outubro 18, 2002

Toda a família tem os seus lados que deram certo na vida e outros, tão queridos, que têm lá os seus problemas. Vou pensar em nosso país como uma família com vários ramos e vou citar somente dois ramos da família, pois estão mais frescos na minha vida hoje.

Poderíamos, sem dúvida, afirmar que o Paraná é um dos ramos que deu certo (essa minha escrita assim, como se eu estivesse dando aula, deve ser efeito retardado do Dia do Professor, se bem que hoje é Dia do Médico e eu podia falar em doença, mas estou fora). Pois então, voltando, estive em Curitiba esta semana e, como nas demais vezes, me surpreendi, com a comida ótima e barata, com a limpeza da cidade e, principalmente, com a naturalidade com que o povo entende que tudo isso é natural e de direito e não é motivo de nenhum ufanismo. Problemas há em todos os lugares e não vamos pensar em perfeições; estamos falando de busca e valorização da qualidade de vida e dos ramos da família em que há soluções planejadas para o alcance crescente dessa qualidade. Há sempre muito a se aprender com os parentes.

Mas por que me veio isso tudo à cabeça e chegou às pontas dos dedos? Porque sou carioca, logo de um outro ramo dessa família. E no meu ramo temos problemas também. Dentre eles, há um, muito perigoso porque não se assinala como um problema, mas que mascara, retarda, posterga, adia a busca de soluções. E ele se traduz nessa frase: "Apesar de tudo, o Rio continua lindo!" Continua lindo mesmo. Afinal, quem tem um Cristo de braços abertos?

Fala sério: pra que esse "tudo"? Novamente: há sempre muito a se aprender com os parentes.