setembro 30, 2001

Os espirros continuam firmes
Acho que piorei. A primavera costumava ser uma estação tão simpática. Que presente sem graça.

setembro 29, 2001

Um gostoso fim de sexta

Na casa da Fernanda, num programinha que de tão bom está emplacando. Levamos pães, pastas, queijo e vinho e, nós três, apesar de trabalharmos juntas e aparentemente não termos nada de especial para falar, conversamos com a sinceridade que só rola entre amigos. Para lá de ótimo!

É filme?

Já falei que sou uma "viajante" de plantão, não é? Pois então, numa história imaginária uma mulher encontra o seu homem -- e vivem o encontro de corpos-almas, acessível a poucos mortais. Como podem as almas se tornarem uma só e um não saber nem o que o outro toma no café da manhã?
Eu e os meus pensamentos sensatos dentro dessa insensatez que atende pelo nome de vida. Descubro que o bom do cinema é não ter o dia seguinte, pois o momento feliz se perpetua. Muito bom.

"Amor é quando você encontra alguém que lhe dá notícias suas" Breton

A frase já andou por aqui e está na hora de parar e pensar nela novamente, justo agora que as notícias são tão boas.

Nada de muito novo

E por que cada dia tem que trazer alguma coisa nova? As já existentes têm as suas qualidades. Então, curti ficar na minha casa, não a de boneca, mas a de verdade, por conta do presente trazido com a primavera -- um resfriado. Ah! nada romântico, um nariz entupido e os espirros seguidos. Nada que um bom vinho não resolva -- o romantismo é claro; o resfriado cura sozinho.

setembro 28, 2001

Um pouco de ingenuidade...

Assisti ontem na tv a declaração de que umas provas apresentadas na Justiça num processo não eram robustas!!!?? O que que é isso? Agora têm prova sarada e as não-saradas? Ah! de novo a sensação da velhinha de Taubaté e na falta do seu gatinho, segue o Piu-piu -- um ícone de ingenuidade, diante das artimanhas do Frajola.

setembro 27, 2001

Gênio

Em parte por conta do boicote do dia, em parte para minimizar a culpa que ele causou e, em parte porque estou com vontade de fazê-lo mesmo, estou escrevendo "prá burro" ( Fernandinha -- esta é uma expressão antiga que em nada tenta ofender a espécie e sim é usada para enfatizar uma ação que se fez em muita quantidade). Brincadeirinha.

Continuando, vamos voltar ao título -- genial o escrito:

"...Daí que já desisti faz é tempo de segurar meus desejos, encurralar as paixões pra limitar o amor, (...) Pensando bem, de um jeito ou de outro a gente termina mesmo é implodindo pela ação que vem de dentro.(...)" Epifânias Imperfeitas

Pois é, diz ele. Muito bom, digo eu.

Meio que decepcionada...

Comigo mesma. Sempre que acho que fui brilhante, ninguém compartilha da minha opinião. Pois então, achei o máximo a minha invenção da pracinha tecnológica, com balanço, gangorra, rema-rema e escorrega e parece que só eu gostei. Tenho que rever meus critérios e o meu vocabulário. Não é que a Fernandinha nunca tinha ouvido a palavra catutu. Não vai dizer por aí que é palavra do meu tempo. Oh dia! Oh vida!

Vou adorar saber de você nesses tempos confusos. Me fala?
Meu Patrono

Não vou te lembrar esta história de patrono e de dementadores. Só sei que o meu Patrono está em alta, derrubando qualquer dementador. E o seu? Não deixe ele "faltar ao serviço".

O boicote

Não é nada muito sério, mas hoje, boicotei a aula grátis. Também pudera, o ventinho que se apresentava aqui, me levou cada vez mais para as cobertas da cama quentinha. E como é bom você curtir uma preguicinha. Quebrar o decretado, só um pouquinho que seja, dá uma certa alegria...

setembro 26, 2001

Inclui nova gente no pedaço

Então, coloquei o Expressões Letradas na coluna dos blogs -- mais um muito bom.

Mais por lá, mas refletindo por aqui

Meu amigo está subindo no mapa. O Crisdias está indo de NYC para o Canadá, dar uma esquentada naquela terra fria. Tenho o maior orgulho desse amigo que me perguntou se podia dizer por aí que era meu amigo -- gracinha de gente.
Aliás, acompanhar as subidas, caídas, levantadas e derrubadas por que os amigos passam é uma das maravilhas da tecnologia. Por conta disso, temos uma lista, que garimpou cada um por aí, juntando todo o grupo que trabalhou junto. E dessa forma, sabe-se dos dinâmicos capítulos da tal da gangorra da vida: quem casou ou descasou; aonde nasceu gente; os tristes e os alegres, num terno recorte da vida.
Sabe aquela pracinha, play? Então, criaram-se novas pracinhas, agora tecnológicas e essas também têm, além das gangorras:
muito balanço, que nos leva para a frente, algumas vezes, no início, com o impulso do outro;
rema-rema, que vai para a frente e para trás, todos juntos na mesma direção e na mesma velocidade -- parece conceito de trabalho em equipe das empresas para os funcionários -- mais ainda, se parece com o discurso daquele chefe medroso que quer todos iguais, sem qualquer destaque ameaçador;
e muito escorrega -- com direito a uma subida de alguns degraus, mas uma descida com direito a friozinho na barriga. Muito bom!
Estou brilhante, não é mesmo?

Por lá, ou por aqui; talvez melhor dizer por aí.

O título mostra a indecisão dessa minha fase light. Nem ponho mais aspas na palavra inglesa, pela sua adoção de papel passado à vida brasileira. E nossa! como precisamos... Por isso é que "Comédias" já foi assistida por cerca de 10 mil pessoas. Serei a 10 mil e 1. Quanto a indecisão, já está decidido que aquilo que posso decidir é um nada diante de tudo o que quero; logo, relaxo e assim, existo.

setembro 25, 2001

Com a idade, mãe vira filha.

Nesses dias que correm, vivo isso. É que a minha mãe virou criança. A última é tomar uma cervejinha. Resultado, cheia dos remédios, quase teve um catutu. Reconheço que aos 85 anos você querer alguma coisa, é uma demonstração de saúde -- pelo menos mental, mas nesse momento, a cerveja "está na geladeira". É a célebre atenção que todos precisam, quando sentem que já perderam tanta coisa. Sabe o que acho que mais a incomoda? É não poder mais dar conta da vaidade, quer dizer, dela mesma. Deve ser feito você ter um espelho que vai perdendo a capacidade de refletir as imagens...então você fixa os olhos, tentando ver a sua imagem que já se foi, além do embaçado do espelho que está virando vidro. Mas como não suporto ficar parada sem fazer nada, vou seguir o conselho de um amigo e levá-la para passear de carro. Já que os limites à vida são maiores, pelo menos participa como observadora direta. Acho que ela vai gostar. Tomara!

O calor está no meu encalço

Oito horas da manhã, aula grátis na praia e o sol, queimando as minhas costas -- pode? É primavera. O jeito foi fugir rápidinho da aula, dar um mergulho na água limpinha. Chato, não é? Estou pronta para qualquer surpresa boa. As ruins, estou passando adiante.

A sina

Tenho constantemente a sensação de que se há uma fila, todas sa pessoas a atravessam exatamente onde estou; se há no supermercado, uma funcionária nova, é essa caixa, indubitavelmente, que escolho para entrar; que a fita das máquinas dos caixas sempre são trocadas na minha vez. Lembra daquelas plaquinhas que avisavam "Em treinamento"? Pois então, acho que não fabricam mais. Mais uma queixinha. Por que nos suportes online você não pode falar com quem você deu sorte e que resolveu o seu problema? Hoje falei com quatro funcionários diferentes e para todos tive que repetir os meus dados. O mais incrível é a disfarçada descrença das informações que você passa. Daí, você diz que recebeu deles um email, e eles perguntam: recebeu??? Nossa, me sinto um ET inferior, não aquele do Spielberg. Pronto, passou a onda do mau humor.

setembro 24, 2001

Sabe o que queria fazer agora nesses tempos confusos?

Reunir os amigos -- todos eles. Abraçá-los. Rir com eles. Recordar e fazer as pazes até com as más lembranças.

O navio que apita às segundas

Sabe aquele que ouço sempre? Pois então, está lá, apitando. Como a baía está cheia de baleias pode ser para elas saírem da frente. Ouvi que tem uma no Caju. Que falta de sorte dessa baleia. Deve ser bem nova no pedaço, senão, com certeza, não iria para aquelas bandas. Iria para a Barra ou para Ipanema.

De que mais falo por aqui

Então, relendo os escritos, descobri um monte de coisas que não fiz e não me arrependo; outras que fiz e descobri muitas outras que não disse que ia fazer e fiz. A linha telefônica foi resolvida; o escritório está em stand by; a casinha de boneca idem; as cabras pastando fora do meu jardim, continuam fora. Em compensação, como toda boa segunda-feira costumamos fazer, tomei uma nova decisão: vou entrar para a natação. Não sei ainda como vou resolver a guerra cloro x cabelo, mas amanhã penso nisso.

setembro 23, 2001

@joyce também é "cultura"?

Vou de letrinha pequenininha, porque hoje é domingo e ninguém é de ferro! Mas, vamos lá. Estou desenvolvendo a minha capacidade de garimpar dos jornais e revistas, aqueles assuntos à margem dos pronunciamentos do Bush, das guerras e mais proximamente de nós, das balas perdidas, sempre achadas em inocentes. Você se dá conta do meu esforço? Bem, veja o que consegui:
(1) descobri que um creminho para combater as rugas que inflacionam o rosto feminino pode custar 773 reais. Vou chamar um economista amigo meu para dar cabo de qualquer ruguinha inflacionária;
(2) soube que existe agora um planejador financeiro -- uma espécie de personal traineer dos dinheiros. Com ele ao meu lado é que o tal creminho não entra mesmo nessa casa;
(3) constatei que o Millôr é gênio, quando apregoa -- "A justiça farda, mas não talha";
(4) tomei conhecimento da concentração dos biguás, que acertam as pessoas que têm passado pela tal da área de concentração e, acreditem que tem gente pensando que é algo pessoal contra a espécie humana;
(5) ainda não verifiquei, mas a Revista de Domingo publica que aquela gracinha de filhote do buldogue inglês varia de 2 a 7 mil reais, porque o acasalamento é difícil, por falta de apetite sexual da raça -- que chato, não é mesmo? É a tal da lei de mercado de oferta e procura...

setembro 22, 2001

Aniversário do LF, o neto

Hoje ele faz 11 anos e parte da comemoração -- porque aqui por essas bandas, um dia é pouco, dois é bom; três já é demais -- foi durante a competição de natação. Muito bom. Amanhã, a festa segue o seu curso nada normal e vamos todos para a churrascaria. Oba! Você já sabe como gosto daquela bagunça de comidas de várias procedências, misturadas numa não-seqüência, orquestrada pelos garçons. Ali se aliam ar, terra e mar gastronômicos, como se fosse normal tê-los reunidos numa mesma refeição. Oba outra vez!

setembro 20, 2001

Continuando a minha efeméride de identificar de que mais eu falo por aqui

Para você que está chegando agora, só para te posicionar -- de que eu mais falo por aqui? Ganhou disparado o assunto Amor. Vem seguido de perto pelos meus amigos, que na verdade, são mais sentimento do que presença -- quase não os vejo. Mas eles têm ocupado boa parte da minha vida e do meu espacinho. Mas vou falar deles depois. Vou saltar para algo que constatei: por mais modernos que sejam os relacionamentos hoje, grande parte dos pares ainda querem saber se aquilo é namoro ou não. Não é o máximo da falta de desenvoltura, pseudamente moderna? Pois então, a pergunta "estamos namorando?", antigamente respondida de pronto, quando os rapazes pediam as moças para namorar, agora é só dúvida e incerteza. E não é só uma dúvida feminina. Os homens também não sabem e perguntam às moças, o que significa para muitos "jogar-se na lama"; quer dizer, sair da "certeza masculina do controle absoluto" para poder saber o que é aquilo que ele está vivendo. Adorei essa posição masculina de não-saber e de perguntar para poder saber. Quando é que os homens vão deixar de achar que eles têm que saber tudo? A cada dia me convenço de que o moderno, às vezes é tão mais complicado...

Quando acordei, o meu dia ainda não estava pronto... e eu que pensei que estivesse

Pois não é que foi um dia de improvisações? Adorei, pois acordei, achando que estava tudo mais ou menos determinado: estaria frio pela manhã, o que me impediria de ir à aula grátis de alongamento na praia. Depois, iria para para o trabalho, cuidar de uma tradução e de um curso online. Viria mais cedo para casa e iria ajudar LF, o neto a estudar. Isso era o previsto e a minha falsa expectativa, pois ainda não aprendi a viver sem elas -- eis o meu crucial erro, mas, paciência. Bem, acordei e o frio tinha ido embora, esfriar em outros cantos. Parti, então para a minha aula. A recepção após uma falta foi o máximo! O professor veio saber o que tinha havido; uma "colega" disse que eu era LEVE e ATLETA, pode? Vou faltar outra vez, para ter repeteco disso. Fui ao trabalho, após buscar um skate para o aniversário de LF, o neto. No meio dos skatistas, de terninho, eu mais parecia uma ET. Bem, recebi três telefonemas de um amigo meio querido que me redescobriu, por força de trabalhos comuns. Destino? Foi bom re-ouví-lo (não existe; inventei). Voltei para estudar para a prova do LF e encontrei mais um amigo dele para a "aula". Nos divertimos e espero que eles tenham aprendido alguma coisa. Concluo que nada como o imprevisto, para dar uma certa cor a um dia teoricamente pré-definido.

setembro 19, 2001

Está com fôlego? Porque eu estou.

Esta é só uma estratégia para prepará-lo para todos os longos escritos que estão abaixo. Estou com a maior disposição. Oba! Muito bom.

Um desejo escondido

Desejos não ficam escondidos muito tempo -- graças ao bom Deus. Pois então, andei pensando nas muitas coisas colocadas aqui nesse diário high-tech e chamou minha atenção o número de vezes que falei em algumas delas. A primeira, em absolutíssimo primeiro lugar -- o amor. Não preciso da interferência de nenhum universitário para me ajudar nessa daí. É absoluta. Meu constante ideal. Falo do amor. Inclua aí não só o amor pelo homem da minha vida. Inclua todos os amores. Pelo que há no outro lado da lua; por todas as coisas que são amantissimamente amadas: dos filhos às coisas que faço e que me fascinam. Consigo me fascinar por gente que nem conheço e por coisas que nunca fiz e que, provavelmente nunca farei. Talvez você tenha os seus próprios exemplos; eis o meu. Sinto um frio danado. No entanto, imagino que descer uma montanha de neve numa prancha de snowboard, deve ser uma imensa sensação de liberdade e deve ser um vôo maravilhoso -- quase tão grande quanto o que dei agora. Há (?), com certeza, coisas tão boas quanto o silêncio de paz que abraça os que se amam num momento de amor; quanto o abraço apertado daquele de quem, até então, só a saudade apertava. O amor que sai pelos olhos e que algumas vezes uma foto capta. Depois falo das outras coisas de que tenho falado subliminarmente às vezes e não tanto em outras. Na verdade essa era a minha intenção -- mas esse meu maldito pensamento confuso e não linear....Será que só sou eu, com essa minha tendência mediana de sempre?

Por aqui

Posso parecer para você impaciente, mas realmente sou, com as pessoas que quando conversam com você, fazem perguntas e respondem. Nem se aventure a tentar responder. Não está no script. Trata-se de um monólogo e você um mero figurante sem fala na história toda. A primeira vez que vi isso, meio distraída, pensei -- vai ver que eu perguntei e nem me lembro, por isso ele está respondendo. Mas qual! É hábito irritante mesmo. Parece palestra chata para acordar a platéia. Só que esta técnica é usada só como frase de efeito e asssim mesmo no início da conversa e, para meu gosto, uma única vez. O tempo todo é muito chato. E as pessoas que falam com você, pressupondo todo o tempo que você é um desatento de carteirinha? E dá-lhe "veja bem" para explicar as coisas para você, parecendo que se não ver muito, muito bem, não vai entender. Pareço impaciente? Vai me dizer -- fala sério -- que você tem paciência com esses discursos circulares?

setembro 18, 2001

Bom para festa junina

Se eu morasse em Itaipava, faria no sábado uma festa junina/julina em setembro. Não tem carnaval todo o ano nesse país tropical? Então, por que não poderia acender uma fogueira, tomar quentão, comer canjica, dançar quadrilha? O tempo está perfeito para assar uma batata-doce, que nem gosto, mas assim mesmo assaria, por que não? Criar o meu próprio calendário. Se as amendoeiras fazem isso aqui na Urca, por que não? Aliás essa pergunta -- por que não? -- não me faço há algum tempo. Por que será?

setembro 17, 2001

Acreditei no frio

Me empolguei com o frio no sul e saí encasacada como se morasse em Itatiaia e meu trabalho varasse a noite. Resumo, lá pelo meio dia, queria encolher o casaco, aliás casacão. Quando é que essa carioca vai entender que mora no Rio e que por mais civilizada que esteja a temperatura, aqui não neva?

Sinceridade rara

Conversei com um amigo que me surpreendeu pela sinceridade com que derrubou um dos ícones masculinos -- dirigir! Começou a surpresa ao confessar que é "um barbeiro". Você conhece algum homem que confessa isso? A confissão não parou por aí; completou dizendo que detesta dirigir. Vai partir para uma moto, pois segundo o seu raciocínio se andava bem de bicicleta, terá boas chances com a moto. Assim que ele comprar a tal da moto, passo para você as indicações para que você se afaste, assim que o vir pela frente, atrás, ao lado do seu carro, ou perto de você.

setembro 16, 2001

Hoje

Domingo meio chuva, meio feio, meio gostoso. Muita cozinha, visitas, conversas e um ótimo humor, apesar do vento, cantando nos fundos da casa. Não sei porque ele só canta lá. Deve ser pelo mesmo motivo que algumas pessoas só cantam no banheiro -- aliás não conheci ninguém que fizesse isso -- acho que é força de expressão. Bem, fiz um arroz com lula, o máximo; um frango assado com creme de milho, novamente o máximo e adorei o meu diazinho comum, sem nenhuma elocubração de faltas ou de carências me martelando. Toquei as leituras e agora, estou aqui, escrevendo que -- cada dia a vida está mais nítida, como me diz o celular. Mesmo nos domingos nublados. Agora, é hora de ficar enroscadinha, curtindo o frio que chama para o quentinho da cama.

Ampliando o lance do nó

Já gosto de um assunto intrincado, ainda mais quando o assunto são os nós e os dilemas que eles trazem por trazerem ou por não se realizarem como nós dramáticos, sofridos e esperados. Então, afinal qual o problema com o nó? Ele é útil; serve para firmar alguma coisa até então frouxa. O complicado é quando a gente passa a achá-lo muito apertado, acha que está dominado por ele e fica pensando que virou problema, porque vai ser difícil desatá-lo um dia. Se está apertado é porque os pares precisam de muita proximidade, tal o enredamento que os une e os reúne no nó. O nó é um invento densamente humano para se adequar às medidas das circunstâncias, nas quais estamos circunscritas como gente.

Como vou colorindo a vida

Bem, na verdade nem me dei conta de que fazia isso. Achei-me descrita assim num site de busca. Gosto dessa de mexer com tintas e, ainda mais de brincar com elas, pintando aqui e ali, uns pingos para quebrar o decretado. Cores fracas, suaves, fortes e com riscos marcantes. Andou meio tudo cinza, mas já estamos partindo para usar o resto das opções coloridas que estão por toda a parte.

setembro 15, 2001

Um sábado com chuva e mais nada

Nesses tempos nem ditado antigo se garante. Havia um que dizia: Não há sábado sem sol, domingo sem missa, segunda-feira sem preguiça. O domingo e a segunda têm se garantido, mas que sábado é esse? Então, me baixou o espírito dos escritos e das leituras. E fui no Epifânias Imperfeitas e li sobre o Dilema. A leitura me trouxe um ou uns, ainda não sei. Só sei que o escrito é ótimo. Ele deixa uma pergunta no ar ou na rede...

Toda prosa

Nossa! há quanto tempo eu não ouvia essa palavra -- prosa, de convencida mesmo, de envaidecida e chega de parecer Aurélio. O motivo é a citação de uma coisa que escrevi lá no Afrodite que, bom do jeito que é, me encheu de orgulho.

Conversa ouvida no elevador

Não me esforço para ouvir a conversa dos outros, mas num elevador é impossível evitar; ainda mais se o assunto interessa. Dois rapazes conversavam e um se queixava de como estava gastando dinheiro, pois estava solteiro -- "na pista". Continuou dizendo que com namorada, você aluga um filme e tudo bem; mas sem namorada, tem que sair, ir para barzinho etc. Saíram do elevador, certos da economia que uma mulher hoje pode representar na vida de um homem. Sozinha, a ficha caiu suavemente e me dei conta que há "solteiros" e "solteiríssimos". Os primeiros têm namorada; os outros, só as despesas de investimento para arranjarem uma. Estado civil que nada -- estado sentimental. Muito bom. Assim, você não é "fiel", porque é casado ou o que for; o é porque ama; porque é uma escolha. Ainda que seja uma escolha por questões econômicas. Ah! Que maldade a minha, que fez acabar com todo o romantismo da história!

Ih! a patrulha, mas sem fulanizar!!!!

Há tempos estava querendo usar essa palavra -- fulanizar. Ela é engraçada, pois torna o banal, o comum, em algo que nada tem de banal ou de comum. Gosto dela. Bem, saindo da maluca digressão que caracteriza o meu pensamento mais não-linear do que linear, estou escrevendo ao meu leitor assíduo, sensível criatura, para provar, de uma maneira meio boba de que retornei à joyce que ele acha que conhece, uma vez que ele já chegava a se preocupar se eu voltaria ou não a ela. Para convencê-lo das minhas ótimas intenções, não de ser necessariamente a mesma, mas ainda joyce, com um beijo.

setembro 14, 2001

Tina X o Labrador

Tina está de mal com o cachorro, por ele ter comido o biquini novo. Cachorro carente crônico -- quase um melancólico -- devia ir para a escola, pois parece quase gente. Ela diz para ele: - Não quero falar com você! e ele vai para baixo da cama, numa atitude de total concordância da falta cometida. Não fala, não mente, não escamoteia o que fez -- só admite. É claro que vai comer outra peça de roupa outra vez, vai levar bronca e vai novamente para baixo da cama -- não muda o seu comportamente institntivo, mas também não mente. Por isso, não é gente. É um cachorro. No bom sentido, é claro. Diferente de algumas gentes.

Oba!

Já sou outra vez, uma ótima companhia! A opinião é minha; não tenho o aval de ninguém para essa afirmação -- mas como ninguém também disse que eu estava insuportável antes, posso dispensar o alterego dessa vez e me bastar na boa. Puxa, cheguei a pensar que não iria conseguir. E sabe o que me ajudou? Sair de mim e partir para o entorno -- respeitando o meu tempo. Também se não fosse assim, bastava comprar um livro de auto-ajuda da vida, aos montes por aí e tudo se resolveria. Estou contente com a alegria da Adriana; por ter encontrado gente interessante; por ter sabido ouvir e ajudar os que estavam à volta -- nada parecido com a Madre Teresa -- mas bem melhor do aquela chatinha, mas muito chatinha mesmo, que baixou nessa praia aqui ontem.

Aliás...

não resisto às pessoas que têm uma risada gostosa e que sabem assoviar (eu nunca sei se é com v ou b), com os dois dedos na boca. Creio que se eu soubesse, iria fazer mais barulho do que esses navios que andam apitando por aqui.

A véspera do dia da Adriana

Amanhã é o aniversário da Adriana -- a lourinha mais simpática, alegre, risonha e gracinha. Sabe aquelas pessoas para quem não existe o "podia ser melhor"? Assim está ótimo, ela parece estar sempre a nos dizer, com aquela risada alta, de rompante, que não nasce devagarinho, mas irrompe, fazendo você rir da risada gostosa. Muito bom. "I laiment", como ela diz às vezes, não estar rindo ao lado dela há mais tempo.

setembro 13, 2001

Amanhã será outro dia

Que pérola, não é mesmo? Mas, ninguém é brilhante sempre. Na minha escalada para o sucesso mediano -- passei da decepção, parti para a patetice, entrei na era da raiva, iniciei a minha reação -- meus olhos voltaram a brilhar!!!!! Os olhos e o riso são sintomas claríssimos para mim. Pois bem, com a volta do brilho e do sorriso e, apelando para a minha natureza extremamente intuitiva, sei das coisas boas que estão por aí. Estou acordada. Oba!

Vou falar baixinho: estou chatíssima!

Sabe quando você mesma se reconhece chata, impaciente, fazendo tudo errado, perdendo a paciência com as pessoas erradas? Pois bem -- muito prazer! Sou eu. É ruim essa constatação da perda da idéia falsa de que impacientes e chatos são os outros. O homem que veio fazer uma instalação e liga para o meu trabalho, perguntando o que devia fazer; a moça que queria, na hora do jantar, confirmar o meu endereço de correspondência; a notícia de que a mãe, tomou vinho escondida, contrariando a orientação do médico; LF, o neto, querendo saber quanto é 9x7 -- na quarta série de escola particular -- e ainda não sabe??? Tudo o que "tiro de letra", hoje não tirei. Mas, pensando melhor, sabe aquela casinha, os cds, os livros, as cabras dispensadas de pastarem no jardim, aquele abraçar forte, juntinho? Sabe onde tem uma casinha assim? O resto eu tenho e o que não tiver... será que não tenho mesmo?

setembro 12, 2001

Você, talvez como eu também...

tenha sido obrigado a por os olhos nas suas proximidades. Dessa forma, fui chamada a lidar com o meu dia-a-dia. Isto significa conciliar a minha visão de cidadã do mundo, tentando compreender que mundo é esse, que eu achava que conhecia -- com os cuidados com a mãe de 85 anos que tomou conhecimento do atentado, mas não queria perder o seu médico; com as atenções que LF, o neto, exigia, em sua nova fase de letrista encabulado; com a falta da Dona Ieda, com suas constantes doenças das segundas-feiras; aos projetos escritos que para acontecerem têm que sair do papel -- enfim, requisições não necessariamente nobres, mas que constituem a vida. Concluo que como pessoas comuns, não podemos desvalorizar a qualificação como uma coisa menor. É muito trabalhoso ser comum. Somos umas multifacetadas criaturas que negociam as dores e as alegrias e a maneira como resolvemos essa negociação nos determina como pessoas. Nada heróicas; apenas comuns. Umas mais do que as outras.

Eu, talvez como você também...

seja do tipo que não sabe o que dizer em situações de dor. Num enterro, por exemplo, tenho sempre a sensação onipotente de que poderia ter as palavras perfeitas que minimizassem a dor do outro. Pura ilusão. Na maioria das vezes, diante da minha incapacidade assumida de encontrar as tais palavras mágicas, me calo e abraço muito o outro. Aquele abraço forte, em que tento transmitir as palavras que faltam. É essa a minha sensação agora. Sinto que não há lugar para nenhuma palavra. Se fosse possível, seria só tempo daquele abraço forte. De tudo o que vi e ouvi, faço o registro de relatos como o do Marcos Sá Correa, de 12.09.01, (no.com.br) que mostra como "Os americanos reagem" -- "...Um dia depois da terça-feira que pretendia quebrar a espinha (...)".

setembro 11, 2001

Absolutamente perplexa!

setembro 10, 2001

Tinha um navio apitando por aqui...

Adorei escrever com essa letrinha, tipo exame de vista. Ocorre que já é tarde e assim parece que elas fazem menos barulho e, chegam até você, como quero que todos os escritos cheguem -- suavemente. Mas lembra de que eu falei do encanto que tenho com os apitos dos navios, entrando na barra? Não entendo nada de navegação e nem sei porque uns apitam e outros não. Enfim, tenho a certeza que um dos meus poucos leitores comandava aquele navio que passou a tarde quase toda apitando aqui na minha porta. Aquele som forte, rouco, que faz tremer, sem fazer temer, lindo, apesar de meio triste, comandou parte do meu trabalho e com certeza há reflexos dele nos meus resultados. Mas, por que será que um navio apita? Será que como os apitos dos guardas, cada som é um código? Por que será que não me contento só em gostar do som? É tão mais simples.

Apresento-lhe uma lembrança muito querida

Coisas de arrumações... Pois então, dando conta daquela bagunça anunciada, encontrei o que sabia que tinha, mas não sabia onde estava -- alguns poemas de um grande amigo, com que trabalhei e vivi a amizade mais profunda que tive nessa vida. Foram inicialmente seis anos diários e depois, todos os anos seguintes até a sua morte. George Miguel Pereira era o seu nome e o poema abaixo, parte do que ele escreveu e só me mostrou muita confiança depois.


Meus nervos não falam,
O torpor me invade;
Eu me embriago
Eu me esvazio
E eu quero deixar a marca deste vazio
como um cão raivoso
quase sedento;
Sedento de amor de nós,
de ti,
de mim.
Amor - amor
Patético, sublime,
Imenso.
Amor que deprime
que se vinga,
que chora,
que canta,
mas sobretudo um amor que ama.
Da série -- as lembranças trazidas pelo olfato.

Ia escrever as lembranças que entram pelo nariz, mas achei que ficou com cara de Rinosoro ou Afrin, então poetisei um pouco. Mas meu amigo lembrou do cheiro de bolo no forno, associado à sua avó. Tenho o perfume Lancaster, um perfume argentino, com o qual a gente tomava um verdadeiro banho, antes das festas, lá pelos 16 anos. Éramos todos com o mesmo perfume, rapazes e moças. Tinha um amigo que não cheirava a Lancaster -- cheirava a gin. Era uma garrafa vestida. E como adorava dançar comigo, acabei criando um novo perfume Gin Lancaster. Até que o nome tem um certo apelo comercial, não é?

Ele voltou

O que me prova que amigos se encontram em qualquer lugar, depois de haverem se encontrado uma vez. Muito bom!

O melhor amigo do homem ou água para mim e leite para o cão, como dizia o Fantasma

No moderníssimo título, desencavo um herói de quadrinho que tinha uma noiva há uns trezentos anos, que era imortal, que tinha um cão. Isso tudo quando eu era bem criança, logo talvez agora a imortalidade tenha ido para a casa do chapéu. Bem, mas lembrei-me não dele, mas do seu cachorro, porque o meu foi muito bom na minha escalada para o top, após a tremenda derrubada que vivi. Ver o Hemp se jogar no mar, com tudo, sem nada de salto ornamental, observar a forma como ele se lança na água-liberdade fez surgir de novo o sorriso em mim -- na verdade foi só-riso admirado e o pensamento, ele nunca vai levar uma derrubada igual àquela. Que bom!

setembro 09, 2001

Que pena!

Deu um problema nos comentários e os antigos sumiram. Como tudo é frágil. Aqui nem o escrito se garante? Vamos em frente, começando outra vez, novas conversas e quem sabe do amanhã? É sempre um começar, e quem disse que não é bom? A vez é sua!

É Natal!?

A dúvida é por conta do cheiro do peru que estou assando para o almoço. A força do cheiro é uma coisa séria. Às vezes, sinto a presença de uma pessoa, mas é ilusão. É só o perfume e assim mesmo emprestado a outra pessoa que traz para mim algumas lembranças. Isso acontece com você também?

Uma Feira que é a cara do Rio

Pois então, assim é a idéia da Babilônia Feira Hype. Já teve mais a cara do Rio do que tem hoje. Como todo o movimento que nasce alternativo, parece que no momento em que é "adotado" pela mídia, perde um pouco do seu charme. Está acontecendo no ATL, que pra mim ainda é Metropolitan, nome perfeito para aquele lugar imenso, cheio de rampas, rampinhas e degraus inesperados. Show de dança do ventre e Eduardo Dusek estiveram lado a lado na programação e talvez programação tão confusa e nada convencional tenha sido a coisa mais cara do Rio de toda a Babilônia. Evento assim, perfiro ao ar livre. Comprei uma blusa que tem um beija-flor, beijando uma boca pintada de mulher -- parece esquisito? Afinal, numa feira alternativa é que eu não iria comprar aquele terninho de executiva-chefe de seção.

O Cristo Redentor está fora das maravilhas do mundo!

Então, nosso Cristo, para não privilegiar questões religiosas, está fora da escolha das sete maravilhas do mundo moderno. Que pena. Enfim, como ele está aqui pertinho; como é uma maravilhosa simbologia para a nossa cidade; como para quem mora aqui onde moro é um infalível barômetro; como ele é bonito com sol, ou meio encoberto, de dia ou à noite; vamos combinar assim -- ele é a nossa maravilha e pronto!

setembro 08, 2001

Dia tal qual o tempo

Moroso, calmo, ora com sol, ora nublado. Assim como eu. Falando de outra coisa, trouxe minha mãe para a minha casa, para passar uns dias. Ela gosta daqui. O convívio com pessoas idosas nos obriga a ser lúcido, a fim de não sucumbirmos às exigêncas constantes de atenção que requerem, tal qual as crianças fazem. Luto para que ela mantenha o que conseguir de independência própria, porque se não for assim estou frita e além de frita, perco a paciência. Parece frieza? Pode ser, mas faz bem a ela e a mim, preservar a nós duas e não estragar tantas lembranças boas que existem.

setembro 07, 2001

Eu queria ter escrito isso...

Você não lê certas coisas que gostaria de ter escrito? Encontrei uma dessas no Epifânias Imperfeitas. Já viu como sou fã dos escritos de lá, não é mesmo? Não que o autor tenha se antecipado a mim; creio que é um dom dele, escrever o que eu queria dizer -- e não sei. Está lá, uma das milhares de coisas que eu sinto e não sei dizer, em Além da Demarcação. Muito bom.

Visão vesga

Após a irritação de ver o meu direito de ir e vir prejudicado pela interrupção da via de acesso criada para encurtar as distâncias, saio, finalmente, da visão egocêntrica e, como se tivesse recebido aquele soco na boca do estômago que nunca levei, a ficha cai estrondosamente e me cobre de uma vergonha -- envergonhada. Vem à memória a canção do Chico, Construção, que com sua queda interrompe o trânsito e a irritação com o engarrafamento causado, escamoteia a vida miserável de tantos. A expressão "morar embaixo da ponte" nunca encontrou encaixe melhor. Pensar que crianças de quem não falam os livros infantis vivem na Favela da Lacraia. A maioria das crianças de classe média, aquelas de quem falam os livros, nem sabe o que é lacraia. E eu e tantos outros, preocupados com a agenda prejudicada pelo incêndio, em que duas crianças morreram. Vergonha.

"Dividir para reinar"

Coloco entre aspas porque não conheço a autoria. Ouvi isso ontem e pensei na verdade que essas palavras mostram, bem escondida por trás delas. Concessões é do que elas tratam, pensei. De como você se coloca como personagem secundário, à espera da sua "fala" de protagonista principal. E nessa gangorra de papéis, você vive e sobrevive -- ora conseguindo o que quer, ora saindo de cena para a aparição do outro. Acho que a isso denomina-se convivência pacífica. O duro é viver todo o tempo ao lado de alguém que se intitula dono da tal gangorra. Uma chatice! Quase tão grande quanto ser encarada pela bagunça de papéis,agora os concretos, que como num fenômeno de geração espontânea, cresce durante a noite, e que como numa provocação desafia você a organizar aquele mini-escritório. Não sou mulher de fugir à luta e vou dar conta dela.

setembro 06, 2001

Ainda bem que os meus amigos partiram pelo Santos Dumont

Já imaginou se o vôo fosse pelo Galeão? Possivelmente passariam o feriado dentro do táxi, congestionados na Linha Vermelha, a quase submersa, a afundada. Decididamente, as construções mudaram. Os castelos da França que o digam. Essa obra afundada não é recente? Como é que afunda? Enfim, o Rio, tal qual uma mãe enciumada, não quer que seus filhos partam. Quer retê-los por aqui. Do jeito que o cáos se instala a cada véspera de feriado são grandes as chances de conseguir. A um amigo, que ia para Itaipava, lembrei-lhe que poderia ir pela Brasil e depois pegar a Rio-Petrópolis, sem passar pela Linha Vermelha. E os assaltos à noite na estrada? É uma parana só. Se morre, ou então, aproveita e dá um capricho naquele escritório que foi descupinizado há tempos e que aguarda uma arrumação. É a minha escolha, pois parece que praia -- só para andar.

Meus amigos partiram

Voltaram para suas casas. Foram dias de bons momentos, de estreitar relacionamentos, de trocas de olhares e gestos cúmplices, coisa comum entre amigos e também em amantes das mesmas coisas. Como são inteligentes os novos amigos. Gente séria, dedicada à educação, com quem aprendi muito. Cada um do seu jeito, respeitando o jeito do outro; sem competições internas; aceitando os novos como se fossem velhos amigos. Nossa! Como tenho sorte.

setembro 05, 2001

Nunca fui um grande sucesso em nada.

Sou a pessoa mais mediana que conheço. Desde que eu fiz um teste de inteligência e fiquei -- ainda bem -- na média, nunca mais saí disso. Falo ainda bem, não porque não quisesse estar acima da média. Não -- digo ainda bem, porque não fiquei abaixo da média -- se é que o tal do teste estava certo. Quer ver um exemplo? Nunca "estourei". Quem me ama nessa vida, primeiro gostou de mim, depois me conheceu mais, até que me amou. Sem esforço meu, é verdade, pois não acredito que você tenha que se esforçar para ser amado. Tem que ser você e emplacar para valer. Nada de vistorias rápidas comigo. Às vezes acho que é o meu signo o culpado por esse ritmo médio-lento; outras vezes o meu medo; outras vezes ainda, o dele. De qualquer forma, quando o amor acontece, "vai prá cabeça" e não é nada mediano. É forte. É o tudo. Esse pedaço é o que mais gosto. E sempre muito, muito acima da média.

Clima de Copa do Mundo pega a cidade de assalto

Hoje foi daqueles dias em que todo mundo foi trabalhar de carro, a fim de chegar em casa mais cedo, para assistir ao Galvão Bueno gritar à vontade sobre as emoções previstas "NO MAIOR CLÁSSICO SUL-AMERICANO". Resumo: trânsito caótico! Não sei de onde saem tantos ônibus, táxis, vans e carros particulares; ou então, ocorre um fenômeno fantástico de estreitamento das ruas, ao mesmo tempo em que os sinais ficam todos vermelhos sincronizadamente -- uma coisa medonha. Meus amigos e eu, que fomos tomar aquele inocente chopp, quase desistimos de voltar para casa. É gozado o "frisson" que se apossa da cidade e, em especial dos motoristas. O que me trouxe, estava às sete e meia em Copacabana, querendo estar às oito em Caxias, para ver o jogo. Tolinho! Ainda mais com aquele carro falhando, desregulado, segundo ele pelo excesso de gás.
Nada, porém, foi suficiente para tirar o bom humor adquirido no encontro.

setembro 04, 2001

Conforme ameacei...

Voltei para conferir se o dia foi legal como estava anunciando aquele céu azul. Impressionante como acho que não estou falando sozinha. Se eu chegar a responder às minhas próprias questões, me interno.

Bem, lembra dos meus amigos paulistas? Estão aqui. E ganhei mais dois. Éramos seis, agora oito, aquele número que deitado fala do infinito. Mas, impressionados mesmo são eles com o nosso Rio. Chegaram a comentar que nessa paisagem, não há espaço para depressão. Menos. Isso rola por aqui, como por lá e pelos outros lá. A hora é de programar o chopp, uma passada no Caroline Café, misturar pastel com queijo brie; pois essa mistureba é a cara do Rio.

Os amigos peruanos, também por aqui, por sua vez, impressionados estão é com o nosso caloroso inverno. Meias de seda? Como? Enfática informo: É inverno!!!

O que ninguém entende é que nós, os cariocas da gema e os adotados, desistimos há muito de pensar no tempo e naquele casaco que grita e implora para sair do armário. Quem sabe em fevereiro, carnaval, pleno verão, tenhamos um dia de frio terrível e possamos estreá-lo? Quem sabe de fevereiro? Por mais que confie em horóscopo, a verdade é que nem sei do amanhã. Prefiro assim.

Já deu uma olhadinha...

para o céu, hoje? Nunca vi nada tão azul. Muito bom. Minha intuição me fala de coisas boas vindo dessa beleza toda. Oba! À noite, a gente se fala mais e confere se foi tudo tão legal mesmo, quanto o dia prenuncia.

setembro 03, 2001

Nossa! Como a gente muda...

Menos. Algumas pessoas se orgulham de permanecerem as mesmas. Fala sério, tem que ser uma característica super favorável para ser motivo de tal permanência. Ligando isso a nada disso, pensei no presente que Tina, a filha, comprou para uma menina -- um diário com chave!!!! E me lembrei do de couro vermelho, com fecho em forma de coração dourado, com chavezinha dourada, que tive, quando tinha a mesma idade da tal da menina. E agora penso nesse espaço aqui, em que todo dia escrevo, em que não cabe o couro que protege o escrito e que não só não tem fecho, como muito menos chave. É, só ficou o coração com uma muda de cores. Prefiro assim.

Há um tempão que eu não pergunto: - Tudo bem com você?
Jean Paul Jacob andou pelas bandas de cá

Marcos Sá Corrêa publicou a entrevista que ele concedeu a Tito Montenegro, durante palestra para educadores brasileiros. E percebo uma rota bem interessante, que é fruto da minha interpretação: a desmitificação da tecnologia-mito é seguida pelos exemplos das inúmeras novas possibilidades tecnológicas que, por sua força e impacto, tratam de recriar o mito. O máximo! Esclarecendo o meu confuso pensamento para mim mesma: o mito que envolve a tecnologia, na verdade, revela tão somente, parte do que é a incrível possibilidade inventiva do homem -- a força do que é humano. Gosto muito disso.

A alegria de encontrar seus pares

Sempre me surpreendo. Já disse isso umas tantas vezes; seja a supresa boa ou não, ela sempre me pega. Concluo que esta é uma das minhas melhores facetas, apesar de ser a que mais me desabriga, pois não cria as couraças protetoras. Mas só quando você está assim, predisposto ao que é novo é que pode ser gratificantemente surpreendido. Pois então, passei o dia com educadores peruanos. Pessoas de outro país, de outra cultura, de outras escolas, mas da mesma área -- a educacional. E é o máximo você se reconhecer nos pensamentos, nas fundamentações teóricas, na forma de encarar o que é educar, em pessoas até então absolutamente desconhecidas. Você conclui que a sua tribo é maior do que supunha. Deve ser o tal de sentimento gregário de pertencer. Adorei. Muito bom. Valeu tanto o dia, que ao chegar em casa, fui surpreendida pela pergunta, meio desconfiada de LF, o neto: Por que está tão feliz? Ao que eu respondi: encontrei meus pares. E é claro que ele não entendeu nada. Não precisa. O efeito da boa surpresa não se explica; a gente sente e pronto.

setembro 02, 2001

Viva o Pequeno Príncipe -- ele sabe!

Apesar das "misses" de antigamente quase detonarem totalmente o Exupery e o seu Pequeno Príncipe, há coisas escritas ali que ficaram para sempre. "Você é responsável por aquilo que cativas". É o máximo do compromisso com o outro, não é mesmo? Por isso, para você que me perguntou sobre os meus blogs do fim-de-semana, peço desculpas pelo meu atraso. Aquele pingüim me derrubou, mas estou acertando o passo. Aliás, falando em passo, acrescentei o blog Epifânias Imperfeitas à minha lista de favoritos com a gentil concordância do autor. Passa por lá é lê o que está escrito sobre passos e calços. Muito bom.

As coisas do domingo

Um dia em que a rua te chama -- eis o domingo de hoje. Não recusei. Andei 2.400 m na praia; voltei e comecei a lutar com uma carne assada e um macarrão "au gratin"; fui para a feira; voltei e ataquei a carne outra vez; ajudei Tina a arrumar as compras; esperei Janey, a irmã, vir de Laranjeiras e voltei para a praia com ela, complementando a cor; P, o marido, voltou de Copa, onde foi ver a chegada da travessia Posto 6-Leme -- que Tina ia fazer, mas perdeu a inscrição; me dediquei exclusivamente à carne assada; conclui o macarrão. Estou escrevendo aqui, sentindo uma delicioso cheirinho que me diz que a carne está no ponto e o macarrão está o bicho. Esse Rio é o máximo! Num lugarzinho pequenininho como a Urca, você consegue tal movimento. Bem, nem todos. O Hemp hoje está meio cabreiro, pois o pai, LF, o filho, não apareceu para levá-lo para nadar no cais. Ele foi surfar em Saquarema e o Hemp sobrou. Amanhã, LF, o filho, conserta isso. Espero, senão serão mais algumas blusas minhas mastigadas pelo cachorro carente.

Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

"Não fosse isso e era menos não fosse tanto e era quase", do Paulo Leminsky. Está lá publicado no perhappiness, um blog bonito na forma e no conteúdo, repleto de obras lindas.
Quanto ao poema, concordo -- o amor não acaba, se de fato existe. E a única rima para amor é cor! Dor, nem pensar, certo?
Going up

Sabe aqueles dias em que o que você mais quer é um colo? E sabe justo, quando você o busca, vem alguém e pede colo a você? Só rindo. Bem, eu tentei buscar o colo da mãe. E fui visitá-la, lá em Jacarepaguá. Insisto em dizer que é longíssimo para quem mora na Urca. Bem, em ver de ganhar um colo, tive que ceder o meu e nem achei correto encafifá-la com coisas minhas. Desisti e busquei o meu próprio colo -- afinal as aulas de alongamento estão sendo mais úteis do que poderia jamais imaginar. Mas, eis que surge o sobrinho, super amigo, querendo "a receita" para sair da fossa. Só rindo novamente. Não sei como, saí com ele. Não sei se o ajudei, mas ele me disse a coisa mais bonita que eu poderia ouvir no meu momento. No barzinho para onde fomos, ele, o Ricardo, diz, comentando para a Tina que, "Minha tia é muito bonita, ainda mais depois que a gente a conhece". Nossa! Arrepiei. Sinto muito brindar você com essa auto-exaltação; mas era tudo o que eu precisava confirmar para o meu estraçalhado ego.

Olá

Mensagens de "sai dessa, moça", me acordaram para a festa das amendoeiras aqui na Urca. Elas circundam toda a orla e são absolutamente autônomas em seus cliclos de renovação. Quem disse que as folhas caem no outono? As delas caem quando elas querem; e de cada árvore de uma vez. Então você tem uma festa de folhas verdes, misturadas com amarelas e vermelhas e uma calçada coberta de folhas. Lindo! Claro que os garis discordam completamente dessa gracinha delas. Enquanto varrem, novas folhas velhas caem sobre as suas cabeças, zoando com o trabalho deles. Está meio parecido com o nascimento do pingüim do zoo? Estou me esforçando para sair da quarentena.