setembro 03, 2001

A alegria de encontrar seus pares

Sempre me surpreendo. Já disse isso umas tantas vezes; seja a supresa boa ou não, ela sempre me pega. Concluo que esta é uma das minhas melhores facetas, apesar de ser a que mais me desabriga, pois não cria as couraças protetoras. Mas só quando você está assim, predisposto ao que é novo é que pode ser gratificantemente surpreendido. Pois então, passei o dia com educadores peruanos. Pessoas de outro país, de outra cultura, de outras escolas, mas da mesma área -- a educacional. E é o máximo você se reconhecer nos pensamentos, nas fundamentações teóricas, na forma de encarar o que é educar, em pessoas até então absolutamente desconhecidas. Você conclui que a sua tribo é maior do que supunha. Deve ser o tal de sentimento gregário de pertencer. Adorei. Muito bom. Valeu tanto o dia, que ao chegar em casa, fui surpreendida pela pergunta, meio desconfiada de LF, o neto: Por que está tão feliz? Ao que eu respondi: encontrei meus pares. E é claro que ele não entendeu nada. Não precisa. O efeito da boa surpresa não se explica; a gente sente e pronto.