outubro 30, 2001

A tranquilidade de um jantar em família

A noite estava parecendo que seguia calmamente para o seu término. Jantávamos. A campanhia toca. Digo ao LF, o neto, baixinho: "- estou jantando", como que para avisar -- se for para mim, não posso atender. Nossa, eu que digo tanto a ele que não se deve mentir! Tina, a filha, achando que o argumento era pouco, reforça: Ela está no banho! A lógica impossível de eu estar em dois lugares ao mesmo tempo foi para o espaço, junto com a Lei da Física.

Bem, tanto argumento e de repente na sala, uma grande amiga da minha mãe e minha, que mais vive fora do Rio do que aqui, está dentro pois queria me ver de qualquer maneira, antes de desaparecer outra vez. Pareceu não ter ouvido nada, pois sentou e fiz o mesmo para atendê-la. Cinco minutos ela falou e eu só ouvi.

Campanhia novamente. Era uma outra vizinha, minha professora de Inglês, com a filha de 7 meses no colo e um olhar, caminhando para um pequeno desespero, me avisa que sua chave quebrou na fechadura e, lógico, não conseguia entrar em casa. O nosso cachorro, nessa altura, já achava que era festa e resolve fazer graça. Bem, a primeira visita foi meio que esquecida, pois partimos todos para a questão da porta.

O jantar...Que jantar?

Como moramos no térreo, resolvemos pular o muro para a área dela. LF, o neto titubeou. P, o marido, está com o joelho péssimo. Eu, nem pensar. Minha aula é de alongamento; não é aeróbica. Restou a Tina, que tratou de colocar uma roupinha apropriada para a empreitada.

Pula e constata que a porta, suposta-salvação, dos fundos, está trancada. É claro que esta porta nunca é trancada, pois está com defeito, mas a empregada resolveu "mostrar serviço" e conseguiu trancá-la hoje.

Chama o chaveiro. Lista Amarela na mão, acha-se um chaveiro de emergência. O bebê, nessa altura já enturmadíssima na casa da primeira visita, que também mora no térreo. Ela ficou lá, pois o cachorro daqui é duas vezes o tamanho dela.

Parto para as questões práticas -- Quer jantar? Tem dinheiro para pagar o chaveiro? O bebê já comeu? Sempre que eu não sei o que fazer, pergunto coisas desse tipo. Acho que é para me sentir segura de estar fazendo alguma coisa.

O vizinho do andar de cima que mora numa fazenda e traz de lá o que produz para vender, vem pedir ajuda, pois está tentando carregar parte da fazenda para o prédio e não consegue. LF, o neto, vai carregar as lingüiças, o queijo, os trezentos vidrinhos de doce.

E o chaveiro de emergência que não chega. E essa casa que tem mel? Sempre correm prá cá, mesmo que morem no último andar. Eu tenho uma outra vizinha que já trocou cd de jazz por 1 ovo. Só uma vez; pena. Foi uma boa troca.

Toca o telefone. É a minha mãe. Grito para alguém dizer que ligo depois, ao mesmo tempo que penso em como ela vai me dizer que nunca atendo de primeira. Paciência.

Chega o marido da vizinha da chave e do bebê e, com a tranquilidade, que só os não-envolvidos têm, abre a porta com a chave dele, num ato meio mágico, meio teatral. Marido-Rei da noite.

E o chaveiro? Bem, isso agora é lá com eles. O marido-herói tenta ligar para ele, para suspender o chamado, mas ninguém atende. Acho que o chaveiro trabalha sozinho.

Nessa altura, larguei para lá, pois estava já tudo sob controle. Fui tratar de ouvir as queixas da mãe pelo meu eterno atraso em retornar às ligações.

Pois então, para uma noite que seguia calmamente...

Assertiva matinal

Nessa lindíssima manhã, após a aula grátis de alonga-a-mente a afirmação me vem à cabeça: as brechas da vida pedem passagem.

outubro 29, 2001

De onde é que vem tanto vento?

É só por aqui ou a natureza está fazendo uma "limpa" diária na nossa cidade? Palavras o vento leva... e traz outras. Muito bom.

Um Domingo como outro qualquer

Assisti na tv ao filme "Um domingo qualquer". Al Pacino me dá a sensação de repetir o mesmo personagem, desde o Perfume de Mulher. Eles, invariavelmente, gritam e discursam todo o tempo. Minha impressão é uma repetição de fórmula-performance-de-sucesso, sabe como? Tipo um livro que vendeu e que passa a ser o norte de quem o escreveu. Cadê a brecha?

outubro 28, 2001

Atividade nada intelectual, mas ótima!

Estou às voltas com uma atividade doméstica, sem qualquer vínculo com o profissional, com o intelectual e muito menos com o estético: vou fazer queijadinha! Você já comeu uma? É contra regime, colesterol, mas dá um prazer enorme, pois traz junto a culpa como tempero. E é facílimo de fazer: 1 lata de leite condensado, 1 ovo, um pouco de côco, 1 colher de manteiga. Coloque aquelas forminhas de papel de doce, dentro das forminhas de empada, sabe quais? Leve ao forno e engorde à vontade hoje e entre no regime amanhã!

Tempos não tão modernos esses os de agora

Pois então, apesar de vivermos os tempos do "ficar", dos "amor per call", me surpreendo muito gostosamente ao saber que ainda há homens que pedem "em namoro" as moças. O antigo "Quer namorar comigo?" está mais em uso do que se imagina. Tipo o básico, mas muito bom.

outubro 27, 2001

Precisava?

Na loja, a vendedora tentando justificar o preço injusto, perverso até de uma blusa, me diz que a malha era de boa qualidade. Perguntei: É exclusiva? E então me lembrei da história familiar: uma moça, candidata a empregada doméstica, negociando o emprego, colocou o seu salário nas alturas. Ouviu da minha tia, na mesma hora, a pergunta: Você toca piano?

Ser turista no Rio

Ainda vou ser turista na minha cidade. Hoje então fiquei mais animada(?) ainda -- inauguraram um novo trenzinho, digamos assim, mais moderno, quer dizer, parece que é mais caro, para visitar aquela que é a nossa sétima maravilha do mundo moderno -- o Cristo.

Halloween...de novo!

O Rio Sul vazio, talvez por conta do final do mês, foi ótimo para comprar o "Doutor Fausto", de Thomas Mann e "Cartas a um Jovem Poeta", de Rainier Maria Rilke. Bem, vi nas lojas, principalmente de brinquedos, a "febre" Halloween. Uma loja cheirava somente a borracha das máscaras de monstros. Até as vendedoras estavam vestidas de bruxas. Alguém sabe me dizer, como tudo isso começou?

Aparências / transparências

Li e então pensei por aqui na história das aparências. No que se faz, se abdica e se mente por conta de mantê-las. Logo a seguir, penso em transparência -- em ver através do que está aparente; comportamento sem mácaras e falsidades; o que é em essência, verdadeiro, o que se mostra às claras.

E pergunto:

Se o aparente retrata uma situação mentirosa, há transparência? Ou espera-se que a transparência mostre apenas a banda boa? Se uma situação, nunca verbalizada existe, mas é mascarada pelas aparências, ela, por conta da conveniência, deixa se ser transparente? Ou teríamos aí a tal da opacidade, uma transparência meio turva, uma falsa transparência?

Quase concluo que há níveis de transparência. Há os véus e se brinca com eles, tal qual numa dança do ventre, em que o movimento dos braços desvenda ou mostra o que eu quero que apareça. E, no fundo, cada qual do seu jeito e ao seu modo, é transparente.

Melhor ir andar; dar umas voltas por aí.



Pazes

Fiz as pazes com umas lembranças que estavam por aqui a me incomodar. Agora é esperar para ver se as lembranças aceitam a paz sugerida.

Pelos arredores

Pois então, esse Rio de sábado ensolarado, fresquinho, muito gostoso, me manda para a rua. Então, está merecendo uma caminhada daqui do final da Urca ao Rio Sul comprar uns livros da minha eterna e dinâmica lista de compráveis.

outubro 26, 2001

Mudando de cara

Esse tempo assim fresquinho é ideal para uma plástica. Vou fazer. Estou cansada de ver sempre a mesma coisa. Espero que não fique com "cara de vaca que viu trem".

outubro 25, 2001

Continuando, mas falando de outra coisa

Escrevendo agora sobre o meu marcante, frustrante "mico" no hasteamento da Bandeira, constatei o que já sabia. Não era preciso ninguém me botar de "castigo" pelo meu "erro", pois não houve a intenção de fazê-lo. Eu fiquei tão triste com o acontecido, que não era preciso nenhuma ação externa.

É o que penso sobre a tal da "educação" que pune sem procurar as razões do porquê das coisas se darem desse ou daquele modo. Ouvir, sentindo qual é a do outro -- eis o tudo!

De cantar o canto do nosso Hino

Ontem foi o dia da abertura de um Congresso de Educação Infantil e participei da mesa de abertura, falando por lá umas três palavras.
Começou com o silêncio de 1 minuto por algum Diretor falacido. Seguiu com o Hino Nacional.

Bem, eu lá em cima, com o auditório cheio na frente... e se eu erro a letra? Isso comigo é super comum. Sempre me confundo com quem vem primeiro: Brasil um sonho intenso, um raio vívido ou o Brasil de amor eterno seja símbolo, o lábaro que ostentas estrelado? Enfim, só cantando para não errar.

E a emoção ao cantá-lo. Aqueles "seus filhos não fugirão à luta", me emocionam sempre. Que premonição!

Fico pensando em como o sentimento patriótico é despertado pelo Hino Nacional. Como me enche de orgulho do Brasil. Como me faz esquecer do tanto que precisa ser consertado e melhorado, esse nosso país. Me faz esquecer e ao mesmo tempo me faz lembrar muita coisa.

Uma delas, uma marca infantil. Quando era do primário (Ensino Fundamental para os atuais), estudava numa escola dentro de um forte do Exército.
Não sei se contagiada pelo entorno físico ou se era procedimento comum em todas as escolas públicas, todas as manhãs hasteávamos a Bandeira e cantávamos o Hino Nacional. Um aluno a cada dia fazia o hasteamento sob o olhar da Diretora.

Não é que um dia, eu deixei a Bandeira despencar do mastro? Ela já estava lá em cima. O Hino já tinha acabado e a Bandeira, calmamente embaixo. Sei lá, acho que não prendi a cordinha direito. Nunca fui lá grande coisa prá prender nada, dar nó, essa coisa das amarras.
Resumo, fiquei por uns tempos fora da função de hastear a nossa verde-amarelo. Depois, voltei à função -- essa era uma escola sem fracasso. Vim a saber isso muito tempo depois.

outubro 24, 2001

O que passa?

Li no sub rosa Minha vida - a que vivo - (sim porque tem aquela,que simplesmente me vive e passa).

Pessoa interessante como essa moça não se encontra em cada esquina.

Entrega do Oscar

Se a minha vida fosse filme -- eu não teria a menor chance com o Oscar: Direção nenhuma -- tudo acontece à revelia; Produção fraquíssima -- nenhuma ação, repetitiva demais para o meu gosto; Elenco - atores mal escolhidos para os papéis, não sabem a sua fala direito; Atriz Coadjuvante -- Eu, figurante sem fala a maior parte do tempo; Iluminação -- muita chance nesse item.

Atriz princial -- Em alguns brevíssimos momentos, eu, e aí meu amigo, quando a chance pinta, um Oscar só é pouco para tal performance.

A fatia narcisística que o blog expõe está em plena ação hoje.

Ah! as irmãs

Coisa abençoada é ter irmã. Não é que a minha não acreditou que EU tivesse escrito o poeminha abaixo? E também me perguntou se o do Ploc também foi feito por mim ou se tinha sido tirado do JB. E isso foi um grande elogio!

outubro 23, 2001

Vou sair por aí.

E olhar para todos os lados.

Ver de fora o que há lá dentro.

E sentir o que não foi sentido,

sem esperar pelo não-prometido.

Está parecendo -- "batatinha quando nasce, esparrama pelo chão...."? Paciência. Deu vontade. Além do mais, se você não gostar, eu não vou ver mesmo. Mas não se desespere; amanhã será outro dia e de repente eu até melhoro.

4 meses!

Esse lugarzinho aqui, atemporal, apesar de usado diariamente, completou 4 meses. O máximo, para quem achava que a sua tendência era a de transformar-se em mais um espaço-menor-abandonado.

Ploc!

Olha só: a foto "fala".

Enquanto as crianças entendem de unir hábitos, costumes e culturas;

os adultos parecem só entender de cisões, desuniões e rupturas ...

Enquanto as crianças fazem PLOC!;

os adultos fazem BUM!

Foto: Khoja Bahuddin, Afeganistão, Reuters, publicada no Jornal de Brasil, p.8, 23/10/2001.

Há dois meses atrás criei um código

E ele estabelecia: Vamos combinar assim: sempre que eu estiver down legal; sempre que estiver atônita e impotente diante das decisões alheias; sempre que o choro contido for a minha única reação -- vai constar aqui a nota: nasceu um novo pingüim no zoo.

Isso foi há dois meses atrás. Desde lá, não nasceu mais nenhum. Oba! Acho pingüim uma gracinha, mas que a espécie se garanta, "cantando em outra freguesia" (expressão moderníssima).




outubro 21, 2001

Quem diria... ouro nas roupas!

A Domingo mostra ouro e mais ouro nas mangas, golas etc.Imagino isso como um retorno às histórias infantis em que reis e rainhas tinham roupas bordadas a ouro. O rato roeu a rica roupa do rei de Roma. Lembra? Era para treinar o R.

Fico pensando: ainda temos esses reis e rainhas por aqui? Os ratos com certeza.

Das braçadas de LF, o neto

Ontem foi dia de ir ver LF, o neto, nadar. As transformações que se operam na família -- do comportamento calmo aos gritos comuns às torcidas fanáticas é um pulo. E o retorno familiar à calma é outro pulo. Engraçado isso.

Meu jornal

Pois então, é assim que me refiro ao JB. Como se fosse meu. Eu o escolhi. E cada vez que ele muda prá melhor, exulto confiante. E cada vez que sai uma parte que eu gostava, não exalto nada. E entram uns que não têm a cara do JB. Porque o JB tem uma cara própria. E como não é mais um adolescente, não tem espinhas nessa cara. É uma cara limpa. Novos como o Boechat - ótimo! Outros novos -- não entendi!? Onde anda o Caderno Educação dos domingos? "Prestatenção!
Por que eu em vez de ficar falando aqui, não uso a seção Dos Leitores? Amanhã penso nisso.

Das lembranças

Primeiro era embalar os bonecos nos carrinhos até que eles fechassem os olhos ou eu desistisse. Tempos de criança.

Já vi bancos terminarem e outros trocarem de donos; vi a Colombo de Copacabana sumir do ponto e ali nascer um banco; vi cinemas gostosos virarem lojas e/ou templos religiosos. As idas ao Roxi, assistir a filmes proibidos a menores de 14 ou 18 anos -- e ser barrada na porta. Nós passávamos baton, dávamos aquele olhar "de menina mais velha", o porteiro nos olhava, pedia a carteira e dizia: Vocês não podem entrar! A gente nem tentava mais nada. Tempos de adolescente.



Hoje o que era 1 Roxi, são 2. A população cresceu, mas os cinemas ficaram menores e nem sei se ainda barram menores na porta. Tempos de crise.

outubro 20, 2001

Como sempre com um certo atraso

Bem, já passou o Dia do Professor --mas este aqui é um espaço atemporal. Pois então, as coisas vêm à cabeça e baixam por aqui. E me perguntei o porquê de, apesar de ter sido , professora toda a minha vida, não falei no dia antes. Primeiro, porque ser professor é estar sendo professor. Uma turma, olhos curiosos, atentos e desatentos, barulho, silêncio, cumplicidade, troca, compreensão. incompreensão, mandos e desmandos, certezas e incertezas -- pessoas que caminham lado a lado, cada um dando conta pro outro da sua experiência. Gostaria de ter sabido disso desde o primeiro dia em que pisei numa sala de aula, então aos 17 anos. A classe média, então ia aos subúrbios, mostrar a sua cara e, deixar por lá os seus valores. Era assim naqueles tempos. Porém, nunca desconsiderei o que o aluno sabia e o quanto aquele saber era útil -- mas ele era ---- o ponto de partida, não a almejada chegada estacionária. Certo ou errado levávamos informações não acessíveis aos alunos. O que se considerava é que todos pertencíamos e estávamos inseridos num mesmo universo de conhecimento. Os valores eram descontextualizados da realidade próxima dos alunos? Muitas vezes sim, pois falávamos de fatos de que os alunos nunca tinham vivenciado. Vi acontecer o inverso, muitos anos depois já Supervisora em escolas particulares. O professor sabia o que contavam os livros; os alunos já haviam vivido a experiência. Assim, lugares nunca pisados pelos professores, eram bem conhecidos dos alunos.
Nada de acadêmico nestas observações. Apenas reflexões picotadas e escondidas aqui e ali na minha cabeça.

Mais blogs maneiros

Pois então, leio sempre e não havia relacionado ainda. Corrijo agora: Solo Mio e sub rosa

outubro 19, 2001

Oi, você está aí? A ligação está péssima e não estou ouvindo. Vou adorar saber de você nesses tempos confusos.
"Fazendo escola"

Logo que apareceu, fazendo propaganda das Lojas Americanas, eu achei o máximo a forma coloquial como ele apresentava os produtos: "Olha só, vê só o preço dessa cafeteira! Agora vem até aqui e veja só isso aqui. Não dá nem prá acreditar". E por aí ia, o ator que não sei o nome e que agora anuncia as vantagens de uma operadora de telefonia.

Bem, deu tão certo que agora tem um monte de atores imitando e é um tal de Olha só... por aí que já está cansando e eu não olho mais nada. É a história de padronizar o criativo, bah!


Ontem foi dia de admirar flores lindas -- na exposição de pinturas Tempo de Primavera, na Real Grandeza, 314. Muito lindas!

outubro 18, 2001

Adélia Prado escreveu

O amor quer abraçar e não pode.

A multidão em volta,

com seus olhos cediços,

põe caco de vidro no muro

para o amor desistir.

O amor usa correio,

o correio trapaceia,

a carta não chega,

o amor fica sem saber se é ou não é.


O amor pega cavalo,

desembarca de trem,

chega na porta cansado

de tanto caminhar a pé.

Fala a palavra açucena,

pede água, bebe café,

dorme na sua presença,

chupa bala de hortelã.

Tudo manha, truque, engenho:

É descuidar, o amor te pega,

te come, te molha todo.

Mas água o amor não é.



Acerca das coisas ou Das interrogações

Existe coisa pior do que você ter um dia em que nada acontece? Quer dizer, em que você não considera o acontecido um acontecimento? Isso porque não aconteceu o que você queria? Pois então, assim foi o dia de ontem: não me aborreci com ninguém; ri; trabalhei; estudei; li; fui normal. Tão linear quanto nos é dado ser. Que chatice, minha Nossa!

Que falta fazem os saltos na vida da gente, as surpresas, os imprevistos. Acho a tal da vida pacata muito da chata. Será que sou normal? Afinal, com o meu QI na média, não era tudo o que podia querer? Ou sou simplesmente uma mulher? E como perguntava mestre Freud: O que quer uma mulher?

Pobre do Jon!

Leitora assídua do JB e idem do Garfield concluo que em nenhum quadrinho existe um conquistador mais !#@$% do que o Jon. Você acredita que hoje ele chamou a vó para ir ao cinema e ela não aceitou, pois tem que fazer tricô? Como diz o Garfield: "um recorde"!
É... como dizia a minha vó: quem procura -- não acha. Ela não era lá muito coerente, mas era extremamente convincente.

(!#@$% = aquela palavra que a gente não deve dizer, porque senão as coisas ficam ainda piores. Sabe qual?)

Pós-feriado é dose!

Esse "é dose" beira lá os anos 90? 80? 70? Sei lá, mas o que fica é a constatação de que após 4 dias ma-ra-vi-lho-sos de feriado, os 4 restantes são duros de agüentar!

Assisti na tv

Assisti à propaganda eleitoral e o político dizia que o seu partido era contra os ataques terroristas e os paraísos das ilhas fiscais. Ah eeeeeeeeh? Claro que não houve a menor menção de como ele daria combate aos dois problemas. Não dava nem tempo, ainda que por algum acaso ele quisesse ou já soubesse como pretende fazer isso. A impressão foi a do anúncio de um produto -- ele no caso, a exaltação das qualidades desse produto, sem dizer para que serve -- vai fazer o quê? Perá lá!!! É só isso que a gente espera de um político?

Nem a Velhinha de Taubaté engole mais esse papo; muito menos o seu gatinho.

outubro 17, 2001

Viu? Eu falei...

A Veja Rio traz estampada na capa "A feira da moda Babilônia deixa de ser alternativa e vira um grande negócio". Lembra que eu já tinha falado nisso? Como dizia o Nelson Rodrigues "toda unanimidade é burra". Sempre acontece isso com o que é criativo. Teimam em torná-lo coletivo. E aí não é mais criativo; é coletivo. Deu para entender?

outubro 16, 2001

Nevoeiro

Tempinho camarada (expressão antiga) esse do Rio. Não é que hoje, às 7 horas da manhã, no retorno à aula grátis de alongamento, os morros estavam encobertos? Peguei o Cristo ainda envolto nas nuvens, como se ainda estivesse se refazendo da festa dos 70 anos. Aí entendi que voltei às obrigações de sair correndo (menos) para cuidar das coisas -- que coisas mesmo? Preciso me lembrar, pois hoje é dia (in)útil. Vamos lá.

De volta à Terra

Pois então, sou surpreendida, com a notícia de que um locutor de jogos futebol, agora fazendeiro, está começando a pensar em irradiar rodeios. Quer dizer que não vou mais ouvir os gritos de RRRRRRRRRRRRRonaldiiiiiiiiiiiiiinhoooooooo!!!!? zoando como eco na minha cabeça? Como não sou absolutamente fã de rodeios, isso soa como um refresco, nesses tempos confusos.

outubro 15, 2001

Pedindo passagem

Hoje, segunda-feira, o navio está lá, apitando pedindo passagem. Lindo som! Mas não é só ele que está pedindo passagem. Tem muita gente, sem coragem para pedir passagem, tentando apitar para se fazer ouvir, ou então com medo dos efeitos do seu dizer.

Panela de pressão quando apita, tem que dar vazão ao reprimido; senão explode. BUM! Pensamento profundo. Você já tinha pensado nisso?

O cachorro da família voltou tão cansado, mas tão cansado, que ainda não comeu nenhuma roupa minha -- já são 10 horas de bônus -- e também não deu conta de sua crônica carência.

Por ali

Estava lendo no Zamorim seu escrito sobre a volta do Sítio do Picapau Amarelo. É uma geração inteira, voltando ao túnel do tempo e resgatando boas lembranças.

Tri-feriado

Dia do Professor -- tô dentro; Dia do Profissional de Informática -- tô dentro; Dia do Comerciário -- tô dentro. Nenhum dos alvos na água! Hoje, só as águas frias do mar do Rio. Muito bom!

outubro 14, 2001

Guess who? II

"Talvez eu tenha tido os deslizes a que tinha direito porque passei toda a juventude em absoluta castidade, num seminário. De modo que acumulei um grande direito de pecar. Usei moderadamente o direito de pecar por falta de cooperação".(Revista Veja. 41, p.117)

Que coisa triste!

Um homem jogou-se do alto de um prédio e caiu em cima de um outro que ia passando. Convergência total, em sentido próprio e figurado de choque de destinos. Aconteceu em Copacabana.

Uma separação amigável

Sabe quando a gente precisa dar um tempo? Respirar? Pois então, aconteceu. Comigo e o Hemp, o cachorro. Problemas de relacionamento. Ele achando que eu não o compreendia mais, deu para comer todas as minhas roupas. Eu até que entendo da sua necessidade de atenção; ele é que parece não me entender. Assim ele partiu para uns dias em Friburgo com seu pai e minhas roupas repousam em paz -- pelo menos até amanhã, quando recomeçaremos em novas bases, pois ele cansa, mas faz uma falta!

Certas mensagens que a gente recebe são tão lindas que não são emails -- são cartas tipo aquelas em papel fininho, que merecem ser guardadas naquela caixinha das coisas preciosas, pois que dão colorido à vida da gente e nos fazem sorrir à sua simples lembrança.

outubro 13, 2001

Criança

Pois então, dia 12, dia da criança. Explorou-se menos a data esse ano, ou sou eu que ando mais distraída?
Nesse dia vi LF, o neto, 11 anos, ganhar presente na escola, na natação e em casa.
Vi, no mesmo dia, a foto de uma criança, de uns 6 anos, sentada no ombro de um soldado armado.
No sinal da Pasteur, uma ainda de colo, que pode ter uns 5 meses, no colo de uma moça, sua mãe ou não, circulando com ela entre a fumaça dos carros e dos ônibus.
Todas são crianças. Umas são aquelas que vivem a infância boa de que falam os livros. Todas, são crianças citadas na Constiuição com direitos claramente explicitados. Todas são crianças. Todas são o amanhã.
Zayat/AFP

Os cariocas deram férias para o Rio

E a cidade parece mesmo estar descansando...
Limpou o seu mar; o asfalto das ruas está se recuperando num processo de renovação espontânea, pois não há nenhuma interferência governamental prevista ou em andamento nesse sentido; menos carros nas ruas poupam o ar; ouve-se melhor os pássaros.

O Cristo aproveitou e comemorou seus 70 anos; em vez de brigadeiros, deram ao morro uma faixa com um 70 grandão.

Pode parecer egoísmo, mas o Rio fica tão perfeito nos feriados... Ir até a Barra, normalmente uma missão estressante, é um passeio.
E hoje foi dia de pura orgia de abandono total: às horas, aos regimes alimentares e de guerras, à exposição solar, ao esquecimento dos males da radiação solar, às ameças das contaminações biológicas.

outubro 12, 2001

Por quê?

Será que alguém aí desse lado poderia me explicar o porquê das águas do Rio serem tão frias? Afinal, as águas de Ubatuba, que fica mais ao sul do que nós, são deliciosamente mornas. Alguém me ajuda nessa pergunta que não quer calar?

Acredito piamente que o amor é lindo!

Para reforçar um pouquinho mais a afirmação, a música* La Mia Storia Tra Le Dita, de Luca Grignani/Massino Luca, versão em português Quem de nós dois, de Ana Carolina /Dudu Falcão, cantada pela Ana Carolina. É o máximo!
*As informações foram fornecidas pelo meu primo atento, leitor assíduo e que sabe tudo.

"entre nós dois não cabe nenhum segredo além do que já combinamos;;;
no vão das coisas que a gente disse não cabe sermos mais só amigos;;;
e cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais e te perder de vista é ruim demais;;;
é por isso que atravesso teu futuro e faço das lembranças lugar seguro"

Nossa! Isso é que é o tal do puríssimo brilho!


4 dias que valem 361.

Muito sol para você também!

outubro 11, 2001

Moro no Rio e eles também.

Que tem pobreza por aqui e por ali todos sabemos. Miséria idem. E que cada vez novas formas de sobreviver surgem, idem outra vez. Os malabaristas dos sinais já são comuns e ontem, pela primeira vez vi uma carreta pequena, de duas rodas com apoio na frente para mantê-la reta, coberta de plástico como se fora um telhado, um cachorro dormindo na "porta" e soube que lá dentro vive um casal.
Certa vez ouvi acerca da importância da casa para conferir dignidade às pessoas. Imagino que na casa-carreta seja assim, que mais não seja o cachorro na porta é a tabuleta que tenta informar aos passantes -- isto aqui é um lar.

Pois então, eles e eu fazemos parte dos números da estatística populacional da mesma cidade.

outubro 10, 2001

Acho que vou ficar no SPA particular mesmo.

Afinal, tempos confusos exigem um pouco de calma. E calma é o que não falta nesse pedaço onde moro. Prá ser sincera, moro lá no final da Urca e essa parte aí é meio que o começo do bairro - a Praia Vermelha, onde tem a pista Claudio Coutinho, com um dos visuais mais bonitos dessa cidade. Mas é tudo parecido. Uma pequena e rápida saída também está nos planos; talvez Itaipava, para dar uma conferida na ex-casa. Mas quero mesmo é refletir e muito sobre os meus próximos passos. E olhe que eu tenho muito no que pensar.

Tudo bem, reconheço que o escrito está grande. Hoje deve ser um daqueles dias em que você diz: Puxa que troço grande! E nem vai conferir se é chato. Está implícito. Pode reclamar à vontade, não estou vendo mesmo. Mas, achei ótimo! Quase o máximo!
Você vive ou assiste a esse jogo VIVER?

Recebi, ontem, de uma amiga trechos do livro "O Convite" de Oriah Mountain Dreamer que por lá diz assim: "...Sempre que obedeço meus desejos mais profundos, o medo está lá, retorcendo as mãos, me advertindo com sua ladainha de "e se...". (...)" O texto é muito interessante e parte para descrever a linha de pensamento do autor de uma maneira muito humana e tocante. Eu parto para divagar à vontade nas ondas levantadas pela mudança na maré provocada pela leitura.

Parei, como sempre faço quando recebo uma bola inesperada. E, apesar de já ter aprendido que não tenho que pegar todas as bolas que me são arremessadas, esta eu quis pegar -- e parar nela. Porque é uma frase feliz, realizada e incompleta -- logo quase humana, pois incompletos somos todos, pois que eu saiba nenhuma realização implica na completude, graças a Deus, pois é justo a falta o que nos move.

Começo imaginando que logo a seguir ao "e se não..." vêm os possíveis pensamentos quanto aos desacertos, tolices e arrependimentos que poderão acontecer. Ou não. Quem sabe do amanhã? Acrescentaria ainda o contraponto: "e por que não?"

Outra palavra que me chama a atenção é "sempre que obedeço aos meus desejos"... Desejo colocado como uma ordem que como tal deve ser seguida. Super interessante essa de dar ao desejo a conotação de ordem, mando, na mesma categoria e nível de qualquer outro compromisso social e já dentro dessa classificação, conferir-lhe importância.

Será que o fato de ser o desejo uma necessidade íntima e particular, por si só não se sustenta e como tal temos que elevá-lo a um enquadro inteligível no social? Pois que muitas vezes o nosso desejo fala exatamente de desmontar o que está montado e esse ato ou se torna uma obra de arte ou um estado de puro medo.

É a história do isto ou aquilo. Um jogo em que não há vencedores ou vencidos, pois sempre estão lá, desejo e medo, lado a lado.

A escolha do desejo traz o medo do novo. A escolha do medo traz a vida vendida e rendida às "certezas" nada emocionantes que nem valem a pena ser esperadas.

Tal qual a gangorra parada na mesma posição entra ano, sai ano. A escola sem criança. A festa sem gente. O bolo de chocolate sem cobertura e sem jujuba. A segunda-feira sempre com preguiça.

Pois então... por que não mover essa gangorra? Uma festa cheia de amigos? A escola cheia de crianças que lá estão com o prazer comum das férias? Um bolo com cobertura, jujuba, recheado de brigadeiro? E quem sabe, o sobrenatural afinal existe -- uma segunda-feira sem preguiça?


Guess who?

"Sou um cético que se recusa a perder a esperança. Um pessimista pela razão e um otimista pelo coração." -- Roberto Campos

outubro 09, 2001

E a jibóia, hein?

Eu sempre em atraso com as notícias só hoje me lembrei da jibóia de 3 metros que deslizou lá por São Conrado. Agora mesmo, se a notícia vaza, é que vamos ter turistas querendo fazer safari na zona sul do Rio.

Nossa, como está frio nessa casa!

Fico imaginando se, em vez de ter nascido aqui nesta terra tropical, tivesse nascido lá pelas terras frias. Estaria mal de vida. Pois não é que aqui, só por conta de uma quedinha de temperatura, já estou arquitetando qual o melhor casaco para me aquecer nesse inverno - ops! -primavera. Roberto Carlos é que estava certo "...quero que você me aqueça nesse inverno...e que tudo o mais vá pro inferno! Quer coisa mais quente do que isso? Muito bom.

outubro 08, 2001

Um blog de 1 ano!

Para quem como eu estou há três meses com esse espacinho e muitas vezes me pergunto o que estou fazendo aqui, tão sem idéias brilhantes e divagando de lá pra cá, acho o máximo um blog com tanta "idade" e tão vivo e atual. Está lá incluído: Concatenum

O teste

Pois então, hoje foi dia de vistoria de carro. Liga limpador dianteiro, joga água, agora o traseiro, com água também, acende farol alto, depois o baixo, liga pisca alerta, engata ré e pisca a lanterna esquerda e logo depois a direita, pisa no freio, faz teste de poluente, etc. Ufa! Passamos no teste -- eu e o carro.

Ele chegou lá.

Pois então, o Cris chegou no Canadá e o blog dele voltou. Oba!

Acontecia na infância. Será que ainda acontece?


Guardo ainda lembranças de certas situações infantis, que tive o cuidado de nunca repetir com meus filhos. Claro que isso não quer dizer que eles não tenham o seu próprio acervo de não tão boas lembranças, nas quais eu esteja presente. Mas com certeza são diferentes das minhas.

O tal do ditado que sempre me irritava, porque me excluia -- "tem roupa na corda". Queria dizer que não podiam falar tudo, porque alguém, eu, estava por perto não podia ouvir.

Ouvir isso me irritava tanto quanto diziam que eu era "café com leite", quer dizer não contava nos jogos porque era pequena.

Quer uma pior ainda? Quando conversavam na tal da língua do "p" que nunca consegui aprender nem a mais fácil. Só sabia a do "l", que também todos sabiam e que aliás nem sei mais.

E ainda dizem que a infância é fácil e que não se tem problemas...

Cada família tem os seus dizeres, não é mesmo?

E a minha tem vários. O mais comum é o "Giovanni", que muito mais que um simples nome próprio, significa que aquela frase dita todos sabem que não vai acontecer da maneira exata como foi anunciada. Por exemplo, se dizem: - vou até a esquina e já volto, logo alguém diz, ok, Giovanni. A imagem vem de uma história antiga de um conhecido, chamado Giovanni, que saiu para comprar cigarro e voltou dias depois.

Outra é a tia Mercês, uma tia que nunca conheci, mas que não fazia nada e pedia tudo. Ai de alguém hoje que fique sentado, pedindo as coisas. Ouve logo: - Mais alguma coisa tia Mercês? E aí se toca.

Ainda outra é o Miro, um cara mais enredeiro do que tudo para falar qualquer coisa. E não adiantava você querer adiantar o final, pois ele dizia: Calma... eu chego lá. Figuras passadas, que volta e meia estão por aqui.

O autor

"Seis Primeiras Histórias", de Thomas Mann. Conhecer as "pistas" do que viria a ser criado pelo autor -- uma nova tradição na literatura ocidental. É o que analisa Rinaldo Gama, na revista Carta Capital desta semana. Mais um na lista dos "compráveis".

outubro 07, 2001

Na paz, mas ronda uma certa inquietação

com o conflituado mundo. Apesar dela, o domingo foi como todos os outros domingos -- só o domingo da televisão mudou. Cenas do conflito, depoimentos dos correspondentes foram o fantástico de hoje.

Assim mesmo, depois do jogo da Seleção e da vitória do Brasil, porque no caso de derrota seriam outros depoimentos, outras explicações para esse "fantástico fracasso nacional".

Por aqui, os pescadores tentaram pescar, como sempre tentam; a feira, antes de legumes e frutas, agrega agora artesanatos, panos, bordados, vestidos e outros -- quase uma feira-mix; os catadores de mariscos sumiram mesmo, ou por aposentadoria deles ou pela extinção dos mariscos por essas bandas --nada de muito novo do lado de cá --

a não ser essa inquietação nada imaginária.
Estão chegando as flores

Finalmente as violetas da minha casa foram informadas de que é primavera!
Para elas, não há conflitos mundiais; só primavera.

outubro 06, 2001

O mar continua lá

Andei na praia tal qual uma fiel ativista do Greenpeace -- recolhendo as garrafas que não sei que toupeiras insistem em jogar na água. Parecia que um barco carregado delas havia afundado, tantas elas eram. Dois passos, parar, pegar a garrafa e colocar nas pedras. Uma andada cheia de interrupções.
O legal é ver como o mar sabe claramente o que não lhe pertence e devolve na boa. Quando é que a gente vai virar civilizado? Muito ruim.

O final da sexta

Éramos 13. Apesar de não estar nada animada para sair, me colocaram numa "sinuca de bico" e não pude recusar. Escolheram o Garota da Urca para a apresentação do namorado da Adriana para a "turma". Fizeram de propósito, pois tão perto de casa, não podia deixar de ir. E foi muito bom -- risos, chopps e afeto.

Impressões de quem vem de longe

Conversei com uma amiga que há dois anos vive em Portugal e volta por uns tempos para matar saudades. Ouvindo-a falar, percorre-se o caminho que acontece com quem vem afoito atrás de uma idéia alimentada e aumentada pela saudade.

Contava ela da decepção com a feiura da Av. Brasil, com seus muitos "cortiços"; da idéia que lhe passou pela cabeça, imaginando-se um estrangeiro que entra pela nossa cidade por aquela avenida e de como ele não deve entender nada daquilo. Falou depois de como achou a cidade escura, sem luz, em todos os sentidos. Continuou falando de sua entrada no Rebouças e de como, num feixe mágico da luz que emana da Lagoa, concluiu -- cheguei em casa!

Terminou a sua descrição falando da sua manhã seguinte. Da luz, das cores, das pessoas, da alegria e de como não há racionamento que apague a luz dessa Cidade -- Maravilhosa! Tratou de abrir todas as janelas da casa e se embriagar de luz e de sol.

Acho que tal um Palm, de tempos em tempos temos que nos "carregar" -- cada um com aquela energia que nos é vital, para não perdermos a luz.

outubro 05, 2001

E então?

Hoje é uma sexta de muito sol. Acho que hoje é primavera. Quando era pequena, criança, pois pequena, de tamanho, sou até hoje, as quatro estações do ano eram escritas com maiúsculas. Nunca entendi o porquê, mas como elas eram bem definidas até que mereciam a letra grande. Hoje, com essa mistureba globalizada, só de minúscula mesmo! Mas uma sexta com sol é o seguinte. Dá vontade de tudo -- menos de problemas.

Amanhã, andarei sobre as espumas do mar -- andar sobre as águas do mar, não é para mim; só gente muito especial fez isso nessa vida -- me contento em ficar por ali, desamarelando, que já está de bom tamanho. Muito sol para você também.

Sabe, hoje não estou nada brilhante. Só comum. Não é fácil para mim, admitir essa condição; requer um certo esforço, mas hoje é sexta e segunda penso nisso.

outubro 03, 2001

"Esses que aí estão
atravancando o meu caminho,
eles passarão.
Eu, passarinho."

Mario Quintana


A fluidez

Então, enviaram-me essa bela imagem, sem o nome do autor, a quem não posso conceder os devidos créditos.Chama a atenção a força e o ímpeto do homem que abraça -- espumas do mar.
Meio que parecido quando a gente abraça alguém, pois abraçamos sempre alguma coisa a mais além do corpo que está junto a nós.
Algumas vezes nos agarramos à sensação ou à esperança de que aquele abraço garanta para sempre a segurança e a permanência do que nos move naquele momento e que se revela no ato.

Seja o desejo de que o amor permaneça entranhado em nosso corpo-vida; seja para que a confiança no futuro seja validada por aquele abraço; seja a ilusão de que ele possa nos proteger do mal e do medo para sempre.

E por prazeroso que ele seja -- estamos sempre abraçando espumas do mar, que ao contato com o ar -- estouram e viram ar ou mar novamente. Linda foto, maravilhoso encontro.

outubro 02, 2001

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"

Pois então, encontrei no Alfarrábio e o inclui nos blogs maneiros.

À bordo, como convém ou como convés?
Retalhos de Marcela Bonito na forma e bom de conteúdo. Está lá nos blogs muito legais.
O Centro do Rio

Sou péssima também em Geografia, portanto não sei se o que chamamos de Centro no Rio representa mesmo o centro dessa cidade que se espalha para os lados e por cima dos morros.
Bem, vou tentar de novo: eu fui à cidade. Outra expressão antiga e absolutamente sem sentido hoje, uma vez que tudo é cidade; que o conceito de bairro mudou e, o que temos hoje são montes de aglomerados comerciais e financeiros espalhados por todo o lado.
Desisto, mas vou continuar, a "cidade" do Centro tem seu charme e a sua bagunça. Dependendo por onde anda, você é capaz de ir de NY e voltar ao Camelódromo sem precisar de ônibus.
Ontem passei pela Presidente Vargas. Passei não -- transpus. Desviando das banquinhas que vendem TUDO, ainda assim quase atropelei uma com um monte de aparelhos de barbear que reinava impoluta no meio da calçada. E parar então no meio fio para atravessar? É você parar e ao seu lado surgirem umas Vans, gritando Ilha! Rodoviária! e por aí vai.
Saindo de Vargas e indo até a Ouvidor você tem música ao vivo todo o dia. Tem um músico que fica lá tocando, tocando.
Pode ainda experimentar entrar no Giuseppe, um magnífico restaurante de massas na Sete de Setembro. Você conclui que NY é aqui e o camelódromo logo ali mais adiante.
Coisas do nosso Rio.

Minha fonte está salva do ostracismo.

Sabe aquela fonte que fazia um barulhinho de água correndo enquanto eu escrevia e que foi trancafiada no armário, seca que nem só, por conta da dengue? Pois então, será acionada outra vez. Vou experimentar "(...)a descoberta da bióloga Alessandra Laranja, da Universidade Estadual Paulista. Segundo a pesquisa, duas colheres de chá de borra diluídas em meio copo de água impedem o crescimento das larvas do mosquito. O artigo é de Daniele Lua e está na Coluna No Ponto de hoje. Minha bromélia vai adorar!

outubro 01, 2001

Logo ali

Passo sempre por , para saber o que há por aí.

Como ficar rico. (@joyce auto-ajuda XXXIX)

Crie a fórmula de tintura de cabelo masculino que não ponha os seus cabelos acaju ou então pretos como as asas da graúna. Tem coisa pior? Tem. Pior quando usam perucas. Olha aí mais uma forma de enriquecer. Por que dá certo para as mulheres e para eles não? Eles mereciam coisa melhor.

Antes que você reclame...

e diga que estou numa fase infantil, deslumbrada, boba, pouco séria etc, vou assumir o meu lado "gifteira" e confessar que estava achando essa página sempre igual, com as minhas fotos rindo sempre da mesma maneira e resolvi inovar. Não se preocupe; isso passa.

Tem melhor?

Estive por aqui pensando em como você encontra nessa vida pessoas que se encaixam com você. Aquela pessoa que, de olhar você saca. As que pelo tom da voz fazem você perguntar o que há?
Ah! Essa vida que produz peças que pensaram ter nascido avulsas e um dia, um belíssimo e maravilhoso dia, encontram uma outra avulsa e, as duas ao se encaixarem descobrem, num misto de espanto e medo, que alguma coisa mudou em suas vidas. Mas aí é tarde. Rolou a tal da química.
O máximo a tal das engrenagens!

Nada de muito brilhante; só normal

Sem dúvida, mas só almejo ser assim, quando tudo está dando errado. Aí eu sonho com a vidinha pacata.