Poi então, não é que hoje a revista JB Ecológico (sempre o JB) publicou algumas máximas do Nelson Rodrigues, absolutamente ótimas. Detive-me numa, particularmente verdadeira e que retrata um lado mesquinho, mas densamente humano, desses seres que somos: "Qualquer amor há de sofrer uma perseguição concreta e assassina. Somos impotentes do sentimento e não perdoamos o amor alheio. Por isso, não deixe ninguém saber que você ama".
Adoro essa forma dramática que usava para dizer as coisas, mas elas batem bem certinho com o início da poesia da Adélia Prado, que está entre as minhas favoritas, aí num dos lados: "A multidão em volta, com seus olhos cediços, põe caco de vidro no muro para o amor desistir. O amor usa correio, o correio trapaceia, a carta não chega, o amor fica sem saber se é ou não é. O amor pega cavalo,
desembarca de trem, chega na porta cansado de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena, pede água, bebe café, dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã. Tudo manha, truque, engenho: É descuidar, o amor te pega, te come, te molha todo. Mas água o amor não é."
Resumindo: o amor sempre vence!!!! Oba!!!!
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