dezembro 11, 2002

O jantar.

Pois então, ontem foi dia do aniversário do com, sem ou com mais ou menos sorte, dependendo do dia: o marido. E fomos para o D'Amici, um restaurante que venho namorando há muito tempo, pois ele fica em frente ao salão, onde volto e meia, volto a ter aquela aparência sonhada. E sempre via os carrões que paravam na porta e pensava que ainda iria lá. Aproveitei e fomos ontem.

Por sorte, não deixei o aniversariante ir de bermuda, tênis e meia -- aquela conhecida roupinha de comprar pão. Não que seja chiquérrimo o lugar; para falar a verdade, nem me toquei se era ou não. Falam baixo as pessoas e isso é o mais chique para mim. De-tes-to quem fala alto. E claro, sou cercada de gente que grita.

Logo que cheguei, encontrei uma conhecida, nem tão conhecida assim, mas que fez tanta questão de me cumprimentar que até estranhei. Depois, maldosamente pensei que ela estava querendo "se mostrar" (tem gente que diz se Amostrar --- mas está erradíssimo!), talvez achando que eu era frequentadora habitual do lugar e esse foi o jeito que ela arrumou de me dizer que também era. Uma tolinha mesmo! Mas tudo isso foi a novelinha que eu criei em segundos na minha cabeça tonta.

O jantar, o máximo! O neto resolve dar uma de bem mané e me pergunta o que era aquilo: manteiga em bolinhas. Presta atenção se esse garoto nunca tinha visto manteiga assim! Tá de brincadeia. O aniversariante só mandava a filha falar baixo, como se o lugar fosse uma igreja. Logo ele que queria ir de bermuda surrada. O filho chega e entra de cabeça no vinho, que eu esperava tomar sozinha ou então, bem pobrezinha, levar para casa. Não, acho que não teria coragem de aguentar a cara de pena do garçon, como que dizendo: a classe C ou D ou Z chegou ao D'Amici! Essa é outra novelinha minha, pois duvido que ele fizesse isso. Os garçons de lá são finíssimos. A filha confirmou isso. Como ela está fazendo um curso de gastronomia, está às voltas com as temperaturas do vinho, entre outras armadilhas gastronômicas e resolveu testar o garçon, perguntando-lhe qual a temperatura daquele vinho. E ele, prontamente respondeu: 17 graus. Fiquei muda na minha ignorância sobre como a meterologia interfere no sabor dos vinhos, aliás bom título para uma dissertação de mestrado.

Enfim, a comida: comi um talharim ao vôngoli, com vinho branco e alho absolutamente perfeito. O aniversariante comeu um ravioli de pato e não deu para ninguém provar. Uma massa com bacalhau e um pargo completaram o menu familiar.

Saímos. O manobrista trouxe o super Palio, bem standard. O filho entrou no seu Gol, também standard e concluímos que nem só de carrões vivem os grandes restaurantes dessa cidade.