julho 31, 2002

Minha irmã teve a genial idéia de dar "tarefas escolares" para a minha mãe. São contas e redações diárias. Ela está animadíssima com as novas ocupações. A alegria vem, acho eu, dela sentir que está, concretamente, recebendo atenção de alguém. Hoje, houve uma pequena mistura de fatos, pessoas e datas, que se embolaram numa história-síntese que cobriu o curto período de 1913-2002. Mas ela vai conseguir e daqui a pouco, crio um blog para ela. Muito bom.
"Às vezes é melhor ficar quieto e deixar que pensem que você é um idiota do que abrir a boca e não deixar nenhuma dúvida." (autor desconhecido). Preciso me lembrar disso.
Garimpado aqui , graças à dica dele.

julho 30, 2002

Pay attention!

É só comigo que acontece de alguém ir no comentário e escrever: "No comprende, post pics of naked women".

Pay attention! É gente que lê no Blogger, @joyce e pensa que é site em Inglês. Os da terra, também erram bem de pouso, buscando uma boneca ---- que se chama Joyce (meu pai, quando escolheu meu nome, não sabia, eu acho, que iam fabricar esse produto). Enfim, meu seleto leitor, pelo menos você me compreende, espero.

Aliás, ninguém me prova isso, mas tenho a certeza de que há uma comunicação astral entre os amigos. Você precisa deles. Não pede nem diz nada e eles aparecem. Surgem, após tempos de silêncio grátis. E chegam, falando assim: lembrei de você. Muito boa essa sintonia, no momento que você precisa da voz amiga, dizendo, mesmo que não diga, que você é dez, nove ou oito ou dois, não importa; sou seu amigo. O máximo. Primeiro foi ela , que poderosamente, abriu os caminhos para todos os outros dizerem: Câmbio!
Pois então, seríamos cinco ontem no encontro; fomos dois. Os ausentes foram sentidos, pois são amigos, mas muito rapidamente, duas pessoas que se gostam, complementam esse espaço, usando o campo todo para conversas mais profundas, revelações mais confidentes, que não aconteceriam num grupo de cinco. Saímos com as almas lavadas e perfumadas. Somos amigos e esse é um bem, que como diz a propaganda do credicard: há coisas que o dinheiro não compra; outras ela compra sim.
...

Reticência... "figura pela qual o orador se interrompe antes de haver exprimido completamente o seu pensamento, mas deixando perceber o que não chegou a dizer; omissão intencional de uma coisa que se devia ou podia dizer.

Não uso, mas tem gente que usa, pois não ousa, não pode, não pôde ou não quis dizer. Talvez seja melhor não dizer, do que se arrepender depois, como tantas vezes me acontece. Mas ocorre que sigo acreditando nas palavras. O não-dito deixa um vazio a qualquer interpretação. É bom para quem escreve e não se inscreve no que escreve. O que fala e não diz (reticência)... Acho que estou radicalizando, como costumo fazer. Viva a reticência!


Coisa boa desse tempinho frio é o primeiro gole de café, quando a gente acorda; é dormir embolada com pernas e colchas. Coisa chata é sair dessa embolação, lavar o rosto com a água fria e desse modo, acordar.

julho 28, 2002

Garimpei dela e assino em concordância.

Eu, assim como ele ...

estou cá a me perguntar se estou viciada em Internet. Estou com uma disposição para escrever e me voltar para dentro das minhas próprias coisas, mas sabendo do que rola aí por fora. E descobri o que vou dizer na próxima despedida: "... não deixar fugir por entre os dedos a oportunidade que o destino lhe ofereceu como resposta aos seus próprios sonhos, porque bem pior é não se permitir acomodando-se em um sofá confortável e morno."

Não sei porque, mas adorei a referência ao sofá morno. Já disse uma vez que não são necessariamente as pessoas que nos prendem, mas aquela poltrona macia. Logo terei que acrescentar ao discurso da despedida que o lugar da poltrona está garantido; que pode fazer parte do kit-mudança.

De lá fui passear no novíssimo (para mim) Bonnie & Clyde onde muito orgulhosamente me vi incluída na teia de cumplicidade do lugar gostoso.

Fui surpreendida com um monte de visitas... Depois entendi que tinham partido de um poderoso link vindo do Canadá, dele , é claro, que está cada vez melhor de ler.

Amanhã é dia de encontrar um amigo muito, muito querido; rir junto e tomar vinho tinto com carne seca no Manuel e Joaquim. Não combina? Quem disse? Amizade combina com qualquer coisa.

Conheci um blog novo o Seo Benedito , de alguém que não é o Mazzaropi. Gostei.

A quem interessar...

Sou obrigada a confessar: a "gourmet" aqui se superou com a comida do almoço. O máximo!

Consultora de segunda a sexta. "Doublé" de "gourmet" no domingo.

Vê a inspiração que se abateu sobre mim: Creme de camarão com cogumelos frescos. Arroz branco. Salada verde. Falando em salada, já viu quantos tipos novos de alface há agora? Americana, crespa, francesa, uma roxa, uma roxa e verde, além da comum e conhecida velha alface. Vou colocar umas folhas de cada tipo, mais rúcula e tomatinho italiano. Vou borrifar com o azeite virgem que está no spray que comprei ontem e vai ficar uma delícia. O máximo cozinhar um dia só!

Inspiração dominical

Você está cansado de saber como eu gosto daqui onde moro, a Urca. Pois então, apesar de eu já saber onde tem o melhor pão, de conhecer quase todos os lugares bonitos, consigo ainda me surpreender com coisas simples, que provavelmente existem por aí, aonde você mora.

LF, o neto, e eu saímos hoje cedinho para andar e comprar pão. Sabe aqueles dias em que os passos fluem leves, sem amarração ou peso? Em que você se sente leve, livre e solta? Então, foi assim. Passamos na feira. LF comprou um pastel e lá fomos nós. Na praia da Urca, todo o domingo rola uma linha de passe, sempre com os mesmos participantes. Um é cabelereiro aqui, o outro gerente de banco, enfim moradores das antigas da Urca. E o jogo é bom de se ver, pois emana uma fraternidade entre os parceiros. Na linha de passe a bola é tocada, até que lá pelas tantas alguém chuta a bola para o gol. Há regras, mas as desconheço. Vou botar o marido no time.

Fizemos as compras e voltamos para encontrar uma ave enorme, pegando um peixe; para encontrar os pescadores na mesma posição e sem nenhium peixe pescado. Andamos pela areia e voltamos, pois, como disse, hoje é dia de feira e feira é a vivência mais próxima que eu tenho de como era a Idade Média. É porque a minha é na ágora, em volta dos castelos (menos castelos e mais edifícios) e as barracas, as pessoas gritando suas mercadorias, o bom humor dos feirantes têm em mim, um efeito contagiante. Sem qualquer emoção extra o nosso passeio, mas super gostoso curtir o neto nesse lugar ma-ra-vi-lho-so.

julho 27, 2002

GRRRRRRRR!!!
Sabe que não encontrei um cd ótimo com músicas do Noel Rosa. E agora? Com que roupa / Que eu vou / Pro samba que você me convidou?

julho 25, 2002

Como anda o coração

Disse-me o cardiologista que ele anda muito bem. O que sabem os médicos, não é mesmo? Cadê aquele médico que avalia aquelas batidas que ninguém ouve e que são disfarçadas de todos e vivem sozinhas no seu ritmo sem compasso? Mas fui, pois vou para um lugar frio e alto e achei melhor ver como anda o corpo. Estou super animada com a mudança, ainda que curta, mas acontece que vou com o espírito de que
Vou-me embora pra Pasárgada:

"Lá sou amigo do rei
(...)Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada (...)
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente(...)
Lá farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização (...)
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
(...) Na cama que escolherei

Manuel Bandeira que me perdoe, mas falar assim entrecortado, era fundamental.

Quando a impaciência rima com urgência

Acho que acontece sempre que bate o ciúme, a insegurança, cria-se um imbróglio de sentimentos que dizem de um lado para ter paciência, para saber esperar e do outro lado, a distância, a falta da presença dizem de uma urgência que não pode ser atendida. Um confronto de circunstâncias e por mais que a razão nos diga que a causa da distância é justa, o coração insiste em achá-la injusta... Sabia disso Manuel Bandeira e o disse em A Arte de Amar: Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Eu, cá para mim, e só para mim, pois ninguém vai saber, acrescentaria a esse final: Será?

julho 24, 2002

Pois então, voltei. Tirei uns dois dias de férias, mas aí começam as provocações dos amigos nos comentários, como a me dizer: e aí, vai ficar aí parada, enquanto a roda roda? É engraçada essa confraria blogueira, apesar de não gostar dessa palavra blogueira, excessivamente gorda. Mas, saindo da digressão absolutamente desnecessária, volto à nossa confraria virtual. As pessoas por aqui respeitam muito umas às outras. Se você lê alguma coisa e acha que o escrito tem endereço certo, você lê e fica quieto. Você não sabe de nada; ninguém te disse nada; você supõe, conclui e, muito respeitosamente, passa batido. Outras vezes você vê a porta aberta nas festas, nas alegrias e nas tristezas e entra, conforta, se solidariza, enfim é um irmão. Outras vezes ainda, há um silêncio não explicado. Aí, você chega, devagarinho e coloca: "oi, só passei para saber de você". É a deixa que você dá para o outro clarear o que há; se você é bem-vindo ou se a idéia é brincar de estátua imóvel. Enfim, apesar de eu não saber como é a ela, ou ela, ou ele ou ele e mesmo conhecendo ela , ela ou ele , os procedimentos de abordagem são sempre os mesmo. É dizer: Terra à vista! ou não? Ou então: Terra, avistas ou não?

julho 23, 2002

Falando com a minha vizinha de alma

Pois então, hoje é dia de se arrepender da ceninha que fez e dizer coisas melhores e mais gostosas, se tiver chance. Se não tiver chance de dizer, pensarei, pois hoje é dia de sonhar coisas boas para a minha brecha de luz.

julho 22, 2002

E então? Feliz?
Ouvi ontem de uma grande amiga: "Obrigada a você que com o seu sentimento, sustenta a minha vida." Não sei se foi exatamente assim, mas foi tão lindo ouvir isso. Grande amiga .
Desatualização

Ontem me convenci de que estou precisando me atualizar em vendas; se bem que não vendo nada. Cruzei com um casal de ambulantes. Ele gritava:

- Coca, guaraná, cerveja!

E ela, completava:

- 1 real.

E iam repetindo isso, sem parar, numa monotonia cúmplice.

julho 18, 2002

Quero um fondue de queijo, um vinho tinto, uma coberta quentinha. Tenho um "cobertor de orelha". Para um dia que não estava sendo um "albo notanda lapillo", até que está acabando bem.
GRRRRRRRRRRR!!!!!!!!!!!!

Hoje não foi um "albo notanda lapillo." Copiei a expressão da Anna Barbara e já posso publicar, pois já sei o que significa. Definitivamente não foi, pelo menos até às seis horas.

julho 16, 2002

Que garimpo!!!

Pois então, olhem o que encontrei: "O tempo parece estar curto demais para o esforço de sorrir amarelo." Encontrei no Eunomeiodomundo e é tudo o que me assola nesse momento, dito de um jeito que eu não disse, por total incompetência. Abaixo com as representações.

Por outro lado, veja só a incoerência, ontem ao ser consultada sobre um trabalho, feito na maior empolgação, discorri com a minha racionalidade sobre as incoerências, mais contextuais do que conteudísticas do trabalho. Profissionalmente, sérias e verdadeiras as observações. E depois, o que aconteceu? Me bateu uma culpa danada, pois fiquei me perguntando se não teria sido melhor dizer que estava bom e ponto, considerando mais o processo que moveu o autor do que o próprio produto. Ele entendeu perfeitamente as minhas observações e as levou em consideração; mas eu fiquei pensando se não poderia ter somente dado um sorriso amarelo.

julho 15, 2002

Preciso

Preciso de + disciplina, - seriedade, + controle, discordar - , + ginástica, comer -, + leveza, sair +, estampar - o que penso, viajar +, falar -, pensar - ainda, amar + o que tenho, querer - o que não tenho. Posso manter o meu sorriso e o meu humor, na maior parte do tempo.

Enfim, garçon, por favor, junto com o refresco, traz uma Joyce nova, pois essa daqui nem eu estou aguentando. Aliás, não sei como ainda tem tanta gente que vive me chamando para sair, passear. Não entendo, mas adoro quem vê o ladinho bom.

julho 13, 2002

"Craquelejar"

Amizades craquelejam; vidros de carros craquelejam; amores craquelejam. Êta efeito que só é bonito mesmo em peças de louça. É ruim o momento em que ele acontece; é ruim quando as marcas estão visíveis feito veinhas nas pernas; é ruim e bom quando elas vão sumindo, pois levam junto o que você não conseguiu recuperar, mas também isso pode dizer que foi esquecido, passou. Quero distância! Estou transparente como louça de Limoges, graças aos céus!


Tem os que passam

e tudo se passa

com passos já passados

Tem os que partem

da pedra ao vidro

deixam tudo partido

e tem, ainda bem,

os que deixam

a vaga impressão

de ter ficado

Alice Ruiz


Da série "Pena que ninguém vai ler, porque está grande"; aliás, desde o título: Saudáveis representações ou das brechas possíveis, que cá entre nós, não é título; é quase um parágrafo.

Mas quem diria, falou-me um amigo... Quando é que poderia imaginar que não acharia hipócrita toda uma situação criada? Sabe aquela situação em que os valores se recriam e se criam dentro das novas circunstâncias?
(Continuei ouvindo, pois raramente pergunto alguma coisa e ele continuou...).

Então, aí não adianta você querer carregar os seus antigos valores lá para dentro pois não vai dar certo. É tal qual mudança de temperatura. Não vá querer se enfiar naquele casaco que disseram a você que era para usar no frio, se você não está com frio. Ele vai te sufocar, incomodar e o melhor a fazer é criar uma nova combinação de peças que resulte numa roupa adequada à temperatura externa.

Cont. da conversa comprida...que deu muitos parágrafos.

Não há bom que sempre dure, nem mau que pra sempre perdure. Tudo é relativo e contextualizado a um momento que só quem está envolvido sabe qual é a melhor resposta. E se a única forma de saber do outro é ir passando por cada continha do terço, então vamos lá, até chegar ao santo e cumplicimente conversar por metáforas, que é falar como se fosse uma coisa sendo outra.


Cont. da conversa tão comprida...que acabou com a minha paciência e que quase leva junto uma amizade de anos.

Um dia, a conversa direta, profunda, em que se misturam as peles, os cheiros, as respirações, enquanto almas se fundem e tornam-se uma, tal qual frações aparentes ( mesmo sem querer, já me colocava nessa situação de brecha estreita, que mal deixa passar a mínima quantidade de ar, necessária aos ávidos pulmões, que descobrem logo quando o ar é pouco).

No outro, conversas verdadeiras, escondidas nas metáforas, tal qual nas igrejas barrocas, em que com tanto anjinho, pra esconder os santos, quem é que acha o santo?
Certo? Errado? Nem um, nem outro. Entre o certo e o errado há uma palavra de peso: amor, (concluiu com uma voz triste, mas com um certo brilho nos olhos, talvez efeito do deciframento tardio de uma das metáforas trocadas no diálogo)

julho 12, 2002

Aderi!

Google! DayPop! This is my blogchalk: Portuguese, Brazil, Rio de Janeiro, Urca, Joyce!

julho 11, 2002

Fomos à loja da Modern Sound. Ouvimos chorinho, samba-canção, Noel, ("nosso amor que eu não esqueço e que teve o seu começo, numa festa de São João; morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete, sem luar e sem violão. Perto de você me calo, tudo penso, nada falo; tenho medo de chorar. Nunca mais quero seus beijos e o meu último desejo, você não pode negar..."), Pixinguinha ("Meu coração, não sei porque, bate feliz, quando te vê,...., vem matar essa paixão que me devora o coração"), Ary Barroso e muita coisa gostosa, brasileira de se ouvir.

Eu, pessoalmente, adoro Noel Rosa. A Creuza, que trabalhava na minha casa, quando eu ainda era uma criança pequena, sabia todas as músicas dele e passava cantando o dia todo. Contava da sua vida, de como morreu cedo, da história da fábrica de tecidos e certas letras eu sei uns pedaços até hoje e gosto delas pela simplicidade da poesia. São histórias cantadas, dirigidas a alguém.
E o melhor de tudo é que foi possível ouvir as músicas e ouvir as amigas. E isso em plena Barata Ribeiro. Coisas do Rio.
Conversamos, a amiga gaúcha e eu, sobre os efeitos da informação na vida da gente. E, entre uns cafés, um sanduíche e várias coca-colas concluímos que, sem negarmos as inúmeras transparências e as revelações que vêm com a informação, desfaz-se a ilusão do mundo perfeito. "E agora eu era o herói e o meu cavalo só falava inglês...." Dá um certo desencanto, tanta realidade.

Mais tarde, chegou a nova amiga paulista, de quem gosto mais a cada encontro, e o trio ficou completo. O papo rodou mundo. Entre amigos, não há temas restritos: passa-se do esmalte com estrelinhas para o tamanho do hipotálamo, como se fossem assuntos afins; entre amigas, são. Muito bom!

julho 10, 2002

LF, o neto, me perguntou, onde fica esse país, Nasdaq. Agora vê, como explicar, que não é um país, pois não tem um espaço territorial, não tem população, mas seus humores afetam o espaço e a população mundial? Será que ele não tinha nada mais fácil para me perguntar?
"Por onde vamos passar", pescado no Wumanity que por sua vez, pescou no hipercortex

Tanta pescaria e como prêmio uma parte de um texto; uma frase até curta, mas que fala do que vem e não do que está.

Hoje parei e disse para alguém: vamos segurar a nós mesmos um pouco, em vez de estarmos sempre segurando a dos outros? Vamos abrir um espaço para as coisas boas?

É preciso ser egoísta algumas vezes, pra não cair na cantilenga chata da histérica reclamação ou do martírio das representações.


"De tudo ficaram três coisas:

a certeza de que estava sempre começando,

a certeza de que era preciso continuar

(...)


Fazer da interrupção um caminho novo,

fazer da queda, um passo de dança,

do medo, uma escada,

do sonho, uma ponte,

da procura, um encontro." Cecília Meireles (pescado (com cortes) do Matchbox )

julho 09, 2002

Curtas, mas ótimas!

Raulzito disse que faz a música se eu escrever a letra. Seria a primeira experiência de parceria virtual-musical; aliás a primeira aventura musical, para mim. Alguém por aí sabe como é que se escreve letras de músicas?

O Marcelo que tinha o Blogluz, está de volta! Oba!

julho 08, 2002

AAAAACCCCAAAAABBBOOOOOOUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!

Hoje quis gritar como aquele locutor que irradia os jogos da Seleção: Acabou! Acabou! Ufa! Ufa! Que diazinho esse de hoje. Tudo começou com a minha infrutífera tentativa de descobrir na Sul América, onde anda o reembolso do pagamento que fiz ao anestesista da operação da minha mãe. Liguei tantas vezes para Brasília, que acho que o que vier a receber, vai na conta telefônica. Depois, uma moça peruana, me cobrando a resposta à participação num seminário em Lima, que não sei como consegui confirmar que vou. Uma capacitação à distância, que foi super legal, mas que ainda não terminou. Uma roupa de frio, para um frio que não veio e que me fez sentir um calor danado, apesar do ar central. Oh dia! Oh vida!

Mas, zoando com tudo isso e no meio da briga ferrenha dos astros, pois não pode haver outra explicação: sobrevivi! Oba! Estou tão feliz! Cada dia uma vitória. E se não há aquela mão que me diz: vamos, remo, remo e não morro na praia.

julho 07, 2002

Retrospectiva dos três últimos dias; longe de ser um diário, parecido mais com uma reflexão

Um telefonema que transmite uma notícia triste, mas ao mesmo tempo, renova e confirma uma volta. E uma volta que diz, sem dizer, que muita coisa aconteceu no período da distância, perdas foram vividas e sentidas, mas a saudade aí está a confirmar o amor.

Uma viagem em que ponho à prova o meu profissionalismo e numa situação que tinha tudo para não dar certo; tudo dá certo, certíssimo, graças à experiência, cabeça fria e coração quente.

Um sonho em que me convidam para trabalhar em outro lugar, estado ou país, e que eu aceito, como uma grande solução; afinal, sou toda razão, embrulhada de emoção.

Um desencanto com uma amiga que, em parte, justificava a minha atuação de "cola", cimento ou patê, que une as partes da estrutura que até então achava que era a grande razão da vida e de minha total responsabilidade.

Um imenso desalento por me sentir assim desfocada. A total consciência do quanto estou deslocada nesse papel. A satisfação de ter o motivo para sair dele. A certeza de quem sem o cimento, talvez toda a estrutura fique mais flexível.

Uma festa junina que costuma ser ótima, abarrotada de gente, que não dava nem para andar. Três crianças vestidas de caipira, um recorde em relação aos outros anos. Uma quadrilha alegre e gostosa de se ver. Uma "puxadora" de quadrilha para lá de boa, que animava a festa. Nem sinal da canjica.

Um sol fez ir embora o amarelo-pálido do corpo e me devolveu uma energia meio que escorrida pelos caminhos daí e daqui.

O meu amigo, bananeiro da feira, levou no seu caminhão, duas camas velhas que dei para ele; estou à espera das novas.

Coloquei a poesia da Claudia, ali à esquerda, o lado coração desse pedacinho.

Um colo de mãe. Fui buscar e achei. Lembra que houve um tempo em que ela não se lembrava do meu nome? Pois então, pude conversar com ela como sempre fiz -- uma mulher falando a outra mulher. Pude encostar a minha testa na dela e abraçá-la, como só se faz com aquelas pessoas que a gente ama muito e abraça na tentativa de que essa união se perpetue em presença, quando a ausência assustar.

Li e aconselho você a fazer o mesmo: Nessa noite ainda do Porta Lateral. Já perguntei se posso roubar e, descaradamente mudar o gênero do escrito, por uma questão absolutamente necessária. Rogerio já deixou.

Foi um saldo bom, pois êta continha boa essa tal de viver o + viver.

julho 06, 2002

A página da sasseva sà airótsih assoN está aí ao lado.

A Cláudia publicou a página; Adriana a criou; o nome às avessas é da Debby; o título da Meg; os parágrafos, dos autores-artistas.

Isso é que é cooperação e construção coletiva. Simplesmente magnífico! Está aí à esquerda. Vá lá e confirme. O máximo!

A primeira vez que apareceu na tela do computador a mensagem "O programa cometeu uma ação ilegal e será fechado" ou uma bobagem parecida com essa, perguntei: O quê? Que será que eu fiz? como se um Grande Irmão estivesse espionando as minhas letrinhas digitadas com tanto cuidado. Agora, quando isso acontece, a pergunta é: Tem certeza de que foi uma só? Vá te catar Little Cousin, pois não tenho irmão. E a pergunta vale para qualquer tipo de controle que queiram me impor

Conhece aquela música "É possível ser feliz / eu sei que é / se sei / sei sim."? Acho que não conhece, pois acabei de escrevê-la; Raulzito bem que podia dar um jeito nela e musicá-la.

julho 02, 2002

Há certas frases que contém um quê do sopro divino.

Estou absolutamente encantada, seduzida, fascinada e atraída pelo conteúdo desse escrito -- "hoje, falho de ti, sou dois a sós..."

A maneira de dizer de uma saudade, preenchimento da falha/falta com a presença ausente que se une a mim para compor uma solidão solidária, traduzida nas lembranças. Coisa mais bonita de se dizer e de se ouvir.

E viu a profundidade disso? É você levar o outro em toda a viagem que você faz. É você lembrar, enquanto se veste, assiste televisão... é se distrair, abrir a guarda e pronto! Voltam as palavras, os sons, os silêncios, os risos, o prazer de estar sempre lá, ainda que secretamente guardado. Mas esses sentimentos não têm que ser guardados escondidos. Foi isso o que encontrei , no poema de Antonio Cícero.

"(...)Guardar uma coisa é
vigiá-la, isto é,

fazer vigília

por ela,

isto é, velar por ela,

isto é, estar acordando por ela,

isto é, estar por ela

ou ser por ela.

(...)

Por que se controlar, evitando estar com quem faz de você uma pessoa viva? Por conta de um equilíbrio? Quem procura equilíbrio é balança, que atinge o seu ápice quando pára de balançar e queda imóvel; a maior das incoerências essas tais balanças equilibradas.

Como vê, imobilidade só serve mesmo para elas. Para as gentes como nós, imobilidade é repouso e morte e não vale morrer aos pouquinhos, vivendo de equilíbrio em equilíbrio, de se controlar e se controlar e se controlar...

Vê só o que oito palavrinhas de uma frase fizeram desencadear em mim. Chegaram na hora certa para destamponar, o que tentava manter sob controle.

E assim disse aquela moça, minha amiga de alma.


julho 01, 2002

Da série: Aqui onde moro tem...


Rolinhas, solenemente, comendo nas calçadas.



Um visual desses.



Uma fortaleza.



Uma praia calma e sem ondas.


Pois então, apesar das rolinhas, do visual, da fortaleza e da prainha calma, sou obrigada a completar o cenário com: E uma mulher, eu, "à beira de ter um "piti" daqueles bem histéricos" (a expressão foi emprestada por uma amiga).

Que droga! Só chatice! Desce um café ou um chopp e uma brecha, por favor! Quando é mesmo que foi o meu único dia de inferno astral, hein? O que que está havendo com esses astros? Parece que estão trombando uns com os outros, num desalinho de reflexos totalmente desagradáveis. Será que esse negócio está sem gerente? Ou será que está com dois gerentes? As duas alternativas podem ser verdadeiras.

"(...) Devo estar diminuindo de novo", como li no Turista Acidental, na carta de Paulo Mendes Campos, e encontrar "hoje, falho de ti, sou dois a sós..." no post lendo Pessoa & Alvaro Campos.

Vou voltar ao meu tamanho, e não quero que seja lentamente...e sei que vou crescer e sair pela brecha que der, nem que para isso tenha que comer mais bolo.