agosto 31, 2001

Criando um código

Vamos combinar assim: sempre que eu estiver down legal; sempre que estiver atônita e impotente diante das decisões alheias; sempre que o choro contido for a minha única reação -- vai constar aqui a nota: nasceu um novo pingüim no zoo.

Hoje nasceu um.

Aniversário do Marco, meu amigo guru-presencial

Pois então, meu novíssimo amigo faz vinte e pouquinhos anos de muita pureza, graça, ingenuidade e sabedoria. Como podem coexistir estas qualidades numa pessoa? Só você conhecendo ele. Uma super felicidade, meu amigo!

agosto 30, 2001

E chegou a quinta!

Falei ontem tanto em agradecer e não agradeci a você que, aí na outra ponta, "fala" comigo. Gozado isso. Imagino você uma pessoa que pensa assim algumas vezes: "- Ah! muito grande. Não estou com saco". Outras vezes, aquele que esboça um sorriso -- nunca uma gargalhada, pois não sou tão engraçada assim. Pode ainda ser que outras vezes pense -- "é mesmo!" Outras ainda diga para dentro - "puxa, que troço chato!" Pode falar tudo o que quiser; eu não ouço mesmo. Este tipo de comunicação tem essa grande vantagem que também é um limite. Um não vê o olho do outro. Isso é bom e não é. Como não vejo se você está gostando ou não, sigo a minha intuição e vontade. Do seu lado, você expressa sem receio o seu gostar ou o seu não-gostar sem medo de ferir suscetibilidades. Imagino você, arranjando um tempo para dar uma passada por aqui. Só para ver se ainda estou aqui. De repente, nem é muito importante o que está escrito. Afinal, histórinhas tão comuns não são do interesse de muita gente. Por que volta, então? Alguma coisa nós criamos juntos, meu único leitor. Seja hábito ou vício. Prazer ou simples confirmação. Não importa. De uma forma, da qual nem sabemos falar direito, nós nos conhecemos. Se você pensa que me conhece mais do que eu a você, ledo engano. Lembre-se de que eu escrevo para alguém; portanto, no meu imaginário esse alguém existe. Possivelmente, temos alguma coisa em comum a mais do que veiculava aquele propaganda que existia há tempos. Ah! ia me esquecendo... que bom tê-lo por aqui. Muito bom. Obrigada.

agosto 29, 2001

Como LF, o neto me ensina...

Sabe, nunca fui de muitos beijinhos e abraços com os filhos. Creio que sempre souberam do meu amor, mas os aconchegos sempre foram de outras formas. Um monte de regras ridículas sobre como educar, cuidar, cumprir papel de mãe me ocuparam mais do que os carinhos espontâneos. Não que eu fosse uma rígida governanta -- não, mas não soube ouvir o que o meu pai sempre me falou: Joyce, aproveita e põe seu filho no colo; quando ele tiver 18 anos, você não vai conseguir. Descobri, por outro lado, que há várias formas de você dar colo -- mas podia ter aproveitado mais segurar meus filhos junto ao corpo. Com LF, o neto, não mudei muito. Quem mudou tudo foi ele. Ele vem devagarinho, puxa uma conversa e me diz assim, já me abraçando forte -- quero ficar assim muito! Ou então me chama: Joyce, vem aqui correndo! Chego lá e é para dar beijo, beijo, beijo, antes dele dormir. Não tem a menor importância, se estou no meio de um projeto, de um texto ou do que for -- ele, antes de mim, já descobriu qual é a coisa mais importante nesse mundo de Deus.

Mais uma reclamação.

Ontem, a Adriana, uma das minhas leitoras assíduas número 1, reclamou: - você escreveu pouco. É um problema. Se está muito é porque está muito e ninguém agüenta chegar ao final. Se está pequeno, é porque está pequeno. Se falo do filho, cadê a filha? Se falo do cachorro, onde está o gato -- mesmo que não tenha gato. Vai continuar falando da aula grátis? Você não trabalha?
Como é fácil o convívio humano. Oh, dia! Oh, vida! diria o Hardy, ha ha.

Então...?

Que quarta-feira feinha... Eu adoro esse grande divisor semanal. Nos dois primeiros você fica meio abobado, cumprindo o que é obrigatório. A partir da quarta, você já se aprumou e parte para negociar as suas coisas. Serve para refetir...Ontem, presenciei um comportamento que admiro: saber agradecer, mostrar-se grato a alguma coisa. Sou tímida e não sei fazer isso bem. Fico logo com os olhos cheios d'água e encabulada. Tem gente que fala com sincera naturalidade e espontainedade comoventes, principalmente porque não estão preocupadas em comover ninguém -- só querem expressar gratidão. Fiquei sem graça; tentei brincar, mas fiquei comovida. É um dom saber agradecer. Preciso melhorar; ser menos econômica nos elogios; e não me envergonhar do que os olhos insistem em espelhar, quando me emociono. "Cada dia mais nítido!" como me diz o celular.

agosto 28, 2001

Ah-say-ee!

É o açaí, chegando às academias de NY. Está lá no Diário.no.

agosto 27, 2001

O que eu sei fazer.

Um amigo me disse que eu devia falar do que eu faço bem. Há muito espaço para pouca coisa. Mas o que faço bem, é convencer as pessoas para aquilo em que eu acredito. Antes eu tinha uma enorme ansiedade para que eles chegassem a esse convencimento e, se por acaso, eu achava que não haviam chegado -- ficava down, repassava tudo para ver onde tinha furado a estratégia -- loucura. Hoje, conto e falo para elas de onde estou. Vou com tudo o que está na cabeça e me exponho; peito aberto às perguntas; às dúvidas e às críticas -- que aliás pouco aparecem. Creio que porque não estou defendendo nada, estou só falando do meu lugar, não há críticas, pois elas seriam pessoais e não às idéias e conceitos. É isso. Sonhar e cavalgar o sonho, sem porém tirar os pés da terra -- João Cabral de Mello Neto falou alguma coisa parecida, só que claro, muito melhor.

A falta (?) que faz assistir a TV

Eu pouco assisto TV -- em qualquer canal, seja aberto ou fechado. Mas sabe que isso é um probleminha para o convívio social? A maior parte do tempo em que se fala do que está rolando ou para rolar nas novelas -- fico muda. Hoje, sem querer, me enturmei. Enquanto jantava, cedíssimo, começou a novela das 7, na Globo. Logo de cara, uma música tipo a do Gabriel, o Pensador, cantava a trama da história, enquanto alternava cenas atuais e passadas. Cenas curtas, tipo flashs, mas que davam conta do recado. Fernanda Montenegro e Raul Cortez (é com z?) são dois dos protagonistas e mais o Cuoco. Ela volta para se vingar de alguma "aprontação" do passado. Mais ou menos óbvio, mas parece que vai ser divertida, pois ela, além de mágica, é engraçadíssima;o Raul Cortez é um magnífco ator charmoso e engraçado e o Cuoco, quanto mais quer ser sério, mais engraçado. Oba, agora vou poder entender tudo o que conversam à minha volta!

Falando em mostra...

Da série "@joyce cada vez mais exigente...", estou fazendo a maior economia. Dessa vez foi por conta da blusa que uma moça, tentando vendê-la para mim resolveu me amostrar. Fiquei sem a blusa, mas economizei alguns reais. A minha reação é corrigir, como professora cujo "uso do cachimbo fez a boca torta" -- mas não consigo. Acho que a pessoa vai ficar melindrada e certos acertos requerem um certo grau de intimidade para serem naturais. Enfim, não interfiro e fico irritada comigo. Situação esquisita, não acha?

Ah! os sonhos...

Pronto, resolvi tudo; consegui tudo; estou radiante em descobrir como foi simples. Sonhei e resolvi. Aí acordei e li o jornal -- pronto, estragou tudo. Quanta loucura! Nossa! Quem disse que a mostra do surrealismo é só no CCBB? Está em toda a parte.Será que não estou mesmo com nem um pouquinho de sono?

agosto 26, 2001

Comente. Esqueceu?

Sabe quando você está falando ao telefone e a pessoa do outro lado fica em silêncio? Você pergunta: está aí? está me ouvindo? Pois então, aqui é a mesma coisa. Que diário que nada. Eu sempre escrevo para alguém. E esse alguém se materializa no comentário. Muito bom! Adoro uma boa conversa.

Pescador-amador é fogo!

Tudo bem, reconheço -- "é fogo" -- é uma expressão antiquíssima. Mas serve. Chegando a um tempo mais próximo, ontem fui pescada na murada da Urca. Não enxergo lá muito bem, mas deu para ver que minhas pernas, não sei como, ficaram enroladas por linha e anzol de um pescador que em vez de jogá-la para o mar, jogou-a para trás. Não deu nem para ficar irritada, diante do homem tão sem graça na minha frente. Ele tinha levado o filho para ensiná-lo a pescar. Coitada da criança; poucas chances de novos aprendizados. Oba -- disseram os peixes. Menos dois.

Há coisa melhor?

Do que olhar profundamente para quem você ama? Entrar pelos olhos-portas para o caminho norte da alma e se aquietar por lá? Ficar silenciosamente junto, falando o som inaudível das emoções? Me fala se há coisa melhor. Vou logo avisando que duvido que haja.

Errei feio

Você deve ter pensado onde é que eu moro, para ter tido um sábado cinza como falei. O dia abriu-se magnífico ontem, acho que assim que acabei de escrever. Também não sou a moça do tempo dos jornais nacionais da vida, logo posso pintar o dia da cor que quiser.

Que dia! Que praia! Que bom!

Fugi cedo da cama. Se não fizesse isso e tivesse sucumbido à preguiça do domingo de manhã, teria perdido a praia vazia e não teria conseguido estabelecer com o mar a cumplicidade que acontece quando você e ele podem ficar um olhando para o outro, na paz. Personifico o mar como um grande e vaidoso exibido que se mostra em toda a sua beleza para quem tem o bom gosto de admirá-lo. Fiz isso e feliz com a platéia que lhe dei, ele fez-se lindo. Andei, pisando em sua espuma; apaguei o amarelo do corpo; ouvi o movimento de seu corpo-ondas e adorei. Como para mim onda é só para se olhar, parti para a praia "de dentro", calminha, sem nenhuma ondinha e mergulhei. A água salgada está entranhada no meu corpo. Nada de vida sem sal.

agosto 25, 2001

Ler é o melhor programa para um sábado cinza claro...

Encontrei nos blogs Afrodite e no perhappiness delícias para serem lidas. Ontem descobri um novo -- para mim, o Epifanias Imperfeitas. Confira tudo e vê se não é para dar uma parada, respirar fundo, antes de seguir em frente, para um lado, ou para o outro, ou para trás. Afinal, quem sabe qual é o melhor caminho?


Estou me afastando lentamente -- mas estou

Acho que estou "lendo" as pessoas numa distância maior. Sabe aquelas demonstrações de poder e do jogo que fazem com ele, quando sabem que você quer uma coisa e impedem, só para mostrar que podem impedir? Coitadas. Que jogo inconsciente estreito, sendo tão amplo, porque o inconsciente tudo pode. Depois, ficam arranjando racionais para justificar o porquê do impedimento. Se eu fosse de dizer palavrão -- olha que aí cabia bem certo um deles. Enfim, prefiro pensar no ditado popular -- Ajoelhou tem que rezar. É um meio-dito, mas por hora serve. Sinto muito, você não deve ter entendido nada, mas estou falando sozinha. Será?

Um sábado tão sonolento como eu ou Cada vez mais egocêntrica...

Tudo meio cinza. Não aquele cinza chumbo, pesado e triste; mas aquele cinza tímido, sabe qual? Meio que pedindo desculpas, por estar impedindo o sol e, por conta disso, trazendo claridade e dizendo: tudo bem, não tem sol, mas que tal sair e andar? Pescar, talvez? Fazer aquela comidinha gostosa. Ler o jornal sem pressa, pois não vai dar para tirar o amarelo do rosto mesmo. Essa a minha leitura dessa manhã. Particularmente ela me diz-- Pronto, criei as condições ideais para você arrumar essa bagunça. Pode fazer isso sem a culpa que pinta sempre que dá praia e você não vai. Tiro de você tão difícil decisão." E eu que não gostava da cor, estou até revendo este meu gosto.

agosto 24, 2001

Quem diria...

Algumas vezes me sinto a própria Velhinha de Taubaté, personagem criada por Luiz Fernando Veríssimo, senhora que em tudo acreditava. Para mim, falta o gatinho... Surpreendo-me com o título da reportagem "A mentira verde" sobre o Greenpeace, minha ilha de credibilidade sobre a Terra.
Continuando a tentativa de destruição da minha sexta-feira, "Governo expulsa PC popular das escolas". E, culminando, parece que aquele serviço de Vaga Certa não deu certo: os "fanelinhas" voltaram às ruas do Rio. Está tudo lá no Diário.no. Por enquanto, só li as manchetes, pois elas me aguçaram. Acho que vale conferir. Farei isso.
Mas, hoje é sexta-feira; há muitas coisas boas vindo por aí -- possivelmente outro pinguim nasceu no zôo e passa bem; quem sabe o amor é possível, dentro das brechas da vida; a temperatura do Rio está muito mais civilizada do que o próprio Rio e vou tratar de agarrar o que for bom pela crina. E você, vai ficar aí parado, pensando em como tudo podia ser ou estar melhor do que está? Sai dessa, "que seus filhos não fugirão à luta". Oba!

agosto 23, 2001

O boicote

Hoje, comecei pelo boicote. Matei a aula grátis. Droga. Por outro lado, se faço alongamento por prazer e o meu prazer foi ficar mais tempo enroscadinha na cama -- estou em paz, certo? Esquece -- estou falando sozinha. Aliás, antigamente, quem falava sozinho não "batia bem", dizia-se. Já reparou como tem gente falando sozinha por aí? Quando a pessoa vê que alguém está olhando, tenta disfarçar, canta, faz algum comentário sem nenhum sentido -- uma doidera. Muito pensamento para pouca cabeça? Quem quer comprar uma "pensadeira"? (está lá no "Vale a pena ler de novo", em algum lugar). Ou muita gente e muita solidão? Ou cada um com o seu cada um, criando raizes para dentro, cada vez mais fundas e que por serem internas, acabam morrendo por falta de luz? Fui quase brilhante. Muito bom.

Sobre os anos 90

Recebi, como tantas outras, uma relação de fatos, que ocorrem hoje na vida da gente, em função da falta de desaceleração, da mudança nas formas de comunicação, e da falta mesmo da comunicação direta -- olho no olho. Enfim, transcrevo umas em que me reconheci -- "você não joga paciência com cartas de verdade há anos -- "você digita zero, para falar de casa" -- "você diz o nome da empresa, quando atende o telefone em casa". Muito ruim!

"Amigos se encontram em qualquer lugar, depois de haverem se encontrado uma vez" Renatinho

Não sou seguidora dos novecentos dias comemorativos criados hoje em dia. Tem dia de tudo. Bem, pelo que li, ouvi e recebi, passou há pouco o Dia do Amigo. O meu foi ontem. Ganhei presencialmente uma amiga, que era só virtual. Nunca tinha conhecido ninguém assim, sem uma apresentação formal. Sabia dela pelo que escrevia e fui avisada que estaria de roupa cor de uva. Nos achamos, conversamos e demos um salto na nossa amizade. Mas, nossa vida é feita de coisas novas e de outras já conhecidas e queridas. Combinado no meio da tarde, resolvemos inventar uma noite de vinho tinto, na casa da Fernandinha. Ao vinho juntou-se um fondue de queijo, muito papo, vídeo, confissões, cumplicidade e união. Ana e eu adoramos. Muito bom. Esses programas sem grandes planejamentos são para lá de bom, não é mesmo?

agosto 22, 2001

Guarda-tralha

Nunca fiz teste vocacional, mas se tivesse feito e se não desse esta minha compulsiva mania de guardar coisas, eu iria desacreditar no teste. Estou me dando conta desse aspecto da minha personalidade, agora que descupinizei o armário do mini-escritório que tenho em casa. Nada daquela casinha de boneca de uns escritos atrás, nem tampouco o novo. Enfim é um espacinho, que agora concluo ser elástico. Cheio, cheíssimo de papéis em branco, que nunca lembro que tenho e acabo, escrevendo em qualquer lugar e depois não sei onde escrevi; textos que sei que são ótimos, mesmo que não os tenha lido -- ainda; revistas enormes, onde tem 1 único artigo que eu vou ler um dia; imâs bonitinhos; bonequinhas Fofolete; 2 bichos de pelúcia; relógio de mesa; a minha magnífica arroba; uma fonte seca, por conta da dengue. Descobri um monte de LPs; álbum de casamento; trabalhinhos da Tina e do LF, o neto, da pré-escola; o som velho e escangalhado do LF, o filho; contratos de trabalho; projetos e por aí vai.
E então, o que jogar fora? Na maioria das vezes -- nada, mas agora estou me esforçando tanto, que faz uma semana que o técnico aplicou o remédio e tudo continua exatamente como ele deixou. Me dei um mês para colocar ordem no pedaço.
Mas sei que não estou sozinha. Tenho um amigo, que mora sozinho e que inutilizou a mesa de jantar de 6 lugares: ela está coberta de escritos que ele vai ler um dia. Só quem mora sozinho pode fazer isso, não é mesmo? Quem sabe um dia a gente, junto, lê tudo isso? É só combinar.

agosto 21, 2001

Novamennnnte o Long Now..

Lembra do movimento Long Now? Lembra que falei nas "dicas" de como desacelerar? Está em algum lugar lá no "Vale a pena ler de novo?". Pois então, dentre elas tem uma que vou adotar agora, aqui nesse pedacinho: Passe dez minutos todos os dias em silêncio. Vou segui-la, antes que você pare de ler. Antes do silêncio, porém, o registro -- Fernandinha cortou os cabelos. Está mais menininha ainda, oba! Uma dúvida existencial me abate -- será que corto os meus mais ainda?

Sou minoria. Você sabia?

Li numa das trezentas pesquisas feitas sobre os usuários da rede que a grande maioria tem nível superior -- tô dentro; são jovens -- água; são homens -- água outra vez. Não sei o que estou fazendo aqui.

Será que estou chata demais?

Você não acha que táxi sem ar condicionado devia ser mais barato?

Acordar na Urca ...

é ouvir os passarinhos; alíás a zoada que eles fazem. Hoje, especialmente parece que a comunidade estava num congresso de babel -- cantorias em todos os tons. Como fui a pé para a aula grátis, onde fui chamada de atleta (!!!??), pude ver como o bairro acorda. As calçadas são varridas; algumas, lavadas. Os carros saem das garagens e recebem uma ducha de balde, como que para acordarem. Os moradores começam a deixar o bairro, a caminho do trabalho. Moradores de outros lugares chegam aqui para trabalhar. É o movimento migratório diário que movimenta as manhãs. E, mais que tudo, ou melhor dizendo, na minha rua, acordar na Urca é ouvir os primeiros sons do vozeirão do Antonio, o porteiro do meu prédio. Do meu prédio é exagero e puro egoísmo. Ele é porteiro de uns 5 prédios aqui na rua + lavador de um monte de carros + quebrador de galho número 1 + guardador da chave das casas + centro de recados + pagador de condomínio + etc. Eu, particularmente, sei da presença dele porque dificilmente consigo ler o jornal na minha sala, sem ser molhada. Ele molha o jardim, eu e a sala. Com tantos afazeres ele se desdobra. Sua primeira providência é colocar um balde ou uma vassoura ou algum outro indicador qualquer da sua presença, em cada um dos prédios. Feito isso, ele se concentra num prédio de cada vez -- mas todo mundo sabe que ele está na área. Nunca se sabe muito precisamente em que pedaço da área -- mas que está, está. Se de todo, você não o encontrar: tente a pracinha -- ele adora palpitar no jogo de damas que acontece por lá.

agosto 20, 2001

Derrubando com as expectativas

Uma amiga com quem não falava há muito tempo, visitou o meu pedacinho aqui e me disse que esperava encontrar comentários relativos à área educacional, cenário em que ela me conhece. Não se assuste, minha amiga: o interesse pela educação continua aqui. Agora mais realísta e focado muito mais na luta para "contaminar" as pessoas para o prazer de viver as questões educacionais. Mas, de qualquer maneira, senti uma certa decepção nas palavras da amiga. "I laiment". Sei que não era intenção, mas lembra aquela história das "caixinhas" em que colocam a gente e depois quando você, num ato de pensada contestação, foge dali e aluga um novo loft... rola uma certa inquietação no outro. Acho que porque de um certo modo, ainda que pequenininho, você abalou uma certeza que ele tinha. "I laiment" novamente, mas estou em novo endereço. Aproveito e digo a você -- Espero encontrá-lo de novo! -- qualquer que seja sua nova "casa".

Ufa! Ser convidada...caannnnsa!

Afinal, a história de eu ser "convidada" na feijoada -- menos. Trabalhei "pra burro" (será que já existe alguma organização, proibindo a expressão?). Mas todos trabalharam também. Vieram os amigos; a conversa rolou solta, assim como a bebida e a comida; o dia estava lindo; o sol foi convidado, aceitou o convite -- e ficou um bom tempo sentado na minha sala. Muito bom. Tina, a filha, foi muito festejada: do jeito que merece e gosta. E aí, como foi com você o dia maravilhoso de ontem?

agosto 19, 2001

Há um tempão que eu não pergunto: - Tudo bem com você?
"Flyers"

Como não sou antenada nas noites cariocas não sabia que isso queria dizer aqueles convites para festas que a gente recebe com desconto. Já tinha recebido e não sabia que tinha esse nome. Realmente, não sou o tudo em matéria de noite. Da série @joyce também é cultura? Menos.

A felicidade está nas "bancas"

Menos. Não é nas bancas e sim, nas livrarias. O Diário.no mostra. Arthur Schopenhauer, André Comte-Sponville com A arte de ser feliz e A felicidade, desesperadamente -- tratam do tema. Aprendi que "eudemonismo, termo técnico vindo de Aristóteles que designa todo pensamento que toma a busca da felicidade como fundamento primeiro e por ela avalia sua ações." Enfim, vale ler o artigo e escolher o autor. Paulo Roberto Pires, autor do artigo dá boas dicas para se fazer a escolha. Eu, por aqui fico com o que li e adoto a máxima do Oswald de Andrade --A alegria é a prova dos nove. Felicidade é isso. A história de ir levando a vida em banho-maria, que eu saiba só é boa para se fazer pudim de leite Moça.







agosto 18, 2001

Antes que eu leve bronca outra vez...

A equipe do Blogger anunciou sábado à noite: NOTICE: I'm doing some
necessary maintenance on Blog*Spot this evening. Access will be intermittent. (...)
Super legal a consideração deles com os clientes de um serviço que é grátis! E, surpreenda-se: tudo voltou ao normal no próprio sábado à noite. Acho que poderíamos aprender esse comportamento por aqui, não acha? Muito boa a consideração. Quanto ao nosso afastamento maior, por conta disso -- menos.

Aniversário da Tina, a filha

Domingo é dia de feijoada. Tina vai fazer. O arroz é da Angela, a nora. Lf, o filho, a farofa de alho e talvez a couve. Dessa vez, serei visita. Pelo menos, eles prometeram.
Ih! falta a laranja, a caipirinha, os torresmos, o caldinho de feijão com um pouquinho de cachaça, arrumar a casa e a mesa, desencavar os talheres de prata, achar onde está o meu jogo de pratos de feijoada, fazer a feira... Vou botar P, o marido, na roda, se não como vou ficar de visita?

Reformulação 233a. Agora vai.

Deve ser a ducentésima trigésima terceira decisão que tomo. Ninguém nota. Aliás, as decisões internas bem profundas são invisíveis -- mas eu sei delas. A de agora é de desistência. Desisti de ser refém do que não cabe a mim decidir. E resolvi celebrar, seguindo o conselho da nova amiga de São Paulo. Um brinde às coisas boas que acontecem, independente de muitas vezes à primeira vista não perceber como são boas. Mais um gole
àqueles que, ao meu lado, me dizem coisas boas de serem ouvidas. Um gole de um copo vazio, seco, aos que têm revelações presas na garganta e não encontram brechas na vida para dizê-las. Bem, menos mal. São dois goles que descem redondo, contra um que não desce, porque é quadrado. Você me entendeu? Será que alguém entende dessas mudanças? Ah!... os relacionamentos...Será que é só comigo?

Voltei!

Cheguei de São Paulo. Foram dois dias muito maneiros de aprender e viver trocas significativas, apesar de um deles ser no sábado. Você pode imaginar um clima de trabalho regado a limonada com limão tirado do pé, na hora? Aquele cheirinho de limão cortado -- parece lembrança de infância. Concluo que a melhor parte de qualquer trabalho é a chance que você tem de conhecer pessoas. E que pessoas legais conheci nesses dois dias! Acho que ganhei de uma só vez 6 amigos. O máximo!


Gosto de São Paulo, da hospitalidade dos paulistas e de como eles gostam dos cariocas. Não sei andar bem nesta cidade com algumas ladeiras. Para carioca, ladeira é um acontecimento. Aqui quase não temos nenhuma. Pensa bem, são tão poucas que se chamam ladeira: Ladeira do Ascurra, Ladeira Tabajaras e só conheço essas duas. E mais, em São Paulo, as ladeiras têm sinal. E todo mundo pára, e quando andam, o carro não vai para trás. O máximo outra vez!
Só para fechar, uma pequena constatação... mulher viajando sozinha, não precisa nem de meias de seda na bagagem para ser um sucesso. Muito bom.

agosto 16, 2001

Você sabia?

Li muito rápido e não sei se entendi direito, mas parece que pesquisadores declararam que clonar humanos é menos complicado do que clonar ovelhas. E nós nos achávamos superiores...

Essa história de viver o momento...

...dá uma boa escrita, mas é meio chatinha. Estou cansada de não poder fazer planos; de ser lúcida e reconhecer que não sei do amanhã; de esperar sei lá o quê; de ter paciência sei lá para esperar o quê. Estou com uma saudade de ter algumas certezas; de ter essas certezas ao meu lado; de ouvir delas o quanto elas são certezas... Estou igual ao Hardy haha. "Oh dia! Oh vida! Eu não vou conseguir!" Pronto. Passou. Volto à minha louca mansa maneira de ser -- acreditando que o amanhã sabe quais são as certezas que eu quero e tal qual uma fonte dos desejos (nossa! fui lá longe buscar essa fonte), realizar o que quero. Porque o que eu quero é o que eu preciso. Muito bom, não acha?

Será que levo meias de seda?

São Paulo, a cidade, me chama e amanhã estarei lá. Será que enxerto na bagagem as meias de seda? Acho melhor, afinal nunca se sabe o que nos aguarda no amanhã, não é mesmo?

Vai ficar pior ainda!

A reportagem especial de Angélica Santa Cruz, no Diário.no, faz a chamada para "Os azares do Prefeito". Não vou contar. Só vou apontar o que ele declarou: "Sou azarado demais". Leia. O que ele não sabe é que dizer essa palavra az%#$, dá um az%#$ danado. Você sabe de outra?

Descobri!

Uma das minhas poucas certezas dessa vida é a embalagem da Maisena. Há anos ela está lá amarelinha, do jeito que sempre foi. Toda vez que as coisas avançam muito, me lembro dela e ela me diz, que está tudo ok. Ainda estamos na Terra.

A Disputa II

Mas que amor que são os meus leitores mais assíduos... Nunca vi disputa mais amigável. Meuzamores, eu que adoro um decreto democrático (??? faz de conta que existe...), declaro todos empatadíssimos em primeiríssimo lugar.

Há coisas que o dinheiro não compra. Outras, ele compra sim...

Um título maluco que fala sozinho. O que o $ não compra? Tudo o que é espontâneo. Acho que só. Você lembra de outra?

O tempo passa... o tempo voa; e tudo continua numa boa

Li semana passada no Afrodite, guardei e passo para você a caída da ficha: Você é do tempo em que não havia tempo menor entre a abertura de um sinal e a primeira buzina a soar do carro de trás? Pois então, isso já era. Foi batido pela ínfima fração de segundos que há agora entre um acidente e o pedido de indenização.
Sabe aqueles testes sobre seriados de tv, apresentados para ver se você os assistiu e definir a quantas você anda no tempo? Temos que acrescentar mais essa. E a bala Boneco? Não pode ficar de fora.

agosto 15, 2001

Metas pessoais agora em kwh

Lembra das metas a longo prazo, que nós, mortais, costumávamos traçar para as nossas vidas? Agora quem as traça é a Light. E você acredita que tem gente absolutamente perdida, porque ainda não recebeu a sua? Fernandinha nem tem gritado Oba!. Está na luta para saber se pode ou não acender as luzes da casa. Haja fósforo, vela, lanterna, lamparina para iluminá-la nesse período sem meta. Fala sério, não parece brincadeira? De cabra-cega, sem a necessidade da venda nos olhos, porque já está escuro mesmo. Assim, fica difícil sermos felizes para sempre.

O dia em que o boxer acordou de ovo virado

Sabe o Hemp, o labrador da casa, mascote dos motoristas de ônibus? Pois então, no seu civilizado passeio matinal, na coleira, como manda a lei, foi atacado por um boxer maníaco, vergonha da raça. Passado o susto inicial, Hemp, já agora Hempbull, partiu para cima, porque é enorme e fortíssimo -- calmo, mas não tem sangue de barata e enfim é um cachorro. Bem, se não é P, o marido, numa ação heróica, puxar o boxer pelo pé, com toda a força, estariam brigando até agora. Você vê, um cachorro de uma raça dita amigável como o boxer, é deixado solto pela rua, por um dono irresponsável -- até atacar alguém. Aqui na Urca também, como parece ser em todo o país, poucos cumprem a lei. Até as mais simples. "I laiment", como diria muito propriamente a Adriana.

Como? Não se perder? Depois a gente se acha.

Uma amiga me disse que ninguém pode se perder quando se apaixona -- me perdi sempre, porque também se não for assim, onde está a graça?

A graça está em você ficar lembrando das bobagens, nada bobas, que são ditas; do meio-dito por conta de se manter e de se zoar com as aparências; de sonhar com ele bem perto de você, justo no momento em que está fazendo aquele maldito relatório que não relata nada do que se passa no seu coração; em rolar na cama, enroscar-se, sentindo aquele corpo pertinho, respirando você, como se quisesse guardar você em essência para sempre; pensar na carinha desamparada dele, e o melhor, nessa hora é não pensar no tempo que ele vai levar afastado, na falsa tentativa de voltar a ser como era antes de você invadir a sua vida. Nessa hora, vale a máxima da Scarlett O Hara: amanhá penso nisso.
Tive um depoimento de um motorista de táxi que disse, não sei a que altura da conversa: que não sei o que, era tipo paixão -- daquelas bem doídas! Dei uma super gorjeta para um homem com tal sensibilidade. Você não daria?
A grande diferença é que nós mulheres sempre achamos que o nosso homem é diferente. Eu acredito muito nisso -- até que ele me prove em contrário.... e eu não iria achar nenhuma graça se ele fosse diferente.
Essa história de amar; essa história daquele outro que lhe dá notícias suas -- vale para o homem, como vale para a mulher? Será que eles se pegam pensando na gente do mesmo jeito? Será que algum leitor caridoso, não quer responder a essa pergunta que não quer calar?

agosto 14, 2001

Se eu fosse medianemente organizada, planejada, controlada; enfim, perfeita...

Eu já teria uma linha só para mim. Você não sabe o que é viver numa
comunidade telefônica. Péssimo! Acontece que estou querendo montar o meu escritório físico, muito real e não aceito pedir uma outra linha aqui para casa. Para os capricornianos, as coisas são meio demoradas; mas quando acontecem são para valer. Logo, o escritório é questão de pouco tempo. Um espaço para receber para um vinho, aquela amiga que quer falar; para eu ouvir meus sons; para ficar sozinha; para não ficar sozinha -- MEU. Me aguarde. O escritório vem por aí.

Tirando o atraso

O que que você imaginou que eu quis dizer? Tolinho. É que hoje me atrasei. Na verdade me empolguei e fiz duas aulas grátis. É a minha maratona para sair do 1 m e pouquinhos cm. Estava pensando, durante as aulas em coisas completamente alheias a elas, como sempre. Pensava assim: as estruturas que criamos em nossas vidas -- família, trabalho, bens materiais -- servem como pilares para as nossas poucas "certezas". Mas, por outro lado, se forem fixas e não tiverem a flexibilidade daqueles joguinhos de armar, tipo lego, elas nos engessam e não criam as brechas necessárias para o ar circular. Sufocam. Deixam a gente roxa; sem ar. Um viva para as pecinhas que dão mobilidade à vida! Como vê, as aulas são de alonga-a-mente. Aliás, nada é por acaso. Por que estou fazendo alongamento? Devo estar querendo alongar alguma coisa mais e não só os músculos. Nossa! Inteligentíssima!!

agosto 13, 2001

A disputa

Está havendo uma acirrada disputa em busca do título de leitor mais assíduo. Sergio, o primo, reclamou ontem, dizendo que o fã número 1 é ele e não a Adriana. Para o bem de todos --decreto empate! Oba! Há algum outro candidato?

Dia animadíssimo!

Como havia prometido para uma amiga, resolvi quebrar a previsibilidade dos meus domingos e fiz tudo diferente. Esvaziei o meu escritório, por motivos de hoje e por planos de amanhã. Pedi reforço e Janey, a irmã, veio ajudar. Ricardo, o sobrinho, apareceu e sobrou trabalho para ele. Um ex-aluno, que sabe fazer tudo, também entrou na roda. Eu mesma, não fiz lá grandes coisas e me diverti descobrindo preciosidades que não sabia que estavam ali. Almoçamos às 4 horas da tarde. Rimos muito e ficamos na paz. Foi a forma de "cantar" o pai dos meus filhos e o pai do LF, o neto. LF, o filho, ainda não foi dessa vez, (amanhã ... quem sabe?), mas ele e Angela estavam lá. Aliás, eu nem pergunto nada, porque sogra, quando dá para ser chata é chato de+ de aturar.
Senti uma certa concordância sua, uma certa identificação com essa afirmação?

agosto 12, 2001

Hoje cantam os pais

E quem os proclama é o comércio e a mídia, transformando a homenagem particular num grande evento coletivo. Eu tenho pai, apesar dele já ter morrido. Esse fato é só um detalhe, pois tenho dele uma presença "física" tão boa de lembranças e de confiança depositada, que independe da esfera em que ele se encontra. Então, para ele, tornando público, o que é privado, um beijo pelo dia de hoje.
E a você aí do outro lado, meu querido amigo, ou amiga, que ocupa na sua família, o lugar do pai/coração de plantão, um grande beijo do lado de cá.
Quem sabe algum dia a gente conversa mais sobre isso de pai...

agosto 11, 2001

Água é liberdade!
Vou fazer uma análise possivelmente equivocada, pois não entendo nada dessa história de elementos terra/água/ar/fogo, mas adoro manipular as palavras e vou falar assim mesmo. Sou terra e a água é o único elemento que me penetra com o meu consentimento. A água invade a terra e a encharca até onde o seu nível de saturação o permite e quer. Na relação terra-água, tudo o que for excesso de água, a terra segura e faz permanecer na superfície e -- vira poça. E aí, a água vai cantar noutra freguesia; vira ar. Terra-água vivem uma relação de completude, impossível de se botar defeito. É a terra, definindo o que quer da liberdade da água.
Água é liberdade - final

Mas por que dessa análise maluca e inventada? É porque estava indo andar na praia e essa água de que eu falo é o mar A idéia do mar (água para mim é mar) como liberdade, sempre me acompanhou e amendontrou. A idéia deve-se ao fato dele estar lá, indiferente, superior, forte, amplo, sem precisar que qualquer humano o referencie. A associação do mar à liberdade me acompanha, desde que eu me conheço por gente -- e isso faz pouco tempo. Do sonho inicial em que arriscava pisar nas águas do mar até nadar muito, me afastando da praia e não ter medo desse afastamento -- eis a cruzada de uma vida! Falei tudo isso, para mim mesma e você não deve ter entendido nada. É que estou saindo para andar na beira da praia, com os pés no mar -- pisando com liberdade -- a areia, o medo, a incerteza, a insegurança e, marcando na terra-território-areia, o desejo, a certeza, a confiança em mim mesma e no amanhã, que afinal, é livre e vai para onde quer...

Quanto enredo só para dizer que eu ia andar na praia...

Trabalho não é para dar trabalho.

O meu almoço com o amigo J. zen, me fez acordar para uma coisa que eu já sabia: de como melhorou a minha relação com o trabalho. Alguém disse que o trabalho tinha que ter paixão e interpretei errado. Ter paixão por tudo o que você faz -- essa hoje é a minha interpretação hoje. Resultado: vivia sonhando com as férias, que nessa conjuntura maluca era onde eu poderia "viver". Nossa! Eu era muito mais insuportável do que sou agora. Será que antes eu era "normal"?


Eu quero uma casa no campo...

Sempre fui péssima para guardar letra de música; esta do título é linda e fala que quero me ver cercada dos livros, cds, e ver as cabras, pastando solenes no jardim... Dispenso as cabras, mas quero todo o resto que compõe a minha idéia de felicidade.

agosto 10, 2001

Uma rapidinha

A revista Programas, do JB, que leio só para saber tudo o que está acontecendo no Rio e que eu não vou fazer, traz hoje uma reportagem sobre alguns programas furadíssimos que rolam na cidade. Dê uma lida, para não acabar levando o seu pai num deles, justo no domingo.

Meu grande amigo do peito

Hoje é o meu almoço mensal com J, o querido e amado amigo do peito. Sabe, aquele do lado do coração? É o meu praticante de ioga (leia-se iôga) favorito, mestre na arte de meditação -- enfim, o meu zen número 2, eternamente disputando o primeiro lugar com aquele amigo que vai para a Índia. Mas nossos papos são pé no chão, pois sou nula, ignorante e idiota no assunto. E ele gosta tanto de mim, (que bom!, oba!, sou tão feliz!) que, por umas horas, atua na esfera mais embaixo. Sabe aquele homem puro charme, para quem todas as mulheres olham? E para quem todos os homens olham para você, quando está ao lado dele? Porque você sabe como homem é prático: se o cara é bonitão e está acompanhado é sinal que a mulher que está com ele -- não é ruim não. Bem, vou caprichar, porque é dia de eu ser olhada pelos homens e invejada pelas mulheres -- pelo menos, enquanto ele estiver ao meu lado! Nem Sharon Stone me derruba hoje. It's Friday!

@joyce também é cultura, ainda que tardia

Descobri Paulo Leminski, o poeta. Nossa, que atraso, não é mesmo? Acho que só eu não o conhecia. Visitando o blog perhappiness o encontrei, ao lado de outros grandes poetas brasileiros. Transcrevo para você, apaixonado de plantão, "Sossegue coração":

 

sossegue coração
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos afora


calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa

Adorou? Viu a força da cor? Não deixo como presente para o Dia dos Pais, pois talvez não seja exatamente o mais adequado para a data; mas é perfeito para qualquer outro dia, principalmente naqueles em que a paixão nos faz enxertar meias de seda na bagagem.

agosto 08, 2001

Nada de coisa nenhuma, mas na verdade -- tudo

Primeiro: O Crisdias comprovou que nos States ainda reina a confusão sobre onde fica o Rio de Janeiro. Confira.
Segundo: Comovente o amor que transparecia no rosto da Zelia Gattai, no enterro de Jorge Amado -- aquele que soube servir bem ao seu país, simplesmente e genialmente, sendo ele mesmo.
Terceiro: A concorrência é mesmo prá valer. Lembra do casal catador de mariscos, que acho que se aposentou ou tirou férias? Pois então, encontrei dois concorrentes, usando a mesma tecnologia. Eles deveriam ter patenteado o know-how.
Quarto: Estou super contente com a adesão dos leitores aos comentários. Muito bom.
Quinto: A Adriana errou completamente. Minha "audiência" de leitores permanece fiel, estável, o máximo!
Sexto: Você reparou como estou objetiva? Chato, não é? Uma coisa que sempre tive horror era da tal da fala professoral. Como sempre fui professora e o "uso do cachimbo faz a boca torta", detesto quando eu falo assim. Parece palestrante, explicando didaticamente o óbvio. Vou mudar.
E para mudar, vou usar a tática da maioria dos jornais da tv, que depois de nos soterrar com notícias arrasadoras, sempre termina com uma notícia "soft", tipo -- nasceu um pinguim no zoo; a mamãe e o bebê passam bem.
E é por aí que vou. Lembra dos filmes que mostram um penhasco, com um mar lindo, bem lá embaixo? Já reparou que sempre há um som de pássaros? Um som comprido, meio triste, mas que dá vida à cena? Pois é, encontrei o som por aqui hoje. É que os pescadores tinham lançado a rede no mar e os pássaros faziam a festa. Nada triste como nos filmes. Era pura festa -- para os pássaros, é claro! Os peixes....

agosto 07, 2001

Só bronca!

Essa palavra ainda se usa? Não sei, mas não importa. Foi o que ouvi, por não ter posto nada de novo por aqui. A Adriana, a leitora assídua número 1 chegou a insinuar que eu ia ver só como a minha "audiência" amanhã iria diminuir como consequência do meu impensado ato. Então vamos lá. Não fui à festa do LF, o filho. Não dancei a noite toda. E não virei abóbora. Menos mal. Um alguém aqui em casa disse que era festa de jovem -- um preconceituoso de plantão. Mas parece que foi ótima. Muito bom.

Tratei de retomar as minhas coisinhas. A principal delas foi a aula grátis na praia. Acho que estou ficando mais alta com tanto alongamento. Concluo: antes para cima do que para os lados.
Li muitas coisas boas que me enviaram. Sabe aqueles dias em que você está com tanta vontade de ler, que lê até aqueles papéis que entregam nas ruas? Estive assim todo o dia. Não dei espaço para nenhum sentimento de abandono ou de tristeza. Eu sei que estão lá, mas hoje os escondi tão bem que nem São Longuinho acha. Lembra da "pensadeira" do Harry Potter? Aquela bacia, onde se jogam os pensamentos, quando a cabeça está muito cheia? Pois então, inventei a "guardadeira" -- muito criativo, não é mesmo? Ela serve para os sentimentos que a gente não quer nesse momento; eles ficam lá e o bom é que a "guardadeira" assina um contrato com eles. Se a gente conseguir deixá-los lá por um tempo, a "guardadeira" dá ordem de despejo, quando este tempo vence, e aí eles --- somem! O máximo a minha invenção! Vou inventar uma monte de outras coisinhas, para o presente ser um presente e a vida ficar mais leve, enquanto se espera do amanhã o presente desejado.
Até que para quem quase virou abóbora, estou bastante inteligente.

agosto 06, 2001

Sentir saudade é bom, mas não precisa exagerar. Me fala, me conta e me diz de você?
A bola está rolando... O jogo continua!

Nada como um bom encontro para melhorar o astral. Tive isso. Comemorando, é claro! Comemorando tudo: a vida, os amigos, os encontros. Fomos, mais uma vez na Estrela do Sul, a churrascaria amiga, em que deprê não entra. Levamos a mãe, que aos 87 anos, bebe como gente grande e come como gente pequena. E olha que comer pouco lá é uma faceta. Como resistir? O camarão ao alho e oléo, a picanha macia, a torta tricolor -- com três tipos de chocolate. Huuummmm! O regime! Hoje trato disso.

Sabe aquele casal que catava marisco às segundas e só às segundas? Então, acho que se aposentou. Há duas semanas que não o vejo. Férias talvez?

Hoje tem festa numa boite, ainda por conta do aniversário do LF, o filho. Hoje é para dançar a noite inteira. Nada melhor para não virar abóbora. Se eu não aparecer por aqui amanhã, seja compreensivo, porque a bola continua rolando. E nesse jogo não tem essa de "que vença o melhor" -- vai dar empate e seremos felizes para sempre.

agosto 05, 2001

Você tem idéia do tamanho da sua carência?

A gente só dá conta dessa fragilidade às vezes. O resto do tempo, a gente negocia isso e disfarça, colocando um monte de coisas no lugar. Tampona. Mas, de repente, ela vem forte, lá de dentro... um sentimento tão grande no coração, que qualquer coisa, mesmo que não nos afete diretamente, faz vir lágrimas aos olhos.
Vou sair e andar, andar, andar...

Cadê o sol? ou Final de Semana Família II.

Forte, quentinho, que ia tirar o meu desbotado bronzeado? Aqui na Urca, só está bom para sair andando.
Li os jornais e um dos títulos me causou estranheza: "Somos um país injusto". Alguém duvidava?
Já disse que hoje é dia de comemorar LF, o filho. Tina e eu fomos comprar ontem os presentes. Nossa como é bom ser mãe de uma pessoa como a leonina Tina. Passamos no local em que, sexta, encontrou o Marcelo D2 e pediu-lhe que autografasse o cd que acabara de comprar. Pura emoção. Que mulher bonita! Que filha!...Como estou ridícula!

agosto 04, 2001

Há certas coisas que nós, mulheres, não perdoamos jamais!

Lembrei-me que o imperdoável -- e até pior que o não dizer, é a patética resposta: - O que que você acha? A gente não acha nada. É só um renovar de certezas. Custa confirmar?
Sabe há respostas que já conhecemos, mas não nos cansamos de ouvir. Então, tem homem que acha que não precisa repetir. Tolinho. Repita, renove, diga como se fosse a primeira vez o quanto você ama aquela que faz a pergunta. Nós adoramos! Mudando para aquilo, porque isso está muito chato, hoje foi dia! LF, o neto, apareceu de cara emburrada, por conta do bolo que o pai lhe deu. Tinham marcado um passeio de barco, mas Silvio, o pai, não apareceu. Que sábado dedicado à família esse! Estou a serviço dela, é o que está parecendo? À noite, resgato isso e abro um espaço para mim, porque eu mereço!

Esse fim-de-semana promete... e eu acredito!

Mãe passando um final de semana na minha casa. Muito bom poder matar a saudade do colo da mãe. Parece, contudo, que o tempo fez com que eu fosse o colo. As coisas mudam e com elas, os papéis que costumávamos ocupar. Agora sou a mãe dela. Aliás, quando é que a gente deixa de ansiar pelo colo materno? Como não tenho mais colo, pelo que parece; ofereço o meu. Duas mulheres que se ajudam; prefiro pensar assim. Não tenho colo para tanta gente. Pior que parece que as pessoas pensam que tenho.
Mas vou atacar de muita coisinha gostoas para o almoço e, amanhã é dia de comemorar o aniversário do LF, o filho. Que homem lindo! Que filho! Muito bom.

agosto 03, 2001

Uauuu! Sexta-feira.

Chegou a sexta. Nenhum dementador pela frente. Dia de terminar o que se começou, andar, tomar um chopp, comer um carpaccio e, maravilha! -- dançar a noite toda. Esse último programa, acho que não vai dar, mas não faz mal. Vou dançar assim mesmo. Para isso, basta eu botar música dentro de mim. E aí, meu amigo, ninguém segura. É pura mágica!
Uma sugestão para o celular: Ponha música em sua vida! Nada original, não é mesmo? Mas, em vez de discordar, faça isso e tudo vai melhorar.

Irmão X Irmão. O empate é o melhor resultado ...

Você tem irmão? Brigou com ele muito e muito, quando eram crianças? E agora se encontram como só os amigos fazem? Pois então, esse foi o tema do nosso encontro de ontem. E fomos felizes para sempre todos nós que re-escrevemos a história de uma relação fraterna que parecia que não ia dar certo, mas que deu. Um passado de cenas de brigas, de unhadas, de cabelos puxados à exaustão -- o império e o abuso dos irmãos caçulas, pequenos demais para apanhar dos mais velhos -- e por conta disso, abusadíssimos. Histórias, muitas histórias.
Já falei para você que eu trabalho ... ainda! Com meninas bem meninas. E ontem foi dia de ouvir várias histórias das disputas delas com os irmãos. Fiquei ouvindo, pois para mim isso foi há muito tempo, mas como elas, cheguei a um estágio de felicidade fraterna. Muito bom.

agosto 01, 2001

A falta que um blog faz. Deu pela falta?

Falha técnica. Ficamos fora um pouquinho; espero que você tenha notado. Como diz uma pessoa que é muito especial, "sentir saudade é bom". Completo com o que diz no artie "Acabamos vendo o grau que cada coisa, que cada pessoa tem em nossas vidas." Deve haver uma maneira mais simples.
Não precisamos, por exemplo, de uma falha técnica.

Eu???? Não. Nós!

Li um artigo do Alessandro Greco no Diário.no sobre um programa desenvolvido pelo psicólogo James Pennebaker que, "com base nele fez três estudos capazes de traçar uma espécie de escala entre expressões mais usadas e estado emocional de quem as utiliza". Aponta ainda que "os depressivos tendem a usar a auto-referência." Bem, vou aproveitar a dica e, a partir de agora, só nós. Nada do eu.
Ainda bem, pois não sou mulher de viver sozinha. Acho o nós, o máximo!

Viva São Longuinho! Viva São Longuinho! Viva São Longuinho!

Você é devoto dele? Sinceridade? Nem sabia que ele era santo, achava que era só uma simpatia. Bem, não conseguia achar o meu CPF, encafurnado numa gaveta, para não ser perdido. Só São Longuinho entrando na busca, me fez achar. Não dei os três pulinhos, porque sempre achei desnecessário e, hoje, LF, o neto, não entenderia, aquela mulher, que se diz sua avó, saltando no mesmo lugar -- três vezes! Ridículo. Enfim, São Longuinho está na rede. Tem uma montoeira de sites, falando dele. E para não dizer que não agradeci: Viva São Longuinho!