outubro 28, 2005

Pois então: ela aí disse para ele que a fila anda e que chegava dessa história de viajar de carona no sonho dela. Ele é que tratasse de inventar os seus. Brincar com os sonhos é coisa séria. E vai que o outro acredita que se a brincadeira ficar séria ele vai continuar. É bonito isso? Enganar assim? E a boba da outra, numa fidelidade canina ao sonho que nunca se concretiza, deixa de brincar de sonhar outros sonhos. Não é bonito isso...
Pensando bem, estou igual a uma freira que trabalhava num colégio, onde fui orientadora, que parecia viver num eterno diálogo com o seu amigo invisível. Quando você cruzava com ela nos corredores, nas escadas, aonde fosse, ela virava para você e dizia coisas do tipo: A Mariana não vem hoje aqui. Como todo mundo já a conhecia, concordava e seguia em frente. Essa minha história está tal qual a conversa da freira. Sem eira nem beira, sem mais nem porque, do nada, parti eu para um papo doido de roubo de sonho. Tsc, tsc, como se esse tipo de roubo estivesse previsto na legislação.