No início achei que @joyce era "visualmente sonoro". A expressão é uma aberração, mas me serve. Depois entendi porque o escolhi. Mostra que isso aqui é o meu domínio, meu sítio, minha expansão, meu pátio, minha praia. Sendo assim, posso inventar à vontade. Posso falar do que gosto e, o que é melhor, de quem eu gosto.
Pois é de alguém de quem gosto muito que vou cansar de falar hoje. Um especial. Quer dizer, os amigos são sempre especiais, ou nós os tornamos assim, mesmo que os à volta não o vejam do mesmo modo. Não importa. A amizade tem esta capacidade de doar aos amigos o tudo, não é mesmo?
Agora, imagine um amigo, ao lado de quem você fica quietinha, com medo dele um dia descobrir que ele é muito bom para ser seu amigo. E que você é só uma pessoa bem comunzinha? Acrescente a isso, ele ser uma personalidade pública, respeitada, amada e, Padre?
Eu, que ainda carrego a idéia de que Padre está num outro lugar e de que os assuntos das conversa devem ser selecionados, admirei primeiro nele, a serenidade com que assumia o cargo e a posição de religioso. Não mascarava nenhuma santidade -- colocava-se como um homem igual aos outros e desse lugar, entendia, observava e ajudava.
Nunca me perguntou qual a minha religião; nenhuma pergunta quanto à minha fé: foram encontros de pessoas, desencaixadas das circunstâncias que as inscrevem no mundo; papos "densamente humanos". Sempre quis fazer-lhe tantas perguntas: sobre fé; sobre o por quê de eu não ter a fé dele? Queria revisitar o que me ensinaram sobre Deus, céu e inferno, pecado, .... Mas a certeza de que a religião mudou e que estas não são mais as questões, sobre as quais se debruçam os teólogos, fizeram com que elas se calassem e nunca fossem feitas.
O que nos aproximou, inicialmente, foi o fato dele ser um educador. Um educador em busca de assegurar a transmissão de valores de vida. A partir daí fui desvelando o administrador de um complexo educacional e o escritor sensível à marcha do mundo. Isto tudo aliado à cultura e à simplicidade dos que sabem da essência das coisas.
O meu gostar foi crescendo e torci, ainda silenciosamente, para ser sua amiga. Conseguimos, a
amizade nasceu e está aí. Moramos longe e nos falamos pouco. Mas sempre sabemos um do outro. Não como podem saber dois amigos que moram perto, mas como duas pessoas que se sabem lá.
Bem, o meu egoísmo está atingindo hoje as raias do absurdo, pois não só descrevo um amigo de dar inveja, como saio do silêncio e alardeio isso para o mundo! (menos, afinal são poucos leitores) Mas, repetindo a pergunta que gosto de fazer, quando sei que a resposta é sim -- - Padre, posso dizer para todo mundo que sou sua amiga? mando mais um recado para o meu Padre: primeiro, tem um monte de candidato na fila para ser seu amigo, porque todos sabem que ter como amigo um Padre é ter amigo em dose dupla..
Em nossa conversa desta semana, ele me agradece por eu ter lhe falado sobre o meu espaço aqui -- Padre, muito obrigada digo eu..
julho 18, 2001
Entendi o que quis dizer com o título @joyce
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