. LF comprou um pastel e lá fomos nós. Na praia da Urca, todo o domingo rola uma linha de passe, sempre com os mesmos participantes. Um é cabelereiro aqui, o outro gerente de banco, enfim moradores das antigas da Urca. E o jogo é bom de se ver, pois emana uma fraternidade entre os parceiros. Na linha de passe a bola é tocada, até que lá pelas tantas alguém chuta a bola para o gol. Há regras, mas as desconheço. Vou botar o marido no time.

Fizemos as compras e voltamos para encontrar uma ave enorme, pegando um peixe; para encontrar os pescadores na mesma posição e sem nenhium peixe pescado. Andamos pela areia e voltamos, pois, como disse, hoje é dia de feira e feira é a vivência mais próxima que eu tenho de como era a Idade Média. É porque a minha é na ágora, em volta dos castelos (menos castelos e mais edifícios) e as barracas, as pessoas gritando suas mercadorias, o bom humor dos feirantes têm em mim, um efeito contagiante. Sem qualquer emoção extra o nosso passeio, mas super gostoso curtir o neto nesse lugar ma-ra-vi-lho-so.