junho 19, 2001



Já aconteceu de você pensar numa pessoa que já morreu, como se ela estivesse viva?

Acho que há uns que não morrem mesmo. Outros, morrem mesmo. E o grande barato é vivermos a eternidade de ser lembrado, não é? Dessa forma, legislo sobre a vida e a morte, alicerçada pela minha neurose onipotente que tudo pode. Bendita onipotência essa minha que legisla acima da vida e da morte. Já viu que essa é uma fala de egoísta para egoísta. Quem quiser, prossiga.

O auto-retrato quase me faz esquecer a eleita do escrito -- minha madrinha. Hoje, madrinha é um negócio que esta meio fora de moda? Acho que mais ou menos. Os motivos da escolha podem ser afetivos, econômicos, ou os dois juntos, o que é a glória. Ela foi uma escolha de puro afetivo. Volta e meia penso nela, batendo palmas na janela (moro no térreo). Ela vinha e a gente confidenciava como só amigos fazem. Vou vê-la outra vez, claro. Não tenho nenhuma pressa. Talvez daqui a muitos e muitos anos à frente...

Eu e a minha onipotência outra vez.