novembro 27, 2003

Há pessoas que são suas amigas e você tem a completa certeza sobre isso. Mas há aquelas e somente aquelas que se encaixam numa determinada hora da sua vida e é com elas que você tem que falar.

Sei lá eu que forças cósmicas se juntam e te dão a garantia de que falar com elas é um monólogo com o seu espelho.

Será talvez a única miragem que irá encontrar na travessia desértica e solitária tão comum na tristeza.

Em análise fala-se no lugar do morto; aquele lugar em que o analista se instala, como um morto mesmo, não para apontar caminhos, mas para provocar você a se ouvir.

Para nós, humanos profissionais, gente comum, que quando muito tenta viver, é um lugar difícil de ser ocupado, pois no desejo de auxiliar o amigo, queremos palpitar, apontar saídas e assim, pensamos ajudar.

Muito mais complicado é você confiar de que o amigo, ao ser capaz de ouvir a si mesmo, pelas palavras que traduzem o seu desejo, encontrará a sua via de resposta. E, simplesmente, ouvir.

O grande gozo do bom ouvinte é solitário, pois quem o procurou, buscando uma solução, dificilmente reconhecerá a ajuda muda que recebeu.

Eu me orgulho de ter cruzado com gente que ouve e confia assim. Poucas, muito poucas, mas meu Deus, preciosas.

novembro 23, 2003

Mas que negócio é esse de ficar down legal, quando se tem amigos? Estou fora; não quero mais saber dessa história, apesar de não dispensar os que vêm me ajudar a molhar as plantas. Sem esses, não tem graça.

Um beijo para os jardineiros amigos.

novembro 20, 2003

Sabe quando você está down legal? Só os amigos garantem a sobrevivência das samambaias. Assim, sem perguntar o porquê, eles chegam e molham as plantas. Esses são os amigos.

novembro 14, 2003

Oi. você veio até aqui e encontrou o mesmo que havia ontem, anteontem e antes de anteontem, não é mesmo? Pois então, as coisas estã correndo e nem todas eu tenho conseguido alcançar. Para falar a verdade, voltei aqui mais por mim, do que por qualquer pessoa. Isso aqui é como aquela casa fora, que ao ser adquirida é a prioridade 1. Depois, os filhos crescem, não querem mais subir todo o fim de semana, pois está rolando um show de uma banda nova que não pode ser perdido; o namorado não pode ir aquele final de semana e, as idas à prioridade número 1 vão ficando em segundo e terceiro plano. Só que, vez por outra, temos que passar por lá para regar as samambaias.