Isso, além de me enquadrar nos parâmetros ideais definidos pelo meu médico, por qualquer médico, por todos os médicos, me fala que, aos poucos, retomo pedaços deixados pelo caminho.
Em função das circunstâncias, muitas vezes, enquanto umas partes da vida crescem, ganham corpo em sua vida; outras decrescem. Com toda a atenção requerida pela mãe, não tinha a menor vontade; para falar a verdade, nem me lembrava dessas aulas. Mas agora que a cabeça da mãe está ótima, retomei.
E me reapresentei. O professor gracinha de gente fez a festa habitualmente feita aos que retornam, mas não era isso que eu queria dizer. É que as aulas agora têm música. Lembra que eu disse que fizemos uma "vaquinha" (expressão antiqüíssima, mas a atividade em si, com a falta de dinheiro generalizada, está mais em moda do que nunca) e compramos um som? Então, foi ali que eu descobri o Secret Garden -- o top list dos meus cds atualmente.
Pois então, há muito me convenci de que sou uma gestaltista completa (devo estar usando esse termo, gestalt, inadequadamente, mas me serve) e concluo que música e ambiente são uma coisa só e que um não tem sentido sem o outro, se não combinarem. Há músicas que não combinam com espaços abertos ou com uma aula na praia. São para você ouvir sozinho ou com aquela companhia, você sabe qual. E hoje teve Adriana Calcanhotto na aula. Alguma peça estava no lugar errado: o cd ou a praia.
Me lembrou a mesma situação que contece, quando a gente ganha ou vive alguma coisa muito boa e da qual a gente gostou muito e quer, a qualquer custo, dividir com os outros. Então, você põe o cd novo para o amigo ouvir e intercala a audição com várias observações -- olha só essa parte! Saca o violino aqui. E por aí vai.
E com o álbum de fotografias? É a mesma coisa. Há coisa mais sem sentido você ficar vendo e ouvindo sobre fotos, completamente fora do seu interesse? Um dia desses me colocaram no colo três álbuns de uma viagem a um lugar que possivelmente nunca irei, cheio de umas gentes que nunca vi e fiquei recebendo as descrições detalhadíssimas, como se eu estivesse embarcando no dia seguinte para o tal do lugar e que sem as preciosas explicações, eu não conseguiria sobreviver nem por um dia. Aí, você tenta apressar a passagem das fotos e a pessoa faz você voltar, pois ela esqueceu um detalhe. Oh dia!
Tudo bem... cada vez mais implicante, mas fala sério...
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