abril 23, 2004

Para quem merece viver esse sentimento... (pesquei aqui.)

O amor maduro

O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas silencioso.
Não é menor em extensão. É mais definido colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento.

Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.
O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo. Mas vive dos problemas da felicidade.
Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem, o prazer.
Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.
Na felicidade está o encontro de peles, o ficar com o gosto da boca e do cheiro do outro - está a compreensão antecipada, a adivinhação, o presente de valor interior, a emoção vivida em conjunto, os discursos silenciosos da percepção, o prazer de conviver, o equilíbrio de carne e de espírito.

O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive do que não morreu, mesmo tendo ficado para depois, vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.

Ele não pede, tem.

Não reivindica, consegue.

Não percebe, recebe.

Não exige, oferece.

Não pergunta, adivinha.

Existe, para fazer feliz.


Artur da Távola

P.S.: Você reparou na parte que fala que o amor maduro é a relação com a parte salva de cada pessoa? O máximo!!!
É uma pena ver tanta maquilagem perdida!

abril 15, 2004

Saber que a saudade mora tanto aqui quanto lá, não resolve, mas pelo menos torna ela menos pesada. Oba!

abril 09, 2004

Pensamento chão*, de Viviane Mosé

"eu pergunto ao meu pensamento o que ele é
quando ele vem
eu não imponho que ele seja nada
eu não imponho que ele seja. eu
permito que ele seja" (p.70)
.......................................................

"do lado de fora é que deve estar nosso lado de dentro" (p.34)
......................

"parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instante
acho que ganhei presença" (p.22)

* Viveiros de Castro Editora Ltda.
Grades perigosas são as criadas pelas certezas dos outros. Essas certezas decidem sobre o que é melhor para você. sem a mínima cortesia de ouvir o que você pensa a respeito delas. Arianos e leoninos parece que são mestres nessa obscura arte das certezas. E como de praxe, nem passa pela cabeça deles que talvez o outro sobre o qual incide a sua decisão, pense de outro jeito. Isso é o que dá, quando uma persistente terra mexe com fogo.

abril 08, 2004

Ufa! Ainda dá tempo de desejar uma Feliz Páscoa para todos os meus amigos! O tal do "rol" está me tirando do sério. Parece reforma de casa velha: conserta aqui, quebra ali e por aí vai. É uma geração espontânea de afazeres chatos, que não estou encontrando brecha, nem a minha brecha eu vejo mais. Mas, um passo de cada vez, já pensei eu um dia, quando começava aprender a andar. E como se repete isso de re-aprendermos a andar de uma ou de outra maneira, não e não? Beijos para todos!

abril 06, 2004

Muito antigamente, minha mãe costumava fazer um rol das roupas que iam para a lavadeira (por que diacho eu fui me lembrar disso agora, não sei), mas fazendo o meu checklist, me vi, nos tempos atuais, fazendo o mesmo rol. Pois então:
1 mudança,
1 ligação da rede,
6 prateleiras,
5 pontos de luz,
5 tomadas,
1 rebaixamento de teto,
1 projetinho de iluminação,
1 pintura da sala.

Algumas partes vão ficar quarando por uns meses.

Muito amaciante em todo o processo.

Nada de água sanitária, pois não quero nada sem cor.

abril 05, 2004

Quando um não quer (mas o outro quer muito!), os dois brigam.

abril 04, 2004

Escrito no bloco de notas... e talvez fosse melhor ter ficado por lá mesmo...
Sou o quarto ponto das reticências. Cansei das três que deixam o não-dito ser dito ou melhor retratam as pessoas que não dizem, não fazem; só insinuam. Insinuam a si mesmas como um prêmio a ser alcançado ou como a quela maldita cenoura que colocam na frente do cavalo para que ele corra cada vez mais para alcançá-la. São só promessas; aquela imagem no jogo dos espelhos que quando se pensa perto, se multiplica em imagens menores que se afastam cada vez mais. Por isso resolvi ser a quarta reticência. A que dá o ponto final nos não-ditos. A que corta a espuma da onda. Por que, quer saber? Quero a água da onda na mão, no rosto, no resto do corpo. Chega de espuma que se dissolve no ar. É isso! Mãos só aquelas que dizem: Vamos!
Hoje constatei que meus blogs amigos continuam em seus lugares. Deve ser a necessidade de confirmar as poucas certezas que temos, que traz por aqui, meus caros visitantes. Lamentável pensar na decepção deles ao verem sempre o mesmo escrito. De qualquer forma, não deixa de ser a confirmação de uma certeza: ela não escreveu nada! Mas entre encontrar o conhecido razoável e se deparar com um novo sem conteúdo, eis uma questão difícil, que um dia acharei a solução. Por enquanto, vou regando as samambaias, pois elas não têm nada a ver com as mudanças de rumo da minha vida.