dezembro 28, 2002

Os cinéfilos que me perdôem...

mas vou falar, sem qualquer propriedade sobre um filme qua assisti ontem; tentei desisitir de ir até o fim muitas vezes, mas assisti todo. Era italiano, branco e preto ou melhor, preto e branco, bem escuro, durante a guerra, sem ação, pobre, mas com uma mensagem extraordinariamente simples e crua. Não sei o nome. Era com a Sophia Loren e o Marcello Mastroianni. Não vou contar, pois o filme é longo. Ele era homossexual e ela uma italiana dona de casa, cheia de filhos, com um marido que achava que ela não fazia nada, cuidando da casa. Pelo pouco que eu vi, era uma personagem completamente secundária. Lá pelas tantas, ela seduz ele, o Marcello e se descobre mulher, com um parceiro que se mantém imóvel, como numa relação com ela mesma. Para ele nada mudou, ele diz. Ela revela a imensa descoberta que acabara de fazer sobre o que era uma relação de prazer. Ato seguinte, ele vai embora, pois é um dissidente da guerra e ela assiste a sua partida da janela, já noite alta. O marido a chama no quarto, ela desliga o fogão e se dirige ao quarto. Fim. Então, fiquei pensando em quantas mudanças profundas ocorrem na vida e e que ficam esmagadas, esprimidas pela falta de brechas, que as deixem respirar e passam a existir como uma planta esquisita que se alimenta e sobrevive de lembranças. Muito triste.