A última lá do Afrodite
Pego só um pedacinho e aponto você para ler completo lá.
Há certas coisas que a gente lê e ri por dentro. Acho que essa reação é na verdade uma forma de oi, olá, tal qual você faz quando vê um conhecido seu. Ler o que, em algum lugar de você já estava escrito é se reconhecer no escrito e daí o sorriso.
Porque é impressionante como os apaixonados se traem. Engraçado o uso desse verbo trair aí nessa situação. Trai a quem? A si mesmo, a quem tentava se enganar não reconhecendo o sentimento.
Então, pensa no circuito: O sentimento está lá dentro, reprimido, escondido. Vem o ato que falha e dá cabo do esquema de segurança que guardava a emoção. Escapole então aquilo que era mantido escondido. Salta para fora, pipoca nos entornos, é visto, notado e comentado pela multidão à volta. E, ao perceber que os outros sabem; você o reconhece.
A "traição", nesse caso pelo menos, é o sentimento fazendo-se ato.
E aí, meu amigo, só muita patologia para continuar negando a explosão.
E, se a patologia vencer, você que é o outro na relação, sinta-se livre e saia "para passear sem coleira".
"(...)Se você se trai e ainda assim
pensa que me engana,
se engana;
uso a sua culpa
para passear sem coleira (...)"
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