maio 29, 2003

Sabe aqueles momentos em que as suas roupas subitamente caem mal, parecem compridas ou curtas, apertam onde não apertavem e sobram onde não deviam sobrar? Pois é hora de fazer ginástica, malhar, andar, se mexer, virar saudável. Estou nessa fase e comecei a ginástica grátis na praia. Na verdade, meu momento é agora aquele em que não é aconselhável, rir, tossir ou me levantar bruscamente. Tudo dói. Se me empurram ou esbarram em mim, vou para o chão. Esses dores musculares deveriam transformar-se imediatamente em ganhos na silhueta, mas nada disso aconteceu, ainda. Não estou considerando os efeitos maléficos do suadouro sobre os meus cabelos -- eles têm cãibra, quando molhados de suor.

Vou esperar os resultados, quer dizer, vou ver quem ganha essa peleja: as dores ou a minha força de vontade. Por enquanto, está empate.

maio 27, 2003

Nos orelhões também se ama

Oi, sou eu. Quero saber como foi lá no médico. (Pausa) Correu tudo bem? (Grande pausa -- a pessoa do outro lado deve ter contado em detalhes a tal da visita ao médico, talvez justificando o que sabia que viria a seguir) Uma saudade tão grande de você! Sabia que já há tempo suficiente para um esquecimento oportunista, ocupar a minha cabeça e varrer você de vez? (Pausa -- imagino que foi o momento para os protestos veementes da pessoa do outro lado, que, de certa forma, já havia iniciado a "sua justificativa" na fala anterior -- esperta(o)). Então está bem. (Desliga o orelhão).
Agora dei para ouvir conversa dos outros no orelhão da praça. Nossa! Não, foi só uma ouvida de passagem -- pode acreditar.

maio 26, 2003

Quero ir para as serras gaúchas. Por que quero sempre uma coisa que eu sei que não vou fazer? Que aliás, nem está nos meus planos? Afinal, é ótimo viver nessa estação do ano; andar cedinho; fazer alongamento na praia; ir para o meu home-office, fora da minha casa (novo conceito); reunir amigos; fugir do RJTV. É querer ser chata mesmo; se queixar histericamente; fazer birra; espernear --ridícula mesmo. Pronto! Passou.
E sabe do que mais? Todas as vezes que antecipo no pensamento, uma realização, ela não se realiza. Paarrrrrrrece que há alguma coisa a me mostrar que não mando em nada mesmo. Tipo assim: faz a sua parte e espera. Não venha querendo definir, pois quem define tempo, hora e lugar não é você. São as tais das circunstâncias...Eu e a minha escrita hermética e incompreensível. Quem sabe assim, eu driblo as tais das circunstâncias?

maio 22, 2003

Em certos dias, mais do que em outros, sinto a urgência no ar -- a urgência de realizar. E logo eu, que há muito desacreditei nesse "para sempre", quero viver essa ilusão. Certas voltas essa vida dá, que não dá para desacreditar para sempre...

maio 19, 2003

E se de repente, ali sentado à sua frente, descobrisse que não é tão linda assim, nem tão jovem assim, nem tão interessante assim, nem tão inteligente assim? Segundos de insegurança, demolidos assim que sentiu que os pés dele buscavam os seus. Ufa! Mas mulher sofre, não é não?

maio 18, 2003

"Não sou audiência para a solidão (...)" (Tribalistas)

Por mais que goste de ficar sozinha, aceite bem a minha companhia, gosto de ser é par.

maio 17, 2003

Quem já brincou de Bandeira? E de Queimado? Alguém ja saiu pelas ruas com os sapatos altos da mãe, enormes brincos pendurados, echarpes no pescoço? E as bonequinhas de papel? Aquelas americanas, de artistas de cinema, com vestidos de baile e capas de pele. E o volley no meio da rua, com uma corda presa nos postes ou nas ávores, dividindo os campos; os carros paravam, a gente levantava "a rede" e então, eles passavam. E brincar de selva, quando os galhos das árvores cortadas, ficavam na rua à espera do caminhão de lixo? Pois então, isso são coisas da minha velha infância.

maio 11, 2003

Há muito tempo não me baixava uma sensibilidade tão grande para o sentido de família como me aconteceu hoje. Curti cada engarrafamento, cada fila na churrascaria, cada disputa por um garçon, com uma complacência bem-aventurada. Não sei de que sentimento fui tomada, mas como valorizei a família. O espaço deixado pela ausência da mãe talvez tenha exacerbado essa vontade de preencher de alguma forma essa falta. Bem neurótico e humano, isso. Só sei que reinava desde ontem, esse ar familiar. No shopping, vi um grupo de adolescentes carregando uns pacotes e completei a história: foram juntos comprar os presentes. Em contraponto às famílias reunidas e aos garotos comprando presentes, vi em Copacabana uns outros garotos que moram nas ruas e para esses não pude arriscar um final; só pensei numa pergunta: E as mães? Onde estarão?

maio 04, 2003

Essa frase "É a vida..." nos faz perder o que ela tem de melhor e aceitar os minguados 50%, não é não?
Indicação roubada do Matchbox: "Para que serviria uma relação?" Usei como um questionário para validar as minhas...
Da série: Ai que saudade que dá... o Baticum, a Donana, o Só pra Variar, a Subrosa, a Taperouge e a Turista Acidental. Será que têm agora novo endereço e a moça aqui não sabe?

maio 01, 2003

Falta riso em sua casa?

SE falta..., isso não é bom. Uma casa que ri é viva, tem humor e é boa de se ficar. Não falo daquele riso social, ensaiado, comedido. Falo daquele solto, incontido, sem motivo, compartilhado. Ser educado sob o ditado "muito riso é sinal de pouco siso (s ou z?) é uma dos maiores males da sociedade contemporânea. Quem inventou isso era um mal-humado de carteirinha e que não tinha encontrado o amor de sua vida. Parece que um dia o encontrou e dizem até que na sua "causa mortis" constava que morreu de tanto rir, depois que descobriu que enganou a tanta gente durante tanto tempo.