O tempo é a gente que faz, dizem os desentendidos nessa coisa de inferno astral. Aniversário em janeiro, acho que hoje foi o meu dia de inferno astral. Porque não aceito mais do que um.
Me bate um descontentamento insuportável: quero ser alta, magríssima, ter a pele clara como a Claudia Raia, ter os cabelos compridos e bem vermelhos. Como você vê eu só quero mesmo é me aborrecer, daí buscar as impossibilidades. E só dei exemplos das mudanças externas, pois se fosse me deter nas internas, duraria meses.
Não adianta, quando você quer aborrecimentos, você acha, ou melhor tropeça neles. Não consegui tirar nada de letra hoje -- e olha que essa é a minha característica normalmente cantada em verso e em prosa.
Baixou um espírito turrão, infantil daqueles birrentos; só não sapateio porque seria ridículo e não sei sapatear feito criança.
Foi o dia anual da exposição do que escondo, com grande sucesso, todos os dias do ano. E, ninguém perdoa essa exposição gratuita de defeitos. Engraçado, como se as pessoas fossem pura perfeição. Mas acho que rola um pacto não verbalizado, um acordo de cavaleiros, em que a regra número 1, que revoga todas as demais é: mostre somente o seu lado bom. É só o que queremos conhecer.
Está vendo a minha lógica em limitar o meu inferno astral a somente 1 dia? Posso estar meio turrona hoje, mas ainda com alguma inteligência. Tenho grandes planos para amanhã.
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