fevereiro 11, 2003

Como num jogo, temos várias cartas na mão. Não há uma carta melhor do que a outra. Quem as torna boas ou ruins, são o entorno que as encaixa na perfeição ou as faz sobrar sem qualquer serventia. Como num jogo, viciados que somos nesse joga de viver, às vezes ganhamos e outras vezes perdemos feio. Dizem até que perdemos o jeito de andar. Hoje perdi muito e ganhei uma tristeza funda, tão funda como há muito não sentia, Perdi um amigo. Morreu o meu amigo Padre. Era o único amigo Padre que eu tinha. Amo nele a coragem com que enfrentou um cancer, numa guerra, como ele me disse, na última vez que nos vimos. Fui a Belo Horizonte a negócios e consegui montar uma agenda de forma que pudesse almoçar com ele. E nesse almoço até vinho ele tomou e me disse, estou 80% hoje. Não havia nada além de um homem muito corajoso, objetivo, prático e um religioso -- uma pessoa densamente humana. Muita saudade ainda está para vir e só me resta atravessar esse luto, pois o sentimento de perda tem que ser peitado, sentido, chorado e atravessado.