Pois então, nunca sonhei em me apoiar em ninguém. Esse deve ter sido um dos meus desígnios ao nascer. Imagino que há uma fila de alminhas no céu, esperando a sua vez de chegarem por aqui e, quando essa vez chega, ela recebe uma cartinha com esses desígnios, escritos a lápis. Esse detelhe do lápis, na minha fantasia infantil, é a parte mais lírica, pois é a possibilidade de trocar tudo, mudar, apagar e pode ser colocado no lugar, outro desígnio ou ser deixado em branco. É assim que fujo dessa idéia chata do determinismo.
Mas, sonhei um dia desses que as paredes da minha sala desprendriam-se do teto, como se pesadas, tivessem cedido ao peso das coisas penduradas nela. Aí pensei, mas as paredes estão limpas, pois tirei tudo das paredes... Logo após, me dei conta de que não tive a menor sensação de que a casa afundava; só havia paredes desprendendo-se do teto.
Sou a parede "limpa" e me desprendo do teto, do limite que me encerra. Olha que coisa mais legal: o peso, que são as obrigações e os compromissos, criam brechas para voar, pois não há mais teto. Posso voar, apesar de todo o peso que isso possa representar.
Tudo bem, sei que não fui muito clara, mas eu entendi. Só não entendi como até agora não expliquei o porquê da minha frase inicial. Mas isso será um próximo escrito, que como você sabe, não tem data certa.
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