julho 29, 2001

Desacelerar: é tempo do "Long Now" (Longo Agora)! Até que enfim!

Ufa. Posso deixar de fazer tudo correndo e começar a entender que uma vida com qualidade é aquela em que posso pensar profundamente em cada movimento realizado e em cada momento vivido.

Está em curso o movimento revolucionário chamado Long Now, que visa convencer as pessoas de que a pressa com que estamos fazendo as coisas, não nos tem permitido usufruí-las, assim como atinar sobre o seu efeito para as gerações futuras. Não se trata, de uma proposta de se abrir mão do que a humanidade conquistou ou de barrar o progresso e sim, de aprender um outro jeito de viver. O objetivo principal é preservar o passado, o presente e o futuro da humanidade.

O movimento me interessa muito e trato de trazê-lo para a minha vidinha. A parana que a gente fica, me leva a escrever pouco, porque senão ninguém vai ter tempo de ler; cria-se, então a novela, para que você possa ler tudo aos poucos; tipo história-homeopatia. A gente corre tanto, para quê?

Para se ter um infarto em paz. Para não ver como nossos filhos mudaram. Para deixar escapar da nossa vida todas as pessoas interessantes que por ela cruzam. Para não ter tempo para o amor e poder reclamar o resto da vida, a falta que o amor faz. Dito assim, dá para você sacar o absurdo que é tudo isso.

Nesse ritmo acelerado, quando os filhos estão pequenos, esperamos que cresçam. Quando crescidos esperamos que se formem e trabalhem; depois que se casem, que nos dêem netos e passamos a vida jogando o prazer para o futuro. Lou-cu-ra. Você vai perceber como, a partir de agora, vou escrever "com voz pastosa".

Vou apontar você para o artigo sobre o Long Now, publicado no Diário.no. Tem até dica de como desacelerar. A primeira é faça você mesmo o seu café da manhã.

Paro para fazer isso len-ta-men-te, iniciando o meu processo de desaceleração. Me acompanha? Não dá? Está atrasado? I "laiment", como diria a Adriana.