O que escondem as fachadas? O que elas teimam em dizer? Fiz um corte no olhar dessa cidade, olhei as fachadas das casas e ouvi o que falam...A maior conversa que rola, mudamente, entre muros e grades é o medo, a falta de segurança, as trancas, os porteitos em guaritas blindadas, num upgrade das antigas fortalezas. Onde estão as casas de cercas vivas? Para onde irão as "casas soltas", como diz LF, o neto, que assim chama aquelas casas que não se sabe onde acaba uma e onde começa a outra, tal o cenário comunitário que as une?
E olhando, pelas frestas das janelas de onde o pouco que se vê é muito, presencia-se muita representação. São vidas e histórias sustentadas por uma infra-estrutura de marketing tão forte que acaba funcionando tal qual propaganda bem feita: mesmo que você não consiga se lembrar do produto anunciado, você não esquece a música. Não importa o quê você esteja vendendo ou comprando. Tipo a música não pode parar. Acontece que não só pode, como deve. O que deve tocar é tão é somente aquela música que toca lá dentro no coração. Sem espaço para qualquer outra, certo? Por que senão vai ficar tal qual show decadente, onde as vedetes, cansadas, chapam o sorriso de cada dia, dançando e cantando para o salão vazio.
Pois então, concluo que nessa história tola de fachadas, o etc é muito mais importante e é onde rola a vida que é de verdade.
Fonte fotos:http://www.photosbyflorence.com/
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