dezembro 15, 2001

Das inseguranças

Curtindo a casa vazia, pude pensar no que ouvi dia desses. Foi algo sobre a minha insegurança. O que ouvi foi que eu dizia que ia fazer uma coisa, desistia e isso virava sonho.

Hoje, muitos dias depois, volto ao que foi ouvido e ouço de outra maneira. Primeiro, fui usada, pois quem disse estava falando de si mesmo.

Segundo, por que fiquei procurando tanto tempo tentar encontrar em mim tal característica, como se a voz de fora soubesse de mim? Puros enganos, mas não tanto.

Muitas vezes jogo idéias para ver se o incluído nela, embarca na onda. Se não embarca, como se dá na maioria das vezes, ela vai para a "guardadeira", aquele espaço alugado na cabeça, que serve para guardar o que está latente, mas ainda irrealizável.

Vez por outra, uma faxina é necessária por estas bandas, para abrir espaço e evitar a super população de idéias frenéticas por se fazerem atos.

Outras têm mais que ir para o lixo, pois passaram ou juntaram sua neura desejosa a outra e agora são outra coisa.

O único cuidado é manter essa "guardadeira" de irrealizados desejos, no peso ideal. Tem sempre que pesar bem pouquinho. A gordura saudável, aí nessa história, são os desejos realizados. Senão é fogo na corpo, quer dizer, na roupa, como diz o antiquíssimo ditado popular.