outubro 30, 2002

Ditados. Escritos. Imitados. Vividos.

Então, eu adoro um ditado; não aquele da escola, mas os que confirmam os fatos da vida. Não são mandamentos, que se antecipam aos fatos, guiando, apontando para todos a mesma direção. Os ditados não têm essa pretensão. Eles não estão antes dos fatos, mas após. Me lembram os tsc, tsc, tsc diante das nossas incompetências em reconhecer que certas coisas são como são e ponto final. Os ditados são uma forma conclusiva, realista diante da vida.

Quando eu digo: "um gambá cheira outro", uma forma popular do clássico "Dize-me com quem andas e eu te direi quem és" eu estou falando de quê? De quem eu sou. Não é por acaso que você fez essa escolha, em vez de outra.

"Bate enxuga, não me quara" fala de uns tempos em que havia espaço nas casas para se quarar roupa e não havia OMO e descreve desde aquela roupinha que você não tira do corpo, como tudo o mais que cai no seu colo, não lhe dando tempo de quarar.

Há alguns como este: "ruim com ele, pior sem ele", horrível quando usado pelas mães com as filhas, no sentido de convencê-las a manter um casamento, mesmo que falido. Muitas mulheres, com certeza, cresceram ouvindo isso.

"A voz do povo é a voz de Deus" andou em desuso por muitos anos, mas está em alta novamente; se bem que ainda querem nos convencer que a voz de Deus vem por um canal de tv.

Alguns ditados eu não entendo: "rente que nem pão quente"; deve estar dito errado.

"Devagar se vai ao longe" poderia ser substituído por "divagar te leva longe".

"Quem semeia vento, colhe tempestade" uma chatice antiga, que não aceita o impetuoso, o surpreendente que revira tudo.

"Quem espera sempre alcança" depende de como você fica a esperar, mas fala de você ter esperança e, quem sabe, de viver dela.

Agora, bom mesmo é "o amor tudo pode", o meu preferido, porque pode mesmo, desde que os dois queiram, é claro! Há ainda outros sobre o amor, não tão elegantes, mas tããããoooooo verdadeiros...