agosto 27, 2002

Pronto, eu comecei o diálogo, como se fosse ele e essa é a minha pretensiosa idéia. Criarmos um diálogo, em que os homens respondam como se fossem ela, no lugar Ela e as mulheres como se fossem ele, onde está escrito Ele. Acho que pode ser interessante pensar do ponto de vista do outro, sem sê-lo. Um dueto. Meio confuso, mas vá lá. Quem estiver a fim, coloca lá nos comentários. Estou muito solitária, escrevendo sozinha.

Update I - O dueto está começando!

Update II - Acho que o título vai ser "Vitor ou Vitória".

Update III - Está esquentando!

Update IV - Será que não há uma "Ela" para dar um jeito nessa situação? Não acredito que "elas" sejam assim tão sem iniciativa.

Update V - Pelo amor de Deus, esse casal é "meu vizinho" e eu não aguento mais essa discussão!!!!!!!!

Update VI - Acabou!



Ele - Ele com um livro na mão, mas não lia; olhava para ela, quieto e taciturno. (Fernanda) Você está calada. Está legal? (Joyce)

Ela - Estou legal, sim. porque me pergunta? para te falar a verdade, você é que me parece "calado". (Rogerio)

Ele - Eu calado? Você ficou 1 hora e meia no telefone com a chata da sua amiga... e me pergunta porque eu estou calado?? (Clarinha)

Ela - Você já reparou, querido, que os homens são realmente surpreendentes e têm uma incrível facilidade de se amuarem, de
controlarem o tempo a seu favor, e de se isentarem de culpas? Primeiro, seu humor estava ótimo e mudou de repente, depois eu
conversei com uma amiga que prezo muito, que pra mim não é chata, e o papo não passou de meia hora. Por fim, quem iniciou a sessão silêncio foi você quando começou a ler esse livro aí, lembra? (João).

Eu me lembro de que minhas amigas passaram a ser suas amigas também, assim que nos conhecemos. de repente, você se afastou delas e agora até chama elas de chatas!? (Rogerio)

Ele - É, eu tenho que concordar, naquela época eu era mais tolerante, mas chatas elas sempre foram. Agora, me diga, que tanto assunto vocês têm? (Ro)

Bom, então, vamos trocar de assunto. Soube de uma lá no escritóro que, acabou com minha crença em amor, casamento em tudo... (Maria Carbone)

Ela - Por que mudar de assunto? Acho que deveriamos resolver isso como adultos, com dialogo.. Voce sabe que eu não quero brigar com vc.. (Scald Master)

Ele - Eu não sei o que você quer. Acho que na verdade, nunca soube. Você parece constantemente insatisfeita. O meu modo de olhar pertuba, o meu silêncio transtorna, as minhas palavras machucam. Eu nunca sei existir na sua frente. (Fernanda)

Ela - tá bom.. então.. que tal um filmezinho no vídeo? Pipocas e .. sabe né amorzinho... (piscando maliciosamente....) (Neodo)

Ele - filme de vídeo? pipoca? e outras coisas? quem você está pensando que eu sou? um idiota? eu falo algo muito sério, sobre nós, sobre o modo que você tem me tratado e você quer desviar o assunto? quando eu quis desviar o assunto contando o caso do escritório você não quis, agora que a reclamação pendeu pro seu lado você quer escapar pela tangente? não. agora vamos até o fim. como você disse, "pra que desviar o assunto? vamos resolver isso como adultos", se a gente parar no meio da discussão as coisas mal resolvidas vão ficar azedando lá dentro de nós, aliás, como já estão. Pois bem. Agora eu vou falar o que está atravessado faz tempo. O que eu disse é que você parece sempre insatisfeita, sempre me leva a mal, tudo que eu faço é errado. Na minha opinião, ou você é controladora e está querendo me transformar num homem que eu não sou, ou não me ama mais. Houve um tempo em que eu era o máximo pra você, você gostava de tudo em mim, não reclamava de nada. Agora só me critica... Ou então está insatisfeita com outra coisa e fica descontando em mim. Já pensou que pode ser porque os maridos dessas suas amiguinhas ganham mais do eu? Eu sou um escritor. Nunca vou te dar o que um marido empresário te daria. Quando a gente era jovem, você me amou pelos livros que escrevi, pelas minhas palavras. Agora, suas amigas e o tipo de vida futil que elas vivem tem mais valor pra você do que eu. (Rossana)

Ela - Tá bom, eu não queria, mas já que você puxou o assunto... Você tá falando tudo isso porque você é fraco. Isso mesmo, fraco, um bundão. Nem pneu de carro sabe trocar... E por falar em livros, o que você tem escrito ultimamente, hein? Me diz... além dessas mensagenzinhas na internet para as peruas que ficam puxando teu saco... Escritor? Escritor é o marido da minha irmã, esse sim, com aquelas coisas fabulosas sobre auto superação já conseguiu até comprar um sítio em Petropólis e leva a família pra Europa todos os anos. Ela sim que soube escolher. Bem que a mamãe dizia que você tinha muito sonho mas pouca cabeça. (Alex)

Ele (incrédulo): De onde vem esse azedume da sua voz? Em que momento você se transformou nesse nessa pessoa amarga, cheia de inveja e que coloca a responsabilidade da SUA felicidade sobre os MEUS ombros? (Pausa) Sabe, de repente começo a sentir pena de você... (Luciene)

Ela - Não estou pedindo presentes. O que quero apenas é mais compreensão. Quero que você fique mais ao meu lado, que me entenda melhor, para saber o que tenho, pois sabe que jamais lhe falarei o que sinto realmente quando não estou legal. Continuo gostanto tanto de você como quando te conheci, ainda adoro seus livros e não lhe trocaria por nenhum marido empresário que me desse tudo de bom e de melhor. Como já disse, o que necessito neste momento é apenas atenção, carinho. Se estou quieta é por falta de amor. Acho que é você que não me ama mais... (Cavakiah)

Ele - Você acha isso é? que eu não te amo mais? Eita... estava demorando... vai começar com essa lenga lenga de novo?? eu não consigo entender essa sua falta de coerência... há um minuto atrás você me agrediu, me humilhou, até de bundão você me chamou, lembra??? Tudo bem... depois até tentou consertar, dizendo que me ama e os cambau.. e agora está tentando inverter a situação, dando uma de vitima?? Quer saber? eu tô de saco cheio!!!! Acho que a gente devia dar um tempo... Quem sabe você não vai passar uns dias naquela casa 'fantástica" da sua irmã, com aquele seu cunhado milionário?? (Clarinha)

Ela - ah!.. temos que ter muito cuidado com nossas palavras.. elas são verdades atiradas ao ar.. que podem se tornar algo muito pesado para levarmos conosco.. Se te te convido para um filme.. ou algo menos complicado.. é que isso está ficando nebolusoso demais... talvez.. eu acho.. alguém possa se machucar nessa nossa convrsa.. sabe.. se te amo.. não preciso de desculpas.. de justificativas.. te amo e pronto... deixemos esse assunto banais de lado e cuidemos de nossas vidas.. afinal..se escolhemos viver juntos nossa história é porque alguma coisa nós temos em comum.. ...(Neodo)

Ele: Muito engraçada você. Não precisa de desculpas? Quantas vezes você já me jogou na cara que eu nunca me desculpo?!
Tô começando a achar que você está me escondendo algo, porque eu estou aqui disposto a conversar, como você sempre me cobra, e você fugindo do assunto. E se está dizendo que não precisa de desculpas, é porque deve estar de consciência pesada e precisando se desculpar de alguma coisa, não é não?! (Adriana)

Ela--- Ahá, era só o que faltava, vc que sempre gabou de ser um homem objetivo, pão, pão queijo, queijo, agora virou filósofo, ou psicanalista é? Olha, sempre ouvi você dizer que mulher é que vive enchendo o saco, com esse papo de de "discutir a relação"... Agora, me diz uma coisa, se eu tivesse realmente que te pedir desculpa seria de que mesmo?: de te roubar? de te trair? de não cuidar da tua casa? de pensar em outro, em outra? Afinal, agora me deu um estalo: mulher pede desculpa pra homem exatamnte do que., queriiiido???? (João Antonio)

E tem mais... nada de pedir desculpas, ou de as dar.. melhor mesmo é deixarmos tudo como está... ou melhor.. não deixarmos como está... para não piorarmos as coisas mais do que estamos piorando agora.. Olha.. acabo acreditando que você não ama quem te ama.. se amasse, não me magoaria assim, com essas palavras tão duras.. Sabe... Você foi sempre a promessa não dita, a palavra maldita que gritei!... Se continuarmos assim a estrada que nos separará será tão longa e distante que nos perderemos um do outro... esse amor, não quero que se vá com a minha ilusão... Quero sentir novamente o abraço sentido, o laço firme que nos fez estar aqui agora.. Quero esquecer essa tristeza exata, essa semente de incerteza que estamos plantando agora e regando com essa discussão.. Que pode ficar assim, como ferida que nunca cicatriza... sempre a arder.. É Crueldade: A saudade no peito nosso vai doer, uma história estranha, quase sem fim.. mas se você lembrar que perdemos nossa inocência, deixando lá longe a adolescência.
Olha amor, o debate causa dor.. uma dor tremenda... Acho que não vale a pena (lembra??) ... mesmo sabendo que nunca iremos conseguir deixar de nos amar... porque, está dentro de nós dois...Amor... ficou zangado... mas foram banalidades, e eu também me zanguei por banalidades... talvez ... mas.. é melhor nos perdoarmos, e continuarmos a nos amar... há uma esperança que arde em calor em nossos corpos... ta bom? (Neodo)

Ele: Agora não tenho mais dúvidas! Você está me escondendo algo e acho melhor você abrir a boca e contar agora ou eu vou pegar minhas coisas e não volto mais, está entendendo!!!!????!!! E não estou só ameaçando não, eu estou falando sério porque isso já está me irritando! Tá me achando com cara de palhaço?! Esperança que arde em nossos corpos?! Mas quando eu te quero você está sempre com dor de cabeça, não é?! Isso está muito mal contado e eu quero uma explicação AGORA! (Adriana)

Ela - Dor de cabeça, eu? E quando você fica tomando os seus uisquinhos enquanto passa horas com aquelas piranhas escrotas da internet, e quando chega na cama só ronca feito um porco epilético?? Quer saber uma coisa, cansei. Cansei dessa sua pose de intelectual metido a besta, cheio de discursinho vazio. Vai pegar tuas coisas, vai, e corre pra casa do papai, como um esquilinho assustado pela trovoada. E tem mais. Eu andava escondendo algo, sim, mas era a minha frustração por viver com um invertebrado como você. Meu nojo cada vez que olhava tua cara pela manhã e via nos teus olhos que naquele dia, como em todos os outros, você não iria fazer mais nada do que coçar o saco e assistir televisão. Escondia porque eu te amei muito, sim, e achava que esse era o preço a pagar pra poder ter de volta um dia aquele cara por quem me apaixonei. Um homem que sonhava, que lutava, que vibrava e que me fazia sentir mais viva por dentro, contente só por estar ao lado dele. Pelo menos agora já sei que esse cara morreu, não volta mais. Virou um molusco gordo, chato e acomodado. E já que é nisso que você está pensando, não dei pra mais ninguém. Até podia, candidatos e vontade não faltaram e você nem sequer teria reparado, queridinho. Só que eu quando aposto vou até ao fim, não gosto das coisas pela metade. Bobagem de mulher, sabe, essa coisa de se entregar inteira, um sonho tão bobo como esse da esperança que arde em nossos corpos que você achou tão engraçado... Chega. Ponto final, baby. Vou dar uma arejada por aí e espero que você tenha a decência de recolher seus bagulhos e sumir antes de eu voltar.(Alex)

tá vendo só onde chegamos???.. foi você quem quis assim.. se você quer ir. vá.. não vou te impedir de fazer o que quer.. afinal, ninguém é dono de ninguém.. afinal.. somos apenas duas almas que se encontraram um dia, que se amaram.. mas, parece, passou.. se queres ir. vá.. vá viver sua vida... vá ser livre como queres.. quem sabe encontra a tua felicidade perdida.. não te preocupes comigo.. eu, sou assim, meio pássaro sem jaula.. e aceito a tua decisão.. Se queres assim... assim será.. (Neodo)

Concentrei o espírito da narrativa logo dou alguns finais à discussão, que não são absolutamente importantes, pois qualquer nova pergunta, palavra, sorriso ou afago podem mudar tudo, mas vamos lá:

E acabou não sendo o que poderia ter sido.

E acabou sendo o que sempre foi.

E viveram infelizes para sempre, cada um para um lado, amando-se à distância.

E viveram felizes para sempre, cada vez com brigas mais frequentes, pois esse era o "core" dessa relação tão estranha.

De repente, ela lembrou que o arroz tinha acabado.

E mais esse ou esse ou ainda este aqui ou quem sabe aquele outro... FIM















Domingo, na feira, um candidato a não sei o que, pregava "seu santinho" nas barracas. De bigode. Pouco depois o encontro, sem bigode. Acho que a foto era tão antiga, quanto a da minha carteira de identidade que tirei aos 18 anos e permanece até hoje.
Tem mais gente nova no Espelho. Oba!

agosto 25, 2002

Sabe aquelas balas francesas, maravilhosas, Sugar Almond, que vêm naquela lata estampada com as balas rosas, azuis e brancas? Elas, com as suas cores meigas de bebê recém-nascido, têm um efeito que dizem pra você: mais, mais, quero mais. Tem gente que tem esse efeito também, não é não?
Preciso estudar espanhol. Não é que lá pelas tantas ouvi que o objetivo era estreitar as brechas. Achei, à primeira ouvida que tratava-se de uma tentativa de diminuir a distância e era mesmo. Só que brecha lá tem o sentido de lacuna, de afastamento, de exclusão, de algo distante do que é ideal.

E brecha para mim é um espaço que se abre, uma luz que invade e dá cor. Agora pensando bem, a minha brecha também preenche e existe porque há uma lacuna, um vazio. Seria ótimo promovê-la de brecha a corpo inteiro e integrado. Bem, independente da brecha da qual estejamps falando, queremos a aproximação geral e irrestrita das brechas.
Não sou boa nessa coisa das estratégias. Pelo menos, não aquelas que exigem ação medida e controlada. Não quero ser controlada; certas horas nada como o temido prefixo des, que zoa com o controle e des-controla. É só desse que eu gosto, pois daquele do des-encanto e do des-estímulo, quero distância. Prefiro me aproximar do des-temido, do des-anuviar, do des-folhar e do des-velar.
"De vez em quando Deus me tira a poesia.
Olho pedra, vejo pedra mesmo." (Adélia Prado)
"Voltei para os frios da razão." (Guimarães Rosa, em "Grande Sertão: Veredas").

Encontrei . São versos magistrais; mas ainda bem que não me traduzem.
Retribui uma visita e encontrei essa frase num escrito.

"..Às vezes é só uma questão de não fugir de cena, abrir as cortinas e fazer com verdade o seu papel. O resto serão aplausos."

Fala sério se não é o máximo!


agosto 23, 2002

Estou contente. Esse blog, assim como outros, faz parte do livro Blogs! Seja um editor na era digital, de Marcos José Pinto. Já comprei, é claro! Vou, assim como a Rossana (que é sempre quem me informa sobre o que está acontecendo) ler o livro e guardar de lembrança.
Você viu por aí a minha brecha?
Está vendo esse espelho aí à esquerda? Aquele da Gente Bonita? Tem muito espaço vazio à espera das gentes bonitas que não se espelharam por lá. Quem sabe você se anima? Logo de cara, digo: Muito prazer!

agosto 22, 2002

Céu pedrento é chuva ou vento. Adoro esses ditados, mesmo que errem de vez em quando, como por exemplo: longe dos olhos perto do coração. Não gosto nada nada disso. Quero o triunfo do amor sobre a rotina; sobre a camisa mal passada; sobre o jantar não tão maravilhoso; sobre a dor de coluna, a dor de dente e o exagero dos drinks. E brindar a vitória nas coisas mais simples do dia-a-dia, no cenário do por-do-sol, nas longas caminhadas, nas mãos que se buscam, nos corpos que se atraem, nos pés que dormem juntos, nos enroscos carinhosos e na definitiva junção das engrenagens.
Fila de espera, espera na fila, fila de espera, espera na fila, fila de espera, espera na fila, fila de espera, espera na fila, fila de espera, espera na fila. E vai seguindo a procissão...

agosto 21, 2002

agosto 20, 2002

Disseram e acreditei (ponto).

"Sonhos e planos de há muito acalentados tornam-se realidade, ou se aproximam bastante disso. Mas é sua ousadia que força o mundo para que eles aí ingressem."

Tem coisa melhor do que previsões que traduzem completamente os seus desejos? Não que eu seja totalmente crédula nas previsões radômicas, publicadas diariamente, mas quando elas me confirmam, sou devota fervorosa. Daí o ponto no título. Certas frases não suportam uma vírgula; muito mais exigem dois pontos.

agosto 19, 2002

Não sei explicar o porquê de me incomodar o fato de estar sem vontade de escrever. E paro para pensar se isso tem tanta importância num mundo, onde tanta gente escreve e fala das coisas bem melhor do que eu. Quero tantas coisas e por não tê-las, relego a um segundo plano o que posso fazer ou o faço maquinalmente. Isso é normal? Vou perguntar aos universitários.

agosto 18, 2002

Eu prometo que não vou ficar falando sobre os últimos cinco dias, mas posso reforçar, só um pouquinho que é bom voltar ao nosso país? E ver que as amendoeiras continuam arrebentando com o outono e trocando suas folhas agora. Quer dizer, mais ou menos, pois não são todas; somente aquelas que assim quiseram. Temos então folhas amarelas, vermelhas e verdes, espalhadas pelo chão e os limpadores da rua, querendo matar essa espécie vegetal tão autônoma.

agosto 17, 2002

Chegando em casa.

Pois então, voltei às casas em que vivo. Voltar. Re-encontrar. Abraçar muito esses espaços e o que eles contêm da minha vida. O máximo!

A tal da viagem anunciada chegou ao final. Tantos foram os votos, que foi muito bom, viver na ilha da fantasia por uns dias, ainda que a trabalho. O melhor de tudo era a camareira, pedindo licença no quarto, para abrir a minha cama. Não disse que lá eu sou amiga do Rei?

agosto 11, 2002

Pois então, vou ficar fora por uns dias. Nunca vi viagem tão anunciada como essa. Acho que o aviso é para mim mesma. Eu falo assim para mim: "-Você vai sair do cenário conhecido e compor um novo, temporario, sem o compromisso das tais das raízes."

Para você, ímpar leitor, até à volta! Se cuida.

agosto 09, 2002

Expectativa: Vou me embora pra Passárgada - Lá sou amiga do rei.

Ao lado desse sentimento que é pura antecipação, alguém do seu lado diz: "E as bombas?"

Presta atenção, se isso lá é coisa que alguém precise lembrar a você. Isso enfraquece qualquer diálogo!

Ouvido por aí: "Por mais que o entorno me atribua características especiais, sei o quanto sou uma pessoa bem comunzinha. Sinto falta das performances diárias, as bem rotineiras, como de fazer um xarope de mel para a tosse; a de ir comprar o presente do amigo junto; a de ler o exame de sangue e analisar a taxa de colesterol; a de sair para dançar na quinta e só voltar na manhã de sexta (afinal viver monitorada pelo colesterol é um porre!); a de tomar o café na varanda; preparar o vinho e cortar o queijo." Odarpecyoj

agosto 08, 2002

Pronto novamente: uma briga doméstica das feias; corrida para pegar a passagem; comprar $$ (engraçado comprar dinheiro); trabalho duro das 9 às 20 horas; um convite para após a viagem; uma passada no shopping para pegar a blusa de lã e o presente para o amigo do LF, o neto; um jantar de comida japonesa... que briga feia foi essa mesmo? Me poupe!

agosto 07, 2002

Pronto: vacinada, animada, $$$ na bolsa, idéias na cabeça e domingo... lá vamos nós, para mais um roteiro que alguém esboçou e que eu vou dar vida. É sempre assim, não é mesmo? Mesmo que a idéia original não seja sua, sempre dá-se um jeito de tentar um Oscar.

agosto 06, 2002

Ontem, foi dia do meu pai. Ele morreu faz tempo, mas ainda penso nos remédios que guardava, todos vencidos no prazo, com as caixas amassadas e que nunca tomava. Tinha a mania de guardá-los. Aliás, guardava tudo e não achava depois, mas guardava também um bom humor e uma calma gostosas de se conviver.

Os armários, como lembro, tinham as portas fechadas sobre pressão, pois os guardados sempre eram maiores do que o espaço interno, em que ele queria mantê-los.

Inglês, gostava de manter o ar de David Niven e acho que até se esforçava para parecer cada vez mais com o estilo britânico do ator.
Mãe e pai, tão mãe, quanto pai, andou comigo no colo, muitas noites, por conta de uma urticária, que eu menina arrumei e que não me deixava dormir.
Já crescida, minha irmã tinha a sua companhia, à noite, nas conversas noturnas que mantinha, consigo mesma, dormindo. Ela, acordava e ficava falando, como se estivesse acordada. Só não saía andando, feito sonâmbula, mas ele, para não acordá-la, acho que achando que, como os sonâmbulos, rola a lenda que não devem ser acordados, conversava com ela, respondendo à conversa, como se fosse tudo muito natural. Eu, que era menor, nunca entendia, que conversa de bêbado era aquela, sem sentido, que acontecia algumas vezes, no nosso quarto.
Parecia que ele tinha a responsabilidade da total proteção das filhas. Desse jeito, quando a minha irmã começou a dar aulas em Senador Camará e saía de Copacabena, ainda escuro, para ir para a escola, lá ia ele, levá-la no ponto do ônibus e, recomendar ao motorista que cuidasse dela. O mesmo acontecia quando fui trabalhar no Vidigal. A escola, numa ladeira, era de dificílimo acesso. Comprou um carro e me levava lá todo o dia, pois eu estava grávida da Tina, o que justificava, para ele, esse trabalhinho extra.
Dirigia "pedra". Nunca vi ninguém que o fizesse tão mal. Uma vez, bateu numa ambulância, pois se freasse, eu poderia me machucar, pois estava no banco de trás, distraída, conversando.
LF, o meu filho, foi outra de suas paixões. Talvez, a maior delas. Passava horas, jogando futebol de botão com ele, deixando-o ganhar. Sua gravata, pois adorava andar de terno e gravata, era a Bat-corda, por onde LF subia, quase enforcando o magríssimo avô.
Acho que sempre foi magro e adorava engordar a gente. Eu fugia do tal do mingau de aveia, que os remadores ingleses tomavam, pois nunca precisei engordar. Emagrecer, sim. E ele esperava as filhas chegarem, para tomar chá ou mingau de aveia.
De repente, me dei conta de quantas são as boas lembranças que tenho dele. De quantas recordações preenchem na minha vida, os seus olhos verdes, que não transmitiu para nenhuma das filhas, nem netos. Uma lembrança lá, outra aqui e pronto, cria-se a imagem de pai. Calmo, que nunca bateu em filha, nem com uma mínima palmada; que foi tão amigo, que não eu precisaria encontrar mais nenhum nessa vida. Totalmente parcial, em relação às suas filhas, as mais bonitas e inteligentes.
Fui longe buscar isso tudo, num fiozinho de saudade que agora preenche a memória.

agosto 04, 2002

Bendita essa vida que nos dá a chance de consertar o que dissemos e/ou falamos e que nos deixa junto daquilo que é, em essência, o santo da nossa vida. Pensa assim: a vida como uma igreja, uma nave, uma casa de oração e de adoração; o Santo Padroeiro da igreja é o seu amor; os anjinhos e outros santinhos são todas as outras pessoas da sua vida. E como diz a minha amiga de alma: não vá deixar os anjinhos aparecerem mais do que o Santo!
Por aí.
Soube de um curso de comida japonesa, no centro, que quero fazer; que as pessoas que olham a vida com otimismo, vivem mais; que o Felipão disse que o Ronaldo é mimado ao que o pai do jogador retrucou, dizendo que o técnico usa maquilagem para aparecer na tv; que o Brizola está amigo do Bornhausen; que o Presidente conclui que não dá mais para viver em um "país tropical"; que tem brasileiro na ONU; que o Joaquim Ferreira dos Santos usou uma expressão ótima: mulher-corrimão! Dá suporte na subida e na descida. Não li ainda, para saber com que sentido ele a usou. Escolho essa. E, finalmente, a reaprendizagem mais importante: sorrir ainda é o melhor remédio!

Dois dias sem ler o jornal e só surpresas! E mais surpresas: Amigo, vindo das terras frias do Canadá, entre nós; amigo, vindo das terras gostosas das Minas Gerais, entre nós. O que há a fazer? Encontrá-los, é claro!